Roadie Metal Cronologia: Motley Crue – Generation Swine (1997)

É difícil imaginar que uma banda que ganhou um público cativo entre o final dos anos 80 e o começo dos anos 90, pudesse cair em um buraco negro que revirasse tudo o que era a personificação do Motley Crüe, ou deveríamos dizer a falta que Vince Neil evidentemente fazia. A banda perdia lentamente a identidade desde o álbum homônimo de 1994, os fãs não aceitaram John Corabi e a pressão apenas aumentava para fazer as pazes com Neil e retomar a formula da banda que realmente funcionava.

Podemos dizer que o álbum ‘Mötley Crüe’ trazia uma banda em modo experimental com Corabi a bordo, músicos afirmando que o álbum não seria produzido por Bob Rock e uma tentativa de soar mais “cru” e “pesado”, não demorou muito para as comparações entre Crüe e Sisters Of Mercy com Nine Inch Nails começassem. No final das contas a banda sucumbindo tão rápido que Corabi não suportou a pressão e Vince foi trago de volta a bordo, e isso você pode ver claramente documentado na segunda parte de ‘Mötley Crüe: The Dirt’, e uma situação surreal se formou brevemente com o Crüe com cinco integrantes com Neil no vocal e e Corabi na guitarra base, parecia até interessante, mas é a formação original que se restabeleceu sem John Corabi.

Muitos dizem que a culpa de tudo foi do produtor Scott Humphrey que embora tenha feito um trabalho brilhante nos álbuns de Rob Zombie transformou a mágica de sua técnica no buraco que sugou a vida do Mötley Crüe, mas a banda também teve parte na culpa, já que eles deveriam ter parado o processo sem direção antes de irem longe demais, mesmo com as objeções de Mick Mars a banda continuou, com Mars marginalizado nas gravações e certo sobre Generation Swine.

Generation Swine (ou Personality #9 anteriormente quando Corabi estava na banda) é o álbum mais confuso e não-Mötley já gravado pela banda, as linhas de bateria estavam tão alteradas que tornou o ao vivo uma piada, poderia ser nada mais do que programação do que Tommy Lee, pelo menos parece. As guitarras espremidas, processadas e cuspidas por um computador mostram pouco da centelha e sensação de Mick. O retorno de Vince dificilmente valeria a pena, já que ele mal conseguia emitir uma melodia aceitável aqui, e temos Sixx e Lee também assumem os vocais, então basta pensar que tipo de reunião foi esta.

É difícil pensar quando muitas dessas músicas poderiam soar realmente como o antigo Crüe, como ‘Let Us Prey’, e é fácil imaginar como isso soava com Corabi cantando, na verdade ele insistiu que seus vocais ainda estavam intactos na mixagem, e que você pode ouvi-lo gritar nos refrões, assim como ele afirma que suas partes de guitarras no álbum estão intactas. No entanto eu discordo, já que ‘Let Us Prey’, ‘Generation Swine’, ‘A Rat Like Me’ e ‘Anybody Out There?’ mostram muito do espírito do Mötley Crüe original e a certeza de que este poderia ser um álbum decente, no entanto cada uma destas quatro faixas é sufocada até a morte por um cobertor de samples, efeitos sonoros, sinos e assobios, guitarras processadas e linhas de baterias artificiais.

Não é preciso muito pra perceber que qualquer uma destas faixas tinham potencial pra trazer a tona novamente estes músicos de uma forma decente, como no single ‘Afraid’, embora isso me lembra mais o Def Leppard.

https://youtu.be/iG_j1v60YJA

Tudo se torna mais esquisito e confuso, o álbum fecha com uma faixa chamada ‘Brandon’, cantada pelo próprio Thommy Lee, com uma letra bastante singular. ‘Rocketship’ de Nikki Sixx – uma balada hippie para a sua esposa – o que é um pouco melhor, mas por que não conseguir que Vince, o cantor do Mötley Crüe, o cante? Nikki não é um cantor especialmente bom, é por isso que ele toca baixo. No entanto ele insiste em cantar três músicas no disco de retorno de Vince, acho que ninguém pode entender isso.

Generation Swine se tornou um álbum tão confuso que transforma o álbum homônimo de 1994 em algo excelente, e não adianta se este é o álbum de retorno de Vince Neil , isto estava quase pronto antes de ele voltar. Com certeza os fãs naquela época imaginavam encontrar um retorno triunfal de Vince mas a banda se mantinha tão confusa como antes e eu particularmente dispenso este álbum das minhas audições. Até mesmo as faixas bônus da reedição passam longe da qualidade, então não espere encontrar nada melhor nelas.

Tracklist:
01. Find Myself
02. Afraid
03. Flush
04. Generation Swine
05. Confessions
06. Beauty
07. Glitter
08. Anybody Out There?
09. Let Us Pray
10. Rocketship
11. A Rat Like Me
12. Shout At The Devil ’97
13. Brandon

Membros da banda:
Nikki Sixx – Baixo
Tommy Lee – Bateria
Mick Mars – Guitarra Solo
Vince Neil – Vocal

Participação:
John Corabi – Guitarra Base

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