Álbum de estréia da banda de Prog Death Metal sueca Opeth, “Orchid” é uma daquelas audições que já chegam deixando claro a quê a banda veio.

Com uma típica longa intro, o álbum dá seus primeiros passos, o que logo após culmina na primeira intervenção vocal, grave, tenebrosa e em perfeita harmonia com o caos criado pelo instrumental, embora milimetricamente bem executado. Aos 5:08, temos o momento mais marcante da faixa intitulada “In Mist She Was Standing”, com uma repentina mudança de clima, fornecida por suaves intervenções de cordas em acordes doces, contrapondo-se ao restante da peça.

Cordas, limpeza sonora e melodia escancaradamente sombria. É assim que se inicia “Under The Weeping Moon”, que logo após o que foi mencionado há pouco, desemboca num groove pesado e merecedor de especial atenção do ouvinte para a condução da bateria dos 1:04 aos 1:12! Essa condução, senhoras e senhores, sempre é matadora! Outro momento marcante fica por conta da guitarra, dos 1:56 aos 2:23, que termina em mais uma reduzida na pegada, embora com vocal igualmente agressivo.

Em “Sillhouette”, faixa instrumental, a banda demonstra todo seu bom gosto e recursos composicionais, assim como destreza rítmica e contrapontística, tanto na parte melódica quanto harmônica. Especialmente por conta das teclas, onde o virtuosismo, sem abrir mão do feeling, é exacerbado às alturas.

Em um repentino compasso 6/8, onde a guitarra encontra cama rítmica para destilar seu veneno lenta e caprichosamente, a faixa ”Forest of October” dá sua cara a bater. Sessão rítmica esta que sai de cena logo para a entrada dos riffs que sustentam a primeira parte vocal da música. Aos 2:51, uma agradável surpresa proporcionada por vocais limpos em vozes divididas traz um momentâneo ar de calma à composição, momentâneo mesmo, porque depois… boom!

“The Twilight Is My Robe” é talvez a faixa mais ritmicamente complexa do álbum, sendo repleta de mudanças bruscas de groove, além de extremo capricho no cimbal em determinados momentos. Os riffs não ficam para trás, preenchendo de forma coerente com respostas imediatas às questões rítmicas da bateria, contendo também, mais uma vez, uma breve parada onde o destaque é o vocal limpo.

Mais uma faixa instrumental, dessa vez com predominância de violões e um baixo acústico, onde ambos duelam graciosamente nota contra nota, como uma bela composição deve ser, exalando todo o pesar e tristeza que um “Requiem” deve expressar.

Por falar em violões, a faixa “The Apostle in Triumph” já inicia com eles, sendo que esta é a mais melódica do álbum. Com melodias mais longas e extrema valorização das notas de repouso, a faixa é repleta de contratempos e frases emblemáticas de bateria, que mesmo não sendo o instrumento principal aqui, acaba por roubar a cena durante vários momentos.

Encerramos a audição desta verdadeira pedrada, com “In the Frost of Winter”, uma antiga gravação de ensaio, feita em 1992. A faixa contém alguns segmentos que seriam usados mais tarde na música “Advent”, no seu segundo álbum de estúdio.

Formação:
Mikael Akerfeldt – vocal, guitarra e violão
Peter Lindgren- guitarra e violão
Johan DeFarfalla- baixo e backing vocal
Anders Nordin- bateria, piano e percussão

Faixas:
01. In The Mist She Was Standing
02. Under The Weeping Moon
03. Silhouette
04. Forest of October
05. The Twilight Is My Robe
06. Requiem
07. The Apostle In Triumph
08. In The Frost Of Winter

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