No início, havia os Três Dinossauros do Rock.

Se o Black Sabbath representava o lado soturno e sombrio do Heavy Metal que estava surgindo, e o Deep Purple o lado que fundia o peso com melodias bem consistentes e algum toque de música clássica, o Led Zeppelin era o mais diversificado e com maior leque de musicalidade.

O grupo surge após o fim dos The Yardbirds, de onde veio Jimmy Page. Mas ele não queria parar, e montou um time para completar a tour do Yardbirds pela Escandinávia. Junto com o baixista original, Chris Dreja, e com a autorização devida, juntaram forças com Robert Plant, do Band of Joy (e que fora indicado por Terry Reid, que recusara o posto na banda). Robert, por sua vez, indicou John Bonham para a bateria, que relutou muito, mas acabou aceitando. Após a tour, Chris foi ser fotógrafo, e o baixo foi para as mãos de John Paul Jones, velho conhecido de Jimmy desde a época em que eram músicos de estúdio. E após alguns shows, mudaram o nome para Led Zeppelin, em uma alusão que uma banda com Jimmy e Jeff Beck (seu colega de seis cordas dos tempos de Yardbirds) subiria como um balão de chumbo (ou seja, era desastre certo). Mas como ambos não estavam mesmo, ficou no que ficou.

Ainda bem.

“Led Zeppelin”, primeiro disco do grupo, foi um sucesso comercial (embora a crítica tenha falado poucas e boas, como a Rolling Stone, que tem a mania de perseguir o que é novo, ou o que é Rock, ou ambos). Mas era preciso ir adiante, e o quarteto não se segurou e soltou um disco definitivo: “Led Zeppelin II”.

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A maior diferença entre ele e seu antecessor é que o grupo, sonoramente falando, está muito mais coeso e ousado. As vocalizações sensuais de Robert estão muito melhores, e seus timbres fortes e agudos são encantadores; falar de Jimmy Page e do quanto ele é versátil é injusto, pois ele é um dos mestres das seis cordas mais criativos de todos os tempos (reparem que há momentos no disco em que ele usa técnicas que só ficariam conhecidas anos depois), J. P. Jones é versátil e seguro no baixo, fazendo muito bem seu papel (embora isso para o grupo seja bem mais que muitos baixistas de hoje em dia conseguiriam fazer), e John Bonham é único, unindo peso, feeling e técnica de forma magistral e muito pessoal. E impera o equilíbrio entre os quatro, mesmo com tanta diversidade musical e experimentalismos juntos!

https://www.youtube.com/watch?v=Mln0RciE2o0&list=PLQ5ViwnWZ_8r3NTFYznTIaVVMPMRz_YvO

Um dos fatores mais interessantes do disco é que ele soa pesado, coeso e intenso, mesmo com a loucura das gravações (devido às excursões, a banda usou vários estúdios para gravar as músicas separadamente). E mesmo assim, “Led Zeppelin II” é uma jóia de uma sonoridade pesada, orgânica e clara. Ouve-se claramente cada detalhe, e eles são muitos! Um trabalho muito bom de Jimmy na produção, e tendo o hoje consagrado Eddie Kramer fazendo a engenharia e a mixagem do álbum (que ele fez em dois dias junto com Jimmy).

A arte é baseada em uma foto da Primeira Guerra Mundial, e com detalhes que pode encontrar a descrição pela internet. Óbvio que era algo estranho para todos, mas o Led Zeppelin nunca seria convencional em nada.

https://www.youtube.com/watch?v=_xvTmpc4eX4&list=PLQ5ViwnWZ_8r3NTFYznTIaVVMPMRz_YvO&index=5

Podemos dizer que “Led Zeppelin II” é uma das pedras angulares do que viria a ser o Metal, trazendo grande influência de Blues e Soul Music para o gênero (e ainda tem gente burra que acha que o groove musical entrou no Metal nos anos 90… Haja paciência com clones dos anos 80), mas tudo isso ainda viria a florescer ainda mais adiante na discografia do grupo.

Não seria justo fazer grandes destaques no disco, mas hinos como “Whole Lotta Love” e seu swing mulato forte e vibrante (onde se destacam os vocais de Robert e as viagens de Jimmy nas seis cordas), a jazzística e pesada “The Lemon Song” (com uma exibição de gala de J. P. Jones no baixo); a belíssima e progressiva “Thank You” com seus toques de Folk perfeitos e belos backing vocals, as densas e já evidentemente pesadas “Heartbreaker” e “Living Loving Maid (She’s Just a Woman)” são os grandes destaques do disco. Mas a instrumental “Moby Dick” merece palavras especiais, pois é uma das canções onde se percebe a força e importância de John na bateria, especialmente por seu ótimo solo (que se agigantava ao vivo, transformando os quatro minutos e meio do estúdio em quase 15 minutos ao vivo).

No mais, “Led Zeppelin II” é um disco seminal e importante para a consolidação do Metal em muitos aspectos.

https://www.youtube.com/watch?v=mRJ9_yHiNmg&index=8&list=PLQ5ViwnWZ_8r3NTFYznTIaVVMPMRz_YvO

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Formação:
Robert Plant (vocal, harmônica);
Jimmy Page (guitarra, backing vocals, teremim em “Whole Lotta Love”);
John Paul Jones (baixo, órgão, backing vocals);
John Bonham (bateria, percussão, tímpano, backing vocals).

Faixas:
01 – Whole Lotta Love
02 – What Is and What Should Never Be
03 – The Lemon Song
04 – Thank You
05 – Heartbreaker
06 – Living Loving Maid (She’s Just A Woman)
07 – Ramble On
08 – Moby Dick (Instrumental)
09 – Bring It On Home

 

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