Além de hoje estar comemorando o meu aniversário, como mera coincidência também sou o responsável por dar início a mais um Roadie Metal Cronologia. A banda em questão, por sua vez, atraiu olhares furiosos ao longo de seus anos de existência, além de críticas e mais críticas, pelo simples fato de alguns acreditarem que a temática religiosa cristã não poderia ir de encontro com o peso e a agressividade de estilos como o Death e o Thrash Metal… Queira você ou não, o nome Mortification está definitivamente marcado no cenário do Heavy Metal mundial.
A história do Mortification começou a ser escrita em 1990, no estado de Victoria/Austrália e logo no ano seguinte tratou de fazer a sua estréia fonográfica, de uma discografia que ainda seria acrescida de outros treze full length (além de diversos outros materiais).
Com uma arte de capa bem… “underground”… (para não escrever outra coisa…), ‘Mortification’, o debut, saiu no dia 12 de outubro de 1991 pela Intense Records – uma extinta gravadora estadunidense especializada em bandas de Metal com temática cristã -. com onze composições. Na formação, estavam os músicos Steve Rowe (vocal e baixo), Jayson Sherlock (bateria e backing vocals) e Michael Carlisle (guitarra e backing vocals) – esses dois últimos, acabaram ficando por apenas alguns anos na banda.

“Until the End” mostra um habitual Death Metal com alguma pegada Thrash aqui e ali, clima sombrio típico da época e gravação mediana, que entre levadas rítmicas mais diretas, guturais proferem um moderado louvor: “As I await my time / I assume the responsability / With my heart in Christ / His direction is revealed to me”. Soou ofensivo demais para você? Espero que não, hein!
Com “Brutal Warfare” o Metal da Morte se desenrola com mais destreza, com o baterista se arriscando até em algumas viradas. Apesar da introdução contida, se enganou quem pensou se tratar de uma faixa cadenciada, mas felizmente a empolgante “Bathed in Blood” vai contra isso. O único porém ficou por conta de uma segunda guitarra ter feito uma falta danada ali por volta dos 3 minutos, já que a base consistente ‘tava no jeito para acomodar um belo solo!
Se deixando levar por uma sonoridade que fica mais agradável a cada faixa (até certo ponto do trabalho, já adianto), creio que meu bom amigo apreciador das artes negras até se esqueceu do ambiente celeste do álbum, até de deparar com “Satan’s Doom”… Mas creio que a sua alegria durou pouco, ao notar: “We reject you Satan the prince of hate” e “Vengeance is mine saith Almighty God”. Quer profanação? Vai caçar um Gorgoroth então! Brincadeiras a parte, a maior composição do trabalho (6’:06’’) surpreendentemente passa em um piscar de olhos, com uma variedade quase épica. Para não assustar o ouvinte “preguiçoso”, a boa é que da “quase Grindcore” (?) “Turn” até “Break the Curse” (pelos primeiros instantes, pensei se tratar de uma homenagem ao Motörhead…), o tempo não esbarra nos três minutos, em cada uma delas. A agressiva “No Return” compõe a ala das mais curtas, com alguns riffs mais nervosos de pegada anos 80.
Com “New Awakening” o tempo volta a se espichar, porém sem nenhum atrativo digno de nota. O mesmo vale para o encerramento com “The Destroyer Beholds”, “Journey of Reconciliation” e “The Majestic Infiltration of Order”, onde a audição já se apresenta cansativa e poderia ter sido encerrada antes, com algumas faixas a menos…
No mais, um disco regular com alguns momentos realmente interessantes. Ouça, sem qualquer preconceito!
Faixas:
01. Until the End
02. Brutal Warfare
03. Bathed in Blood
04. Satan’s Doom
05. Turn
06. No Return
07. Break the Curse
08. New Awakening
09. The Destroyer Beholds
10. Journey of Reconciliation
11. The Majestic Infiltration of Order
Formação:
Steve Rowe (vocals e baixo)
Michael Carlisle (guitarra e backing vocal)
Jayson Sherlock (bateria e backing vocal).