INTRODUZINDO: Twenty é o nono álbum de estúdio da banda norte-americana Lynyrd Skynyrd lançado no ano de 1997. O título do álbum faz referência ao aniversário de vinte anos do acidente aéreo que vitimou o vocalista original e principal compositor da banda, Ronnie Van Zant, o guitarrista Steve Gaines e a cantora de fundo Cassie Gaines.

RELEASE: Lynyrd Skynyrd é uma banda americana de Rock formada em 1964, na cidade de Jacksonville, no estado da Flórida. A banda tornou-se conhecida no sul dos E.U.A. no ano de 1973, ganhando notoriedade internacional principalmente após a tragédia descrita acima.

A banda retornou em 1987 apresentando como novo líder o irmão mais novo de Ronnie, Johnny Van Zant dando continuidade no trabalho musical até hoje. O grupo foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 2006, sendo que ao longo de sua carreira vendeu mais de 50 milhões de discos.

DISSECANDO O DISCO: Os primeiros segundos no disco já são atrativos aos ouvidos: um riff clássico, colante, utilizando a saturação mínima do amp, apenas aquela “quenturinha” de leve, para ir aos poucos aquecendo os corações que amam um Rock. A faixa de abertura intitulada We Ain’t Much Different apresenta o que teremos pela frente por cerca da próxima uma hora: um “rock’n’roll country” de primeira. Para aqueles que conhecem apenas o maior clássico da banda – Sweet Home Alabama – sugiro que, necessariamente, trate de expandir (“urgentemente”) seu conhecimento musical sobre o trabalho do Lynyrd Skynyrd –  assim como deve ser feito com tantas outras bandas.

A música é perfeita para um show ao vivo, ou para fumar um cigarro enquanto se dirige um hot-rod em uma estrada sem fim. Bring It On vem na sequência, com a mesma “quentura”, apenas com um pouco mais de gingado. Até aqui, verdadeiramente surpreendido! Os solos nessa música acordam até defunto em repouso eterno… “Voodoo Lake” chega mais “tímida” com uma melodia que representa perfeitamente o “Velho Oeste” americano. A música segue carregando essa melodia introdutória, que vai crescendo até culminar em seu clímax, é claro,no refrão. “Home Is Where the Heart Is” seria uma grande balada, se não fosse pelo fato “de que não é uma balada”. Ao menos, não considerei… mas, é uma grande canção, de sentimento profundo e totalmente “cantante”.

Realmente, é uma música perfeita após a outra esse disco! “Travelin’ Man” engrossa o caldo e prova que o Lynyrd Skynyrd ainda tem muita “bala na agulha” pela frente. A canção tem pegada, um refrão forte e uma estória que cativa o ouvinte pelo personagem representado.

“Talked Myself Right Into It” tem uma pegada um tanto “anos 60-70”, com aquela pegada dançante promovida à época por Jerry Lee e Cia. A música trás consigo muitas passagens de piano, o que anima a festa, junto ao corais que são o clichê do estilo. Neste ponto, sentimos uma redução de ritmo, quando “Never Too Late”  se apresenta. Mas, a calmaria dura pouco. Logo a track novamente retoma o bom e velho Rock’n’Roll. Não há tempo para fraquejar. “O.R.R.” segue a “onda da antecessora, apresentando mais uma faixa que mescla melodia e gingado. O refrão é pegajoso e fácil de assimilar logo na primeira ouvida. A sigla significa “Outlaws, Renegades, Rebels “ (foras-da-Lei, renegados e rebeldes), e trás mais uma letra muito interessante para se apreciar junto à canção. Alias, este é realmente o ponto forte do Lynyrd Skynyrd, para quem curte é claro: os caras não perdem tempo escrevendo “qualquer coisa”… as letras, TODAS, são muito interessantes e carismáticas. 

E já que estamos no assunto, “Blame It on a Sad Song” , que considero a única balada de verdade do disco, trás uma letra profunda e altamente reflexiva – quando a banda resolve dar um salto na praia do Hard Rock pra ver como se sai. Vale muito a pena conferir. “Berneice” , quando se inicia, até da um susto no ouvinte: parece que trocou o disco e nem notamos, mas, logo a gente se apruma e percebe mais uma grande canção. Com um refrão forte e uma estória bem animada, a track consegue ainda manter o ouvinte conectado com o disco, mesmo após cerca de 40 minutos de música – o que é muito relevante num disco. “None of Us Are Free” se inicia com uma percussão interessante, e com um gingado diferenciado das antecessoras. Mais um ponto positivo no disco, que marca pela grande diversidade das canções, ao tempo que o conjunto denota a forte identidade da banda. “How Soon We Forget” se inicia como um “quase country raiz”, com apenas uma viola, uma gaita e uma percussão bem tímida acompanhando a melodia vocal. Chegamos a última faixa do disco, quase com um sentimento de “quero mais”: “Sign of the Times” , que apresenta um sentimento obscuro, com uma melodia ao mesmo tempo épica e perturbadora. Sem dúvida, a faixa perfeita para finalizar o disco!

CONCLUSÃO: uma banda de tradição, amada por todos. Um pouco subestimada, talvez, mas, qual artista não é? Mesmo assim, um dos maiores nomes do Rock’n’Roll mundial de todos os tempos. Este disco, dentre todos da discografia, me chamou muito a atenção pela qualidade sonora e a criatividade exacerbada exposta. Nada seria mais justo que dar uma nota 10 para esta pérola, que será eterna nas Rochas do Rock!

NOTA: 10.

Lynyrd Skynyrd – Twenty
Lançamento – 1997
Gravadora – CMC Int. Rec.

Lynyrd Skynyrd – Twenty

“We Ain’t Much Different” 
“Bring It On” 
“Voodoo Lake” 
“Home Is Where the Heart Is” 
“Travelin’ Man” 
“Talked Myself Right Into It” 
“Never Too Late” 
“O.R.R.” 
“Blame It on a Sad Song” 
“Berneice” 
“None of Us Are Free” 
“How Soon We Forget” 
“Sign of the Times”

Formação no disco:

Gary Rossington – guitarra solo, base, acústica e slide
Johnny Van Zant – vocal
Leon Wilkeson – baixo
Ricky Medlocke – guitarra solo, base, acústica e slide, e background vocals
Hughie Thomasson – guitarra solo, base, acústica e slide, e background vocals
Billy Powell – piano e órgão
Owen Hale – bateria e percussão
Ronnie Van Zant – vocais em “Travelin’ Man

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