Lançado no dia 19 de maio de 1992, o álbum Revenge marca uma das fases mais produtivas e tristes em toda a história da banda Kiss, em novembro de 1991 morre o baterista Eric Carr, derrotado por um câncer devastador que deixou todos os músicos e fãs da banda em pleno choque e profunda tristeza.

Em seu lugar foi recrutado o excelente Eric Singer, com passagens por Black Sabbath, Alice Cooper, Badlands e na época excursionando com o vocalista Paul Stanley, a banda Kiss dedicou todo o álbum ao seu ex-baterista e em sua proposta musical foi muito além do que tanto a mídia, quanto ao publico poderiam esperar da banda.

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Revenge é considerado por muitos, (Isso inclui esse que escreve) um dos melhores álbuns de toda a carreira da banda e com toda certeza o melhor da fase sem máscaras, pesado e mesclando linhas mais Heavy Metal com Hard Rock, eles deixam totalmente de fora o lado mais comercial do Glam Metal no qual durante mais de uma década exploraram como principal fonte na parte criativa da banda.

Pesado e com muito Groove, as linhas de guitarras cheias de riffs e solos rápidos, dão um dinâmica ao Kiss mais sombria jamais vista em outros trabalhos da dupla Genne Simmons e Paul Stanley, a dupla de compositores brindam ao ouvinte com melodias fortes, linhas vocais mais sóbrias, velocidade e muito peso, mas claro sem perder a qualidade e identidade que somente o Kiss sabe como fazer.

Abrindo o álbum já temos um grande impacto com os riffs pesados e distorcidos de Bruce Kullick, na sequencia uma melodia pesada e sombria vai de encontro com os vocais densos, quase beirando ao gutural, de Gene Simmons, os refrões de “Unholy” são intrínsecos e muito bem elaborados.

“Take It Off” tem em sua letra o que o Kiss mais gosta, sexo, mulheres, desejo, aquilo que todo fã sabe de cor e salteado, essa música é excelente do inicio ao fim, Paul Stanley no auge, com seu vocal límpido e claro, agudos precisos e uma harmonia pesada, uma música que permite você sentir aquele feeling que faz qualquer se mexer ao ouvir a música. Eric Carr assume seu posto como baterista e conduz a música em todas as suas cadencias de forma magistral. Ouso dizer que essa música deveria ser executada em todo show da banda.

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Na sequência a faixa “Touch Love” é obscura e arrastada, com muito peso e refrões divididos entre Stanley e Simmons, uma música diferente de tudo que a banda lançou anteriormente, Paul canta de forma desleixada, mas com muita qualidade. Uma excelente música que consegue transitar entre o Heavy e o Hard de forma perfeita. Confira o solo que o Bruce executa na faixa e tire suas conclusões.

“Spit” é uma típica música de Gene Simmons, vários break e uma linha de baixo marcante, nessa faixa Stanley e Simmons dividem as partes no vocal, e o mais legal é que na parte de cada um a música toma um andamento diferente.

“God Gave Rock & Roll To You II” foi a que alcançou maior destaque no álbum, alcançando 4º no reino unido, uma melodia doce e muito agradável à faixa é sempre lembrada como a faixa de encerramento dos shows da banda em todo o mundo.

Uma das melhores músicas que Gene Simmons já cantou, como se conta uma história, “Domino” tem sua letra contado detalhe a detalhe pelo mestre da língua. Uma música marcante com todos os arranjos pesados e uma técnica perfeita. A banda soa precisa e pesada, ótima música para você entender do que se trata o álbum.

“Heart of Chrome” é o fogo que faltava na pista, Stanley canta de forma perfeita com muita energia, agudos altos e um balanço que deixa música contagiante, solos poderosos que abrilhantam ainda mais a música. Como é bom saber que após alguns fiascos a banda voltava com tudo, e estamos falando de uma época que o Grunge ainda reinava e o rock alternativo surgia com uma grande e nova expoente da juventude da época.

Considero a faixa “Thout Shalt Not” a mais pesada de todo o álbum, refrão frio, guitarras diretas, bateria pesada e o vocal de Gene Simmons extremamente raivoso. Essa música se encaixaria em qualquer obra de heavy metal dos anos 90 sem nenhuma desconfiança por parte dos fãs do estilo.

Com tanto peso a banda pisa no freio e apresenta uma das mais belas baladas já feitas por uma banda de Hard/Heavy da história, “Every Time I Look At You” é doce e de uma levada que ate mesmo o fã mais radical a baladas irá se emocionar com uma harmonia tão suave e bem composta, violões, instrumentos acústicos e uma orquestra dão o toque a mais para a grandeza dessa balada. Perfeita do início ao fim.

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Mais uma pedrada rápida e cheia de groove e breakdown, “Paralyzed”tem seu lado pesado e dançante, mesclados com vocais que buscam uma veia mais Funk-Rap , inovador e muito bem produzido a banda mesmo fugindo um pouco da proposta inicial do álbum, consegue manter toda a qualidade nessa faixa.

Como encerrar um grande álbum? O Kiss em Revenge fez de forma perfeita deixando “I Just Wanna” como a cereja do bolo, música gostosa de ouvir, impossível não se pegar cantando e se imaginando em uma estrada em alta velocidade, que grande música!! Paul Stanley é um mestre ao se tratar de suingue, e é isso que a música apresenta um suingue que deixa toda a faixa contagiante.

A banda deixa sua homenagem ao grande músico Eric Carr na faixa “Carr Jam 1981”, lembrando que Eric Carr aprendeu tudo sozinho e nunca sequer fez uma aula de bateria.

Revenge é uma volta com honras mais que merecidas do Kiss ao lugar de “A Maior Banda do Mundo”, pesado, sombrio, frio, perfeito. Esse é o trabalho da banda em sua volta ao seu lugar de direito.

Revenge (1992)

01 – Unholy

02 – Take It Off

03 – Tough Love

04 – Spit

05 – God Gave Rock & Roll To You

06 – Domino

07 – Heart Of Chrome

08 – Thou Shalt Not

09 – Every Time I Look At You

10 – Paralyzed

11 – I Just Wanna

12 – Carr Jam 1981

Formação

Paul Stanley (Vocal/Guitarra)

Gene Simmons (Vocal/Baixo)

Bruce Kullick (Guitarra)

Eric Singer (Bateria)

https://www.youtube.com/watch?v=PzxAhAfvJEw

 

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