Roadie Metal Cronologia: Nevermore – Dreaming Neon Black (1999)

Depois de dois álbuns lançados, o autointitulado, de 1995, e “The Politics of Ecstasy” (1996), o Nevermore já era uma banda mais prestigiada. E com tal reputação, o grupo arriscou e fez um som mais moderno que o convencional neste terceiro trabalho, “Dreaming Neon Black” (1999).

Produzido, mixado e masterizado por Neil Kernon, o então novo disco da banda se tornou mais conceitual, abordando a insanidade de um homem ao perder a sua namorada de forma trágica. O tema escolhido pelo Nevermore está diretamente ligado ao vocalista da banda, Warrel Dane, que teria perdido sua amada para uma seita que pregava o uso de drogas pesadas. A moça teria desaparecido e surgia nos pesadelos do vocalista chamando o seu nome.

O álbum começa com a introdução “Ophidian”, que abre caminho para “Beyond Within”, um Thrash Metal cadenciado que lembra um pouco o Iced Earth. A lenta “The Death of Passion” dá mais destaque ao baixo de Jim Sheppard, mas os riffs de guitarra também dão as caras nesta faixa regular.

Já “I Am the Dog” tem muito mais energia que a anterior e surge como uma das melhores do disco, principalmente pelo peso das guitarras aliado ao forte ritmo do baixo. Jim Sheppard mais uma vez faz um belo trabalho nas quatro cordas.

Na semi-balada “Dreaming Neon Black” Warrel Dane capricha na interpretação, alternando uma voz limpa com momentos mais agressivos, acompanhando brilhantemente o andamento revezado do violão com as guitarras. Mesmo curto, o dueto de Dane com a vocalista convidada Christine Rhoades também é um destaque positivo da faixa.

Apesar de “Deconstruction” não ser uma música tão empolgante, esta tem um refrão pegajoso e mais uma grande performance de Jim Sheppard no baixo, além de um belo solo de guitarra. Porém, a faixa acaba se arrastando demais, o que torna meros 6:40 uma eternidade. Já “The Fault of the Flesh” traz um pouco mais de peso e agressividade ao álbum. Nem dá para citar mais o baixista Jim Sheppard para não chover no molhado, mas o cara dá outra vida às músicas e isso definitivamente é um diferencial do Nevermore.

Uma bela linha de baixo conduz a lenta “The Lotus Eaters”. Apesar de Warrel Dane estar em uma boa performance, a faixa em si é extremamente lenta, chegando a ser bem tediosa. “Poison Godmachine” por sua vez retoma o Thrash Metal com riffs cortantes, além de baixo e bateria devastadores.

“All Play Dead” tem um bom refrão, mas não empolga por ter muitas mudanças desnecessárias de andamento. “Cenotaph” tem uma boa percussão, mas só isso não é suficiente para a faixa ser boa. Esta acaba sendo bem descartável do disco. “No More Will” e “Forever” fazem a dobradinha final de “Dreaming Neon Black”. A primeira tem uma interessante introdução de violão e em seguida fica mais pesada, mas não a ponto de ser uma das melhores do álbum. Já a segunda finaliza o álbum de forma mais intimista e até melancólica.

De forma geral, “Dreaming Neon Black” é um bom álbum, embora o nível tenha caído um pouco em algumas músicas. Mesmo assim, o Nevermore apresenta um bom Thrash Metal aliado a partes mais arrastadas que funcionou bem em boa parte do disco.

Formação:
Warrel Dane – vocal
Jeff Loomis – guitarra
Tim Calvert – guitarra
Jim Sheppard – baixo
Van Williams – bateria

Convidada:
Christine Rhoades – vocal (faixa 5)

Faixas:
01. Ophidian (instrumental)
02. Beyond Within
03. The Death of Passion
04. I Am the Dog
05. Dreaming Neon Black
06. Deconstruction
07. The Fault of the Flesh
08. The Lotus Eaters
09. Poison Godmachine
10. All Play Dead
11. Cenotaph
12. No More Will
13. Forever

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