O ano era 1964, quando um grupo de jovens se reuniu na cidade de Jacksonville, na Flórida, mas a verdade é que o núcleo do que viria a se tornar o Lynyrd Skynyrd só começou a tomar forma em 1966, quando o vocalista Ronnie Van Zant e seu vizinho, o baterista Robert Burns, se uniram a um colega de escola, o guitarrista Gary Rossington e ao baixista Larry Junstrom. Na sequência foi avez do guitarrista Allen Collins se unir a formação. Faltava definir um nome, e nesse período inicial foram vários os adotados: My Backyard, Noble Five, Wildcats, Sons of Satan, Conqueror Worm, Pretty Ones, One Percent.
Tudo mudou em uma apresentação no ano de 1970, onde Ronnie apresentou a banda da seguinte forma: “Nós somos a One Percent, mas vamos mudar nosso nome esta noite. Todos que quiserem que mudemos para Leonard Skinner, aplaudam!”. Contextualizando a discurso, Leonard Skinner era o professor de ginástica de Ronnie, Gary e Bob na escola, e vivia perseguindo os 3 devido aos cabelos longos que adotavam. O público, que conhecia bem o professor, vibrou com a ideia, e após pequenas alterações, com a substituição das vogais pela letra Y, nascia uma lenda.
Saltamos alguns anos e vamos para 1973, quando já com sua formação bem estabelecida, contando com Ronnie Van Zandt (vocal), Gary Rossington (guitarra), Allen Collins (guitarra), Ed King (guitarra), Leon Wilkeson (baixo), Billy Powell (teclado) e Bob Burns (bateria), a banda entra em estúdio para gravar seu debut, brilhantemente intitulado Pronounced ‘Lĕh-‘nérd ‘Skin-‘nérd. As gravações ocorreram entre março e maio daquele ano, e em 13 de agosto, finalmente é lançado, através da MCA Records.
Poucos álbuns de estreia na história do Rock conseguem a façanha de serem mais marcantes do que Pronounced ‘Lĕh-‘nérd ‘Skin-‘nérd. Em um cenário fortemente dominado por bandas inglesas, como Led Zeppelin, The Who e Pink Floyd, o Lynyrd Skynyrd chegou surpreendendo com sua mescla de Rock sulista – influência de nomes icônicos como The Allman Brothers Band e Creedence Clearwater Revival -, com Hard Rock e Blues. Surgia a maior banda de Southern Rock de todos os tempos.
A abertura se dá com a forte “I Ain’t the One” e seus ótimos riffs, tendo sequência com a emocionante balada Tuesday’s Gone, um clássico instantâneo, e a contagiante “Gimme Three Steps”. Eis então que surge uma daquelas músicas definitivas e que poucas bandas no mundo teriam capacidade de compor, a fantástica “Simple Man”. Tudo aqui é perfeito! O álbum continua com uma sequência viciante, formada por “Things Going On”, “Mississippi Kid” e “Poison Whiskey”, verdadeiras aulas de Southern Rock. O álbum se encerra de forma magnânima com outro clássico definitivo, “Free Bird”. São cerca de 9 minutos de uma verdadeira aula de música, e com um dos melhores solos de todos os tempos. Não soa exagero dizer que ela é uma das melhores músicas já compostas na história do Rock.
Aliás, nada melhor do que encerrar esse texto respondendo a icônica primeira frase de “Free Bird”: “If I leave here tomorrow, would you still remember me?”. Sim, sempre lembraremos.
Tracklist:
01. I Ain’t the One
02. Tuesday’s Gone
03. Gimme Three Steps
04. Simple Man
05. Things Going On
06. Mississippi Kid
07. Poison Whiskey
08. Free Bird
Formação:
Ronnie Van Zandt (vocal)
Gary Rossington (guitarra)
Allen Collins (guitarra)
Ed King (guitarra)
Leon Wilkeson (baixo)
Billy Powell (teclado)
Bob Burns (bateria)