Baixei novamente este álbum para fazer esta resenha. “Nossa, você não tem o Ride The Lightning na sua coleção?” Não. Já ouvi este disco centenas de vezes, enjoei. Mas foi bom revisitá-lo no Cronologia Roadie Metal.
É muito fácil falar do Metallica antes deles saírem dos trilhos. Eles despontavam como uma das maiores bandas de todos os tempos. E “Ride The Lightning” é a comprovação do excelente Thrash Metal que os tornou mundialmente conhecidos após o “Kill ‘Em All”.
Vamos então analisar primeiramente a capa do álbum. “Ride The Lightning” tem uma cadeira elétrica e seu significado é que a expressão “ride the lightning” era uma gíria carcerária para designar àqueles que perderiam suas vidas nela. As letras do álbum também abordam assuntos relacionados à morte, a perda e ao desespero.
O clássico abre com “Fight Fire With Fire”, iniciado por um violão e as palhetadas rápidas, precisas e destruidoras Kirk “Fucking” Hammett. É uma faixa que mantém o mesmo ritmo que os consagrou em “Kill ‘Em All” e é uma porrada na orelha de extrema qualidade. Na sequência as fortes batidas já indicam um dos maiores hits da banda e a faixa que leva o nome do álbum, “Ride The Lightning”. A voz de James ainda é bastante rasgada e estridente, ótima para o estilo que o Metallica se propunha oferecer. As linhas pesadas das guitarras alternadas com pedais duplos mantém o álbum a 100 km por hora. Curiosamente, “Ride The Lightning” é também o último álbum que Dave Mustaine aparece entre os créditos das canções depois de ser expulso do Metallica.
E aí depois dessa abertura rápida, vem o sino. “For Whom The Bell Tolls” é track obrigatória até hoje nos shows da banda. Cadenciada, com uma pegada forte, riffs e solos bem compostos e um refrão desenvolvido para extinguir as cordas vocais de apaixonados por música pesada! Uma outra curiosidade sobre o álbum, aliás, é que ele vendeu tanto que uma prensagem francesa erroneamente imprimiu a capa do álbum na cor verde, e esses poucos discos comercializados com essa capa, hoje são considerados itens de coleção raros.
Após o badalar dos sinos, eis que o Metallica apresenta sua vertente para músicas eternas: “Fade To Black”, uma das minhas músicas favoritas da banda. Sua intro depressiva, expressa toda a composição que a banda quis apresentar dentro das entrelinhas. Seus solos são insuperáveis e belíssimos. Tornou-se um dos hinos do Metal, principalmente após um videoclipe que passava de dez em dez minutos na antiga MTV e popularizou o hit. Eu gravei este clipe por cima de uma novela da minha vó, nunca esqueço.
“Trapped Under Ice” e “Escape” trazem continuidade ao Thrash sujo que o Metallica apresenta neste segundo álbum. Faixas não tão intensas e marcantes como as anteriores, mas muito boas. Riffs fortes e, o agora, tio Lars Ulrich, na época jovem, destruindo na bateria. Finalizando a obra-prima, o Metallica cria outra faixa épica: “Creeping Death”, música que não pode faltar em apresentações ao vivo da banda. “Creeping” narra a história bíblica do êxodo de escravidão dos hebreus no Egito, incidindo sobre as diversas pragas que foram visitados com os egípcios.
Depois de banguear muito o pescoço com a “Creeping”, fecha o álbum a instrumental “The Call of Ktulu”, onde Mustaine aparece novamente como co-autor e se despede de uma das maiores bandas de Metal do mundo para criar o Megadeth. Eu queria apenas dizer: obrigado ao Metallica por toda a contribuição.
Formação:
James Hetfield (vocal e guitarra);
Kirk Hammett (guitarra);
Cliff Burton (baixo);
Lars Ulrich (bateria).
Faixas:
01 – Fight Fire With Fire
02 – Ride The Lightning
03 – For Whom The Bell Tolls
04 – Fade To Black
05 – Trapped Under Ice
06 – Escape
07 – Creeping Death
08 – The Call of Ktulu (Instrumental)