Roadie Metal Cronologia: Napalm Death – Diatribes (1996)

Hoje no Roadie Metal Cronologia é a vez de tratarmos do sexto álbum do NAPALM DEATH, “Diatribes”. Lançado em 30 de janeiro de 1996, pela Earache Records, este disco é bem controverso e mais abaixo iremos elencar as razões que fazem deste play como o “ponto fora da curva” na sempre competente carreira da banda.

Entre o lançamento anterior, “Fear, Emptiness, Despair”, de 1994 e “Diatribes”, a banda lançou um EP chamado “Greed Killing”, que contém duas músicas que fariam parte do próximo full-lenght. A própria faixa que dá nome ao EP e também “My Own Worst Enemy”, além de mais cinco músicas, que serviriam como uma maneira de controlar a ansiedade dos fãs por um novo trabalho, que esperavam um álbum tão brutal quanto o último play.

Com Collin Richardson novamente assinando na produção, a banda se reuniu no “Framework Studios” e de lá saíram com este play. Eles optaram em tirar muito o pé do acelerador das músicas e apostaram na inclusão de outros elementos, que não deram bons resultados. Era só um deslize e futuramente a banda entraria nos trilhos novamente. Vamos destrinchar cada uma das 12 faixas contidas aqui.

Temos o início com “Greed Killing”, que embora não seja ruim, foge completamente do estilo que o NAPALM DEATH se fez crescer. Até tem umas frases legais de guitarra, mas parece outra banda com Mark “Barney cantando.

“Glimpse Into Genocide” já difere-se um pouco da faixa anterior, por ser mais pesada, mas até o momento nada de Grindcore por aqui, enquanto que em “Ripe for the Breaking”, um pouco do bom e velho Grindcore, porém com umas mudanças de andamento que ficaram nada a ver. Mas a parte que interessa se salva. Ufa!

Mas em “Cursed to Crawl”, os caras beiram o ridículo, incluindo rap e sonoridades mais modernas, soando como uma banda de New Metal. Vergonha alheia!

A grooveada “Cold Forgivness” seria uma boa música se executada por outra banda, mas com o NAPALM DEATH, definitivamente, não funciona, já a faixa “My own Worst Enemy” é um pequeno espasmo do que a banda é capaz de produzir, ainda que falte a raiva e a brutalidade, itens essenciais a este quarteto inglês. Mas essa é uma das que se salvam.

Em “Just Rewards”, uma tentativa vã de fazer o álbum decolar, embora não seja uma faixa tão ruim, e conta com uma excelente performance do baterista Dany Herrera. Mas ainda é pouco. A faixa que segue, “Dogma” nos traz o pula-pula das bandas do metal moderno durante boa parte da música, porém, no meio a coisa fica interessante e o Grindcore come solto, para no final voltar o marasmo. Uma pena.


Take the Strain” embora seja modernosa demais, apresenta alguns riffs interessantes e mesmo sendo mais uma que destoa do estilo da banda, podemos salvá-la deste desastre que tem se mostrado “Diatribes”.

Falando em “Diatribes”, a faixa título começa maçante e genérica, mas no meio a coisa volta a soar como o NAPALM DEATH tem que soar e o pau come na casa de Noca e no final ela ganha contornos punks (nenhuma novidade) e bons riffs. Vamos salvá-la também.

“Placate Sedate Eradicate” tem bons riffs e podemos enumerá-la entre os (poucos) bons momentos deste álbum, e o fechamento vem com “Corrosive Elements” tem um andamento um pouco mais rápido e fica ainda mais rápido em um pequeno trecho do meio para o final e embora não seja o típico Grindcore da banda, não chega a ser ruim.

Em 44 minutos de audição temos um álbum experimental em que a banda deu com os burros n’água. Eu lembro que quando comprei o álbum, estranhei de cara e o mesmo ficou guardado até que tive de escutá-lo novamente para escrever esta resenha. Existem bandas que deveriam ser proibidas por lei de gravar discos com uma sonoridade diferente daquelas que foram forjadas.

Mas se o METALLICA teve o direito de lançar um “St, Anger”, o SLAYER teve o seu de lançar um “Diablos in Musica”, o MEGADETH teve a audácia de lançar um “Super Collider” ou SEPULTURA lançar um “Against”, o NAPALM DEATH também teve o direito de cometer o seu “Diatribes” em sua carreira. Se for em uma escola em que a média é 5, o disco passa na prova final. Se a média for mais alta como em outras instituições de ensino, a bolacha repete de ano.

Diatribes – Napalm Death
Data de lançamento: 30/01/1996
Gravadora: Earache Records

Tracklisting:
01 – Greed Killing
02 – Glimpse Into Genocide
03 – Ripe for the Breaking
04 – Cursed to Crawl
05 – Cold Forgivness
06 – My Own Worst Enemy
07 – Just Rewards
08 – Dogma
09 – Take the Strain
10 – Diatribes
11 – Placete, Sedate, Eradicate
12 – Corrosive Elements

Lineup:
Mark “Barney” Greenway – Vocal
Mitch Harris – Guitarra
Jesse Pintado – Guitarra
Shane Embury – Baixo
Danny Herrera – Bateria

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