Quando recebi a mensagem de um dos editores da Roadie Metal que eu faria uma resenha do primeiro álbum do Korn, identifiquei que seria uma tarefa interessante. O motivo para tal é que teria que lutar contra um monstro interno. O fato de eu detestar o Grunge e seus consequentes ramos, como o Nu Metal, proposta musical a qual o Korn se prontificou a estabelecer. Afinal de contas, não poderia deixar que essa minha aversão ao gênero interferisse na percepção dos leitores e ouvintes da Roadie Metal. Então, me isolei no último sábado (03/08) e ontem (04/08) para mais uma vez dar uma chance ao Korn e/ou ao estilo. Mas como desde os anos 90, a coisa não desceu. Contudo, dito isso, e com bastante cuidado nas palavras, vamos ao que interessa.
Voltemos para o final da primeira metade dos 90’s. Alguns dos principais expoentes do Grunge estavam estagnados, fosse pelo fim trágico de algum integrante, ou até mesmo por lançamentos fracos e obsoletos. E foi nesse contexto que o Korn surgiu, meio que dando uma repaginada no estilo, mantendo a rebeldia, melancolia e problemas internos do ser humano nas letras aliados numa musicalidade com guitarras em uma afinação bem mais baixa, doses extras de groove e uma levada bem arrastada adicionada de experimentalismos. Nascia assim o Nu Metal, onde o dito cujo primeiro trabalho da banda é considerado o pioneiro do estilo.
O debut do Korn foi gravado entre os meses de maio e junho de 1994 no Indigo Rancho Studios, na ensolarada Malibu, Califórnia, e chegando nas prateleiras das lojas no dia 24 de outubro daquele mesmo ano, lançado pela Epic Records. Me chamou a atenção a imagem impactante da capa, já deixando no ouvinte a impressão que o conteúdo lírico não estava para brincadeiras.
Não ficarei aqui dissecando faixa por faixa, afinal de contas, seria chover no molhado, haja vista que o álbum é bastante conhecido ao redor do planeta, tendo sido um sucesso de vendas enorme em se tratando de um disco de estreia, trazendo vendas que ultrapassaram as 20 milhões de cópias. Os singles “Blind”, “Need To”, “Shoots And Ladders” e principalmente “Clown” também tiveram impacto no sucesso do trabalho. O meu destaque vai para a versatilidade do vocalista Jonathan Davis, que além de trazer excelentes timbres, traz uma carga emocional nas interpretações ímpar.
Resumo da ópera. Pelas excelentes vendagens, há sim qualidades positivas no álbum. E por ser o ponta pé inicial de um novo estilo, é item obrigatório para os fãs do estilo. Sem sombras de dúvidas, um marco histórico na história da música.
Formação:
Jonathan Davis (vocais)
Brian Welch (guitarras)
James Shaffer (guitarra)
Fieldy (baixo)
David Silveria (bateria)
Faixas
01. Blind
02. Ball Tongue
03. Need To
04. Clown
05. Divine
06. Faget
07. Shoots And Ladders
08. Predictable
09. Fake
10. Lies
11. Helmet In The Bush
12. Daddy