Roadie Metal Cronologia: Megadeth – So Far, So Good… So What! (1988)

Antes de falar sobre “So far, So Good…So What!”, acho válido voltar um pouco no tempo, mais precisamente ao período do final da turnê de seu antecessor, o não menos excelente “Peace Sells… But Who’s Buying?”. Após vários conflitos e problemas envolvendo drogas, Mr. Mustaine resolve demitir o guitarrista Chris Poland e o baterista Gar Samuelson. E sem perder muito tempo, são recrutados os músicos Jeff Young e Chuck Behler, respectivamente para a guitarra e bateria. E com esse time, começam os processos de composição para o terceiro álbum do Megadeth.

megadeth-1988

Gravado em 1987, com produção do próprio Dave Mustaine e de Paul Lani e lançado em 19 de janeiro de 1988 pela Capitol Records, o disco acabou não superando as expectativas, devido ao grande sucesso alcançado pelo seu antecessor. Contudo, isso de maneira nenhuma quer dizer que o trabalho deve ser menosprezado. “So Far, So Good… So What!” traz de certo modo, uma banda até mais focada e madura em meu ponto de vista.

Musicalmente não há muitas mudanças drásticas em relação aos trabalhos anteriores. É claro que percebe-se algo novo com a entrada dos novos integrantes, mas a identidade musical conquistada está preservada. Já na parte lírica há algumas curiosidades. Por exemplo, “Set The World Afire” é uma das primeiras composições de Mustaine, onde a mesma chegou até a ser nomeada de “Megadeth”. “Mary Jane”, ao contrário do que muitos pensam, nada tem a ver com a maconha. É sobre uma lenda de uma pequena cidade americana da qual Dave Mustaine teve conhecimento quando ele esteve por lá. Trata-se da história de uma família camponesa que na época da inquisição americana, tinha uma filha que diziam falar com animais. Para evitar a vergonha da família, tendo uma filha julgada como bruxa, e para que ninguém descobrisse, a prendesse e a torturasse, o seu pai a enterrou viva no terreno da casa deles. O nome dessa menina era justamente Mary Jane.

“Liar” foi feita para o antigo membro da banda, Chris Poland. Ele vendeu todo o equipamento de Mustaine, juntamente com Gar Samuelson para comprar drogas. E foi justamente por este motivo que eles saíram da banda. “In My Darkest Hour” foi escrita por Dave Mustaine quando ele soube da morte de Cliff Burton, baixista do Metallica. A letra da música, entretanto, não tem relação com o fato da morte em si, e fala sobre suas brigas com Diana, uma ex-namorada de Dave. “502” é em Los Angeles um código policial, que tem relação com quem dirige bêbado ou acima da velocidade. E esse tipo de infração realmente aconteceu com Mustaine. E enquanto “Hook in Mouth” fala sobre o PMRC que nos Estados Unidos é um instituto que julga músicas consideradas impróprias, e obriga a colocarem o selo “Explicit Lyrics”. Mas meu destaque maior fica para o excelente cover de “Anarchy In The U.K.”, que na humilde opinião deste redator que vos escreve, ficou até melhor que a versão original, mesmo com algumas mudanças na letra.

Contudo, nem tudo eram flores para a banda, mesmo com o sucesso de vendas do álbum. A relação de Dave com o restante da banda não era dos melhores, principalmente devido ao seu envolvimento com as drogas, onde a situação ficou insustentável, e o frontman do Megadeth precisou ser internado e uma clínica de reabilitação, levando à separação da banda logo após o lançamento de “So Far, So Good… So What!”

Entretanto, depois de um tempo sob os cuidados médicos e desintoxicado, Dave deixa a clínica, decidido a levar o Megadeth a patamares ainda maiores. E de maneira rápida, já começa a escrever material para o sucessor de “So Good…”, e consegue uma formação considerada a mais clássica por muitos fãs do Megadeth. Mas isso é história para os próximos capítulos.

Formação:
Dave Mustaine (guitarra e vocal);
Jeff Young (guitarra);
David Ellefson (baixo);
Chuck Behler (bateria).

Faixas:
01 – Into The Lungs Of Hell (instrumental)
02 – Set The World Afire
03 – Anarchy In The U.K. (Sex Pistols cover)
04 – Mary Jane
05 – 502
06 – In My Darkest Hour
07 – Liar
08 – Hook In Mouth

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