No ano de 1991, muita coisa acontecia no mundo do Rock. Uma nova geração surgia com força e dominava a juventude que provinha do fim dos anos 80 e início dos anos 90, com uma proposta mais despojada e atitudes desleixadas, surgia o Grunge, que além de sair da teatralidade que as bandas de Heavy e Thrash Metal possuíam em suas carreiras, o Grunge aparecia também para limar muitas bandas tradicionais.
Com essa mudança na postura e atitude de uma geração, o Metallica se viu na obrigação de buscar algo novo, algo que se diferenciasse do que eles já haviam plantado em seus quatro primeiros álbuns. Assim, a banda muda sua postura e apresentam um álbum com faixas curtas e harmonias mais comerciais, se tornando a maior banda do planeta no início dos anos 90.
A banda de imediato busca um novo produtor e encontra em Bob Rock a oportunidade de encontrar uma nova sonoridade a música do grupo. Bob que já havia trabalhado com a várias bandas de Hard Rock, e obteve reconhecimento mundial com o lançamento do aclamado “Dr Feelgood – Motley Crüe”.
Não pense você, leitor, que a criação do aclamado “Black Album” foi simples. Conflitos e brigas entre banda e o produtor Bob Rock quase levaram ambos à exaustão. Bob obrigou Lars Ulrich a fazer aulas de bateria, por julgar que o mesmo errava muito nas viradas e nos contratempos. Bob também determinou que a banda iria alterar toda a rotina que eles tinham quando estavam em estúdio gravando um novo álbum.
As principais mudanças na música é a falta dos riffs rápidos em staccato entre um verso e outro, os vocais de James, que não são mais gritados, a diminuição considerável da velocidade e complexidade das músicas… isso fez com que os fãs da banda que acompanhavam eles desde o “Kill ‘Em All” torcessem o nariz e abandonassem a banda de forma massiva. Em contrapartida, o Metallica, através desse álbum, ganhou fãs de todas as outras vertentes musicais possíveis. Era normal em 1992 você ir a um show do Metallica e encontrar ali fãs de Rap, Black Music, Funk, Hip Hop, Pop, Country, Dance e etc.
“Black Album” alcançou a incrível marca de mais de 16 milhões de cópias vendidas somente nos Estados Unidos, sendo o álbum que mais vendeu no país desde que a Billboard começou a calcular as vendas. Ele também é mencionado na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame, ficando na 14º posição.
Vale destacar que além de todas as mudanças no direcionamento musical, as letras compostas em sua maioria por James também sofreram mudanças consideráveis: elas são mais pessoais e introspectivas do que as encontradas nos álbuns anteriores.
Por ser um álbum importante e de certa maneira revolucionário para a história da banda e o momento vivido na época pela juventude, é fácil ressaltar os destaques: “Enter Sandman”, “Sad But True, “The Unforgiven”, “Wherever I May Roam”, “Nothing Else Matters” são músicas obrigatórias ate hoje em qualquer show da banda.
Com toda a certeza, afirmo que há quem odeia e quem ame esse álbum. Os que odeiam usam ele como a ponte do fim da história do Metallica. Após ele, realmente a banda se perdeu e lançou materiais fracos e sem peso – salve a exceção de “Death Magnetic” (2008), que possui muita coisa boa. Os que amam vão dizer que esse álbum é a obra-prima e perdurará por toda a história da música pesada.
Formação:
James Hetfield (vocal/guitarra);
Kirk Hammett (guitarra);
Jason Newsted (baixo);
Lars Ulrich (bateria).
Faixas:
01 – Enter Sandman
02 – Sad But True
03 – Holier Than Thou
04 – The Unforgiven
05 – Wherever I May Roam
06 – Don’t Tread On Me
07 – Through The Never
08 – Nothing Else Matters
09 – Of Wolf and Man
10 – The God That Failed
11 – My Friend of Misery
12 – The Struggle Within
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8/10