“Imaginaerum” é o sétimo álbum de estúdio do Nightwish e o segundo e último a contar com os vocais de Anette Olzon. Após “Dark Passion Play” (2007), um álbum que mostrava que a saída de Tarja Turunen não havia afetado a qualidade das composições do grupo (afinal, o Nightwish sempre foi e e sempre será Tuomas Holopainen), os finlandeses resolveram criar um álbum conceitual, contando a história de um velho compositor que relembra de sua vida em seu leito de morte. Se no álbum anterior o grupo mantinha as linhas sinfônicas que sempre se fizeram presentes em seus trabalhos anteriores, neste álbum um passo à frente foi dado, buscando incorporar ainda mais esse estilo, provando que a criatividade do líder Holopainen não tinha limites.
Produzido em parceria entre o tecladista, Tero Kinunnen e Miko Karmilla, “Imaginaerum” é um álbum forte, mas de certa maneira difícil de ser assimilado em apenas uma audição. Os detalhes que o envolvem precisam ser ouvidos mais de uma vez, tamanha a riqueza de detalhes que cercam este trabalho. Embora muitos fãs não tenham aceitado bem, Anette, assim como no álbum anterior, fez um ótimo trabalho, abrindo de certa forma, um maior leque de possibilidades a serem exploradas dentro da sonoridade do grupo. Obviamente que aqui não me refiro à qualidade de seu vocal, uma vez que seria uma leviandade tentar comparar sua voz com a de Tarja, mas que a banda ganhou uma cara mais Metal com sua entrada, isso é inegável.
Buscando inspiração em trilhas sonoras (algo bastante evidente na linha de composição da banda), faixas intensas e cheias de classe como “Storytime” (que saiu como single), que apresenta uma base que já vinha sendo explorada desde Once (2004), com as guitarras tendo uma exposição mais direta, enquanto os teclados criavam uma atmosfera propícia para as linhas sinfônicas tão esmeramente construídas por Holopainen. “Ghost River”, outra faixa pesada e com um belo trabalho do baixista Marco Hietala, que divide os vocais com Anette, criando um clima mais agressivo e ao mesmo tempo mais sombrio, merece destaque. A introspectiva “Slow, Love, Slow”, traz uma interpretação cheia de sentimento por parte de Anette, que deixa claro aos “haters”, que podia sim, substituir sua antecessora sem precisar soar forçada ou querer ser a própria.
As guitarras de “I Want My Tears Back” encontram os teclados de forma eficiente, com uma melodia rica em detalhes e arranjos muito vem estruturados, algo normal quando se trata do Nightwish. Já “Arabesque” possui corais e linhas sinfônicas que recebem a adição de muito peso (vejam bem, peso no sentido do Nightwish, que fique claro), deixando a composição com uma densidade forte e sombria. Preste atenção no que acontece com a composição do meio para o fim… O baixista Marco Hietala é o compositor da bela “The Crow, The Owl and the Dove”, onde mais uma vez Anette mostra desenvoltura em sua interpretação. Em “Last Ride of The Day”, temos a atmosfera de “Once” de volta, principalmente no que diz respeito aos teclados e guitarras. O encerramento com a instrumental “Imaginaerum” fecha o álbum de forma sublime, num verdadeiro clima de final de filme…
“Imaginaerum” saiu em algumas versões, sendo uma das mais procuradas a que trazia dois CDs, sendo um com as faixas em suas versões “normais” e o outro com as mesmas faixas, mas apenas com suas versões instrumentais.
Como dito anteriormente, este foi o último trabalho do grupo com a vocalista Anette Olzon. Sua saída não foi, como já havia acontecido anteriormente, da forma mais amigável. Para seu lugar, o grupo recrutou a vocalista Floor Jansen (ex-After Forever). Mas isso, é assunto para o próximo capítulo desta cronologia…
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Formação:
Anette Olzon (vocal);
Emppu Vuorinnen (guitarra);
Marco Hietala (baixo);
Jukka Nevailanen (bateria);
Tuomas Holopainen (teclado).
Faixas:
01- Taikatalvi
02 – Storytime
03 – Ghost River
04 – Slow, Love, Slow
05 – I Want My Tears Back
06 – Scaretale
07 – Arabesque
08- Turn Loose The Mermaids
09 – Rest Calm
10 – The Crow, The Owl and The Dove
11 – Last Ride of The Day
12 – Song of Myself
13 – Imaginaerum
