Antes de mais nada, já adianto que sou do time “Virgin Steele”, no que se refere à Metal épico, bárbaro e afins, por isso – mesmo não sendo tão alheio assim ao som do Manowar – acaba sendo mais um desafio de respeito, proposto pelo quadro Roadie Metal Cronologia. No que se refere à banda estadunidense, hoje falaremos um pouco sobre seu nono full length ‘Warriors of the World’. Então, amarre sua calça de couro, embainhe sua espada e nos acompanhe em mais uma jornada!
Lançado em 2002, pela gravadora alemã Nuclear Blast, ‘Warriors of the World’ chegou ao mercado cerca de seis anos após ‘Louder Than Hell’ (1996), conseguindo boas posições nas paradas musicais europeias e mantendo estabilizada a formação com Eric Adams (vocal), Joey DeMaio (baixo e teclado), Carl Logan (guitarras) e o já falecido baterista Scott Columbus (que havia integrado o Manowar entre 1983 e 1991, tendo retornado em 1994 e permanecendo até 2008). Como convidados, tiveram a vocalista Mary Breon (Holy Hell) e o tecladista Joe Rozler. Já na arte de capa, o destaque é todo do lendário artista gráfico Ken Kelly, que entre inúmeras obras de arte representando os personagens Conan e Tarzan, ainda emprestou seu talento a algumas outras bandas de Rock e Metal, entre elas o próprio Manowar – em diversas ocasiões -, KISS, Rainbow, e mais recentemente no álbum ‘Ravening Iron’ (2020), do Eternal Champion, entre outras. Ah, nem preciso mencionar a bandeira do Brasil, né?!
Indo diretamente para as composições… Como se fosse o som de uma horda ululante, “Call to Arms” inicia em grande estilo a audição, com peso e uma cadencia quase operística. Por sua vez, a crescente “Fight For Freedom” tem um quê de hino – explícito em seu próprio título.
O lado “operístico” volta com força (e de maneira audaciosa) em “Nessun Dorma”, que mesmo tendo feito bastante sucesso na voz do tenor italiano Luciano Pavarotti, foi composta em 1926 por Giacomo Puccini e está presente no último ato da ópera ‘Turandot’. Apesar de estarmos chegando à quarta composição (“Swords in the Wind”), o clima ainda se mantém contido, sem tantas mudanças de tempo, deixando tudo pomposo e arrastado demais, mostrando que a balança do equilíbrio não foi calibrada. Mas, tenha um pouco de paciência, caso queira algo mais veloz.
Enquanto isso, o segundo (e último cover) se dá com “An American Trilogy”, composta e executada originalmente por Mickey Newbury e interpretada por Elvis Presley, logo em seguida. Sem exageros na performance, a banda acertou na escolha e a faixa se adéqua facilmente ao restante do track list. Retornando ao lado autoral, “Warriors of the World United”, assim como aconteceu com a primeira faixa, aquela pegada forte e empolgante retorna para dar uma injeção de ânimo, além de preparar o ouvinte para a reta final do trabalho.
Para você que já estava achando tudo muito contido demais, eis que a bússola muda de direção e a partir de “Hand of Doom” terás a sua salvação. Nesta, por sua vez, o esquema é aquele Heavy Metal rápido, para bater cabeça e encher a cara com muita cachaça ao som de uma bateria enérgica, riffs e solos impactantes, um vocal que definitivamente foi forjado para esse estilo e até uns teclados para dar aquele tchan na bagaça toda! Gostou disso? Então espera que tem mais: “House of Death” é extremamente direta, bruta e igualmente nada econômica no que se diz respeito a velocidade. Encerrando a obra, “Fight Until We Die” reduz um pouco a agressividade, mas mantém o pique de empolgação nas alturas com uma levada rítmica que quase esbarrou no Power, mas como o negócio aqui é o “True”, ‘tá tudo certo!
E o saldo, como ficou? Como um gráfico de estatísticas, oscilando aqui e ali, como deve ser possível notar ao longo do texto, mas sem atingir momentos de tensão negativa, no final das contas. O “porém” (entre aspas mesmo, já que não é o fim do mundo também…) fica pela disposição das faixas, que do início até mais da metade se focou em algo mais cadenciado, e deixando três faixas rápidas para o final, literalmente… Enfim, saiba identificar os melhores momentos e os aprecie sem moderação!
Formação:
Eric Adams (vocal)
Karl Logan (guitarras e teclados)
Joey DeMaio (baixo, piccolo e teclados)
Scott Columbus [R.I.P. 2011] (bateria)
Faixas:
01. Call to Arms
02. The Fight for Freedom
03. Nessun Dorma
04. Valhalla (Instrumental)
05. Swords in the Wind
06. An American Trilogy (Mickey Newbury cover)
07. The March (Instrumental)
08. Warriors of the World United
09. Hand of Doom
10. House of Death
11. Fight Until We Die.
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