O Manowar é a personificação do “true metal”, tanto musicalmente como visualmente, a banda nunca se importou com comentários pejorativos ligados ao seu “way of life”, pelo contrário, usam estes como degraus da sua escalada ao Valhalla do Heavy Metal, quanto aos críticos, são apenas “posers” e estão convidados a se retirarem do salão, quanto aos fãs, são fieis e nunca os abandonaram, Stand and Fight!!
Hoje o assunto é o clássico “Hail to England”, terceiro álbum de estúdios dos guerreiros americanos, lançado em Fevereiro de 1984. O nome do álbum é uma referência ás bandas inglesas de Heavy Metal, que vinham dominando o mundo com o NWOBHM, essa homenagem pode ser facilmente notada na capa do disco, a qual traz um guerreiro empunhando na mão direita uma espada suja de sangue (não poderíamos esperar algo diferente), e no seu punho esquerdo a bandeira da Grã – Bretanha.
Depois do ótimo debut, “Battle Hyms”, com sua sonoridade mais Hard Rock, trazendo influências de bandas como Deep Purple, e o heavy embrionário do Judas Priest, os rumos direcionados a um som mais pesado e temático foi iniciado no segundo álbum da banda, o muito bom “Into Glory Ride”, a consolidação e firmação desse estilo veio aqui, em 1984, com o já citado “Hail to England”.
Começaremos a dissecar o play pela grandiosa abertura, “Blood of My Enemies” que inicia o disco de forma gloriosa, e de cara já percebemos que a banda soa mais encorpada, distorção mais pesada, o baixo agressivo de DeMaio anuncia uma pedrada, e ao fim do grito de Adams o riff matador de The Boss toma as rédeas e dá direção à música. A interpretação vocal é o ponto alto, principalmente no belo refrão.
“Each Dawn I Die” soa clássico, soa firme, soa como uma canção metal deve soar. Joey DeMaio dá um show na condução, e apesar da melodia ser mais comedida, Eric Adam não decepciona (muito difícil de isso acontecer), mantém bem o ritmo e quando sobe as notas, o faz com maestria, mas quem rouba a cena dessa vez é Ross The Boss, que solo meus amigos, muita energia e técnica destiladas! Na sequência, a enérgica “Kill With Power” distribui palhetadas rápidas, cavalgadas e gritos estridentes, não há tanto o que acrescentar aqui, nem ela ao disco, mas longe de ser um momento ruim.
A faixa título se apresenta com uma pegada mais NWOBHM, mais um ótimo trabalho vocálico de Eric Adams, destaco o coral no refrão, é épico, é pra gritar junto, o final é belo e apoteótico, um ótimo momento.
“Army The Inmortals” dá sequencia ao play, para esse escriba aqui é uma das melhores faixas do disco, o início já é vibrante, Eric Adams nos ordena a bater cabeça junto com ele ao som do riff pegajoso de The Boss. A dupla toma a batuta e comanda a música, a dobradinha voz e guitarra enquanto Eric grita a plenos pulmões repetidas vezes: “-Stronger”, Boss sola como se não houvesse amanhã, é empolgante demais, belo dueto!
Em todo ótimo grupo sempre há uma ovelha negra, e das faixas que compõem o “Hail to England”, “Black Arrows” é o pontinho vermelho num mar cristalino, ao meu ver, é uma faixa sem sentido algum, é apenas um momento onde Ross The Boss quis mostrar toda a sua virilidade, exibicionismo e virtuose, pena que não empolga, pelo menos a mim. Talvez, se fosse apenas um interlúdio de alguns segundos para emendar a faixa seguinte, não soasse tão desconexo, mas o solo se estende por pouco mais de 3 minutos, é muito açúcar no melaço, não perde a receita, mas não incrementa nada.
O melhor sempre fica para o final, a épica “Bridge of Death” encerra o full-lenght ao melhor estilo Manowar, o dedilhado limpo que introduz a canção é formidável, a melodia cantada por Adams é de encher o coração, ele mostra o quão versátil e eficiente é quando a distorção entra e eleva os tons, o andamento muda e a qualidade da composição se mantém. É, sem dúvidas, o melhor momento do álbum, vale cada minuto de audição.
“Hail to England” abriu caminho para o Manowar invadir a Europa, foi após o seu lançamento que a banda começou a tocar mais rápido e mais pesado, conquistando mais adeptos e fomentando o seu ideal dentro do cenário Rock’n’Roll.
Manowar – Hail to England
Data de Lançamento: Fevereiro de 1984
Gravadora: Megaforce Records
Tracklist:
1. Blood of My Enemies
2. Each Dawn I Die
3. Kill With Power
4. Hail to England
5. Army of the Immortals
6. Black Arrows
7. Bridge of Death
Formação:
Eric Adams – Vocais
Ross the Boss – Guitarra e teclados
Joey DeMaio – Baixo
Scott Columbus – Bateria
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