Roadie Metal Cronologia: Motörhead – Iron Fist (1982)

Hoje é a vez do quinto álbum de estúdio da já então clássica banda Motörhead! Acompanharemos aqui passo a passo, cada faixa deste que é um dos álbuns mais aclamados do trio que deixou uma marca ímpar no rock, sendo referência até hoje para milhares de bandas.

Clara e safadamente inspirada em pedacinhos da Ace of Spades, a faixa que dá nome ao álbum inicia com um riff contagiante de baixo, carregado de distorção, do jeito que Lemmy gostava. Muitas pessoas o julgam como um baixista medíocre por não ser um virtuoso, mas pessoal, não se pode negar que o cara fazia o feijão com arroz dele muito bem feito! O refrão da música é certamente o momento mais aguardado, assim como o solo que remonta a melodia do mesmo. É o simples que faz mais efeito do que muito complexo que se vê por aí.

Duas coisas são certas nessa vida, uma delas é a morte e a outra é que em todo e qualquer álbum que se preze do Motörhead, você vai encontrar esse mesmo groove de bateria presente na Heart of Stone. Assim como a fórmula de composição que é repetida à exaustão, o que de forma alguma faz disso algo ruim. Haja pescoço!

O registro vocal mais agradável de Lemmy é sem dúvida o mais grave, e isso fica nítido em I’m the Doctor. Nada de exageros nos agudos e o recado foi dado do jeito que eles sabem. Simples e direto. Um dos pontos altos aqui é o riff, que insistentemente acompanha o solo de guitarra no fim, chegando a sobrepor-se a ele!

https://www.youtube.com/watch?v=dVIMhSCiNZw&index=1&list=PLSD7oAnX5gln6pbYiviMZRe3T0tosswgz

Por falar em riff preguento, lá vamos nós com a intro de Go to Hell, algo que em partes (por conta da abertura intervalar na guitarra) lembra Iron Maiden. Uma das coisas que sempre chamam positivamente a atenção nessa banda é a supervalorização do chimbal nos grooves e especialmente na mixagem da bateria. Isso dá um tempero a mais em qualquer coisa que as cordas fizerem.

Loser vem pra reafirmar o que falei sobre a bateria na música anterior, com um detalhe a mais típico do Motörhead: double-stops nos solos de guitarra, podem até dizer que é repetitivo, mas eu morro dizendo que é marca registrada, porque os ouvidos são meus!

Chega aquela hora do álbum em que a coisa tem que ser dita de uma porrada só e de maneira direta. A faixa Sex and Outrage foi feita nessa fórmula. Com o já surrado porém sempre bem vindo groove, a ideia é simples e repetitiva. Com as típicas técnicas nos solos, com o adendo de que agora as notas mais longas foram muito mais bem escolhidas.

America traz uma surpresa: linha vocal mais melódica por parte de Lemmy, ao menos no refrão. O vocalista nunca foi um ícone por conta de uma extensão vocal invejável, mas sim por sua personalidade ímpar dentro dos timbres produzidos ao cantar. No mais, a banda preserva o mesmo padrão usado até então, o que agrada.

Uma guitarra que pergunta deve ser a mesma que responde, se você tiver apenas um guitarrista, como é o caso da banda. E esse trabalho foi muito bem feito no riff que dita as regras de Shut It Down. Outra coisa que é sempre interessante de se notar na banda é que em todas as suas composições eles tiram o máximo que um acorde ou riff tem pra dar. Quando o que tinha pra ser sugado acaba, saem para outro para fazer o mesmo. Geralmente soaria chato e previsível, mas não com o Motörhead!

Speed Freak só poderia ter esse nome mesmo! Ouvir isso e não sentir vontade de sair no meio do mundo correndo desembestado com meus cinco reais é impossível! E essa ideia na guitarra que fica martelando na cabeça entre um momento e outo é viciante!

(Don’t Let ‘Em) Grind You Down é a única chata e sem graça alguma do álbum, nem parece ter sido a mesma banda que escreveu as outras canções até aqui. Há talvez um momento consideravelmente interessante ou outro entre bateria e guitarra, como a intro e o primeiro momento do solo de guitarra, mas é só.

Agora sim, a banda voltou a ser a banda! Que riff! Entra por um ouvido e não quer sair pelo outro nem a pau! Com letra abordando tem bem delicado, e escancaradamente posicionando-se como anti-religião, (Don’t Need) Religion não é das mais agitadas, mas certamente mais pegajosas. Especialmente na mudança repentina de acordes pra entrada do solo, desembocando novamente no riff inicial. Isso é lindo!

Ao ouvir a primeira frase do riff de Bang to Rights, você já sabe o que esperar, porrada vem aí e suas expectativas são respondidas na hora! Dada a repetição, aí que gruda mesmo!

Remember me I’m Gone é a típica pancada para fechar com chave de ouro! Com toda energia necessária pra se dizer tchau a um álbum que em breve vou voltar a ouvir, e estou certo que você também. Estivemos diante de uma senhora pérola da música mundial.

Formação:
Lemmy Kilmister – vocal, baixo
Fast Eddie Clarke – guitarra
Philthy Animal Taylor – bateria

Faixas:
01. Iron Fist
02. Heart of Stone
03. I’m the Doctor
04. Go to Hell
05. Loser
06. Sex and Outrage
07. América
08. Shut it Down
09. Speed Freak
10. (Don’t Let’Em ) Grind Ya Down
11. (Don’t Need) Religion
12. Bang to Rights

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