Em 2005, enquanto o Krisiun fazia uma turnê pela Europa, surgiu a oportunidade de gravar o sucessor de “Bloodshed” (2004). Para o próximo lançamento, resolveram chamar o produtor Andy Classen, que havia trabalhado com a própria banda em “Conquerors of Armageddon” (1999). Andy levou-os ao Stage One Studios da Alemanha e o resultado foi a materialização de “AssassiNation”, lançado no dia 21 de fevereiro de 2006.
O álbum é mais uma dose generosa da perícia de Alex Camargo (vocal e baixo), Max Colesne (bateria) e Moyses Colesne (guitarra). Eles ensinam com competência de pioneiros, como se faz um verdadeiro Death Metal com propriedade avassaladora e carga extra de evolução. O nível técnico aplicado em suas doze canções reforça e justifica a adoração dos seguidores atraídos pela rispidez dos vocais, brutalidade dos compassos e domínio de harmonia. Essa receita que sempre esteve presente na música dos gaúchos, associada a uma das melhores produções que a banda já mergulhou, torna este álbum um dos itens de referência do trio.
“Bloodcraft”, como faixa de abertura, já deixa o ouvinte seguro da “destruição” que se promove pelos próximos quarenta minutos. Sem detalhes sórdidos, o Krisiun agiganta-se em paradas mortais e pedaladas sumárias. Mas este é um disco que adiciona à banda outras experiências, portanto, seus pequenos detalhes são de suma importância para entendermos seu direcionamento.
O amadurecimento que a banda atingiu nessa fase pode ser resultado de anos de experiência em estúdios e em estradas, fatores que poderiam ter influenciado na construção de melodias como as de “H.O.G. (House Of God)”. Na contramão de regências mais estrondosas, a exemplo de “Vicious Wrath” e “United In Deception”, os músicos deixam aflorar um lado experimental em “Doomed” e “Summon”, mostrando que versatilidade também faz a diferença.
Como não é surpresa para nenhum fã, o Krisiun sempre expôs suas referências musicais, principalmente para quem acompanhou os últimos shows onde testemunhou a banda fazendo cover do Motörhead. Mas isso não foi a primeira vez, já que em “AssassiNation”, os irmãos incluíram “Sweet Revenge”, originalmente gravada pelos britânicos no álbum “Bomber” de 1979.
“AssassiNation” é uma prova plausível de que caminhos diferentes podem chegar a um mesmo objetivo. Seguro disso, o Krisiun apostou e acertou. Não deixou cair a energia e ainda conseguiu ampliar o número de admiradores. Este certamente será mais um clássico do Death Metal, pela direção e contribuição que foram dadas à sua cara mais violenta. Não poderia vir de outras pessoas, senão daqueles que criaram o Brutal Death Metal.
Formação:
Alex Camargo (baixo/vocal)
Moyses Kolesne (guitarra)
Max Kolesne (bateria)
Faixas:
01 – Bloodcraft
02 – Natural Genocife
03 – Vicious Wrath
04 – Refusal
05 – H.O.G (House of God)
06 – Father’s Perversion
07 – Suicidal Savagery
08 – Doomed
09 – United in Deception
10 – Decimated
11 – Summon
12 – Sweet Revenge (Motorhead)