O ano era 1985. Um ano decisivo para o Heavy Metal.
Iron Maiden e Judas Priest fortaleciam seus nomes no cenário ao mesmo tempo que o thrash surgia no underground com bandas como Anthrax, Metallica, Slayer, Exodus entre outras. O Death Metal apareceria mais pra frente mas era eminente seu surgimento com bandas seminais que viria a impulsionar esse estilo, uma delas era o Possessed. E na parte hard rock estávamos vivendo o auge.
Os primeiros álbuns do Bon Jovi, que já figurava como uma grande promessa no futuro, o debut de Diamond Dave após a saída dele do Van Halen, Dokken, Ratt, Motley Crue e Guns’n’Roses estavam dividindo os holofotes, e nesse meio estava o Kiss.

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Eric Carr, Bruce Kulick, Paul Stanley e Gene Simmons

Vindo de dois discos que fizeram a banda voltar ao maistream – Creatures Of The Night e Lick It Up – além do Animalize e Asylum lançado no ano de 85.
Com todo esse cenário de competitividade, o Kiss ainda tinha que administrar  a pouca presença de Gene Simmons nas composições e nos ensaios devido ao namoro que o baixista estava tendo com a indústria cinematográfica. Isso deixou Paul Stanley com a função de segurar o piano, ou seja, compor a maioria das canções e ainda produzir e performá-las. Desmond Child foi o maior parceiro dele nesse disco compondo cinco músicas.
Asylum foi lançado no dia 16 de setembro de 1985 – o título original era Out Of The Asylum – tornando-se um dos discos mais legais da era “cabelo-de-boneca” na minha opinião, e paralelamente souberam manejar muito bem a sua imagem na recém-inaugurada MTV que rodava seus video-clipes à exaustão.
Outro agravante é que nessa época toda banda que se preza tinha que ter um shredder, ou seja, um guitarrista que conseguisse aliar melodia com a velocidade da luz em seus solos, e Bruce Kulick era o cara certo pra essa função no Kiss.

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Asylum Tour

KING OF THE MOUNTAIN
Começa com uma ótima introdução de bateria de Eric Carr e um refrão ganchudo e por isso mostram o porquê dela ter sido uma escolha perfeita para ser a música de abertura do álbum. Solo magnífico de Kulick é mais um trunfo glorioso para a banda.

ANY WAY YOU SLICE IT
Gene Simmons performa brilhantemente nessa faixa e ela é uma das minhas favoritas. Rock’n’roll dos bons que lembra a sonoridade que a banda estava moldando no final da década de 70.

WHO WANTS TO BE LONELY
A única faixa lançada em single. Quando a ouvi pela primeira vez senti que tinha um clima de vitória por causa desse refrão épico que ela tem. Uma ótima canção com uma perfomance matadora de Paul Stanley nos vocais, aliás a estrutura da música é muito boa, ou seja, um excelente blend entre hino do rock com o poder de uma balada.

TRIAL BY FIRE
Gosto bastante dessa faixa, ela é realmente uma música excelente. Infelizmente é curta e poderia ter mais uns 2 minutos tranquilamente.

I’M ALIVE
Lembra um pouco a faixa Gimme More que Paul Stanley compôs para o álbum Lick It Up. Faixa rápida e contagiante porém os méritos vão para o excepcional Eric Carr, um dos maiores bateristas de todos os tempos, e para Bruce Kulick que em seu primeiro trabalho não desaponta, simplesmente debulha!

LOVE’S A DEADLY WEAPON
Começa até bem com um riff que me faz lembrar de leve o Motörhead, mas a coisa desanda no refrão. Sem alma. Acho que Gene foi um pouco infeliz na composição dessa faixa. Nem o berro espetacular no final dela salva. Próxima.

TEARS ARE FALLING
Ótimo vocal e uma batida fantástica. Essa música se tornou um dos maiores hits do Kiss desse período. Apesar de ser uma balada porém bem pesada, considero Tears Are Falling como a melhor música desse álbum.

SECRETLY CRUEL
Pode considerá-la uma faixa bem padrão para o estilo glam da época, e portanto não é uma música ruim, mas ela sofre de uma certa simplicidade – até demais – que permeou algumas músicas do Kiss dessa epoca.

RADAR FOR LOVE
Paul Stanley imprime uma melodia bem zeppeliana nos primeiros versos. Não é ruim, mas está longe de ser espetacular. Bruce Kulick detona aqui e salva o pouco que restou.

UH! ALL NIGHT
A última faixa do álbum é um das minhas favoritas dos anos 80 do KISS. “Uh ! All Night” realmente não precisa de explicação. Se você não sabe o que o KISS está cantando neste hino, então você tem vivido uma vida muito, muito monótona. O vídeo dessa música é um dos melhores também.

Enfim, Asylum é um disco subestimado. A maioria das faixas contidas nele merece uma melhor ouvida daqueles que ainda acham essa fase do Kiss muita purpurina e laquê e menos atitude. Mas a atitude aqui é festa, é não deixar os problemas do dia-a-dia interferirem na sua vida. Esse é o grande legado do Kiss, e foi através dele que comecei a me interessar mais e mais nessa coisa chamada rock, e foi por causa deles que hoje meu sobrinho é um headbanger.
The hottest band in the world……..KISS!

Ficha técnica:

Álbum: Asylum
Intérprete: Kiss
Lançamento: 16 de setembro de 1985
Gravadora: Mercury – Virgin (Europa)
Produtor: Paul Stanley e Gene Simmons

Formação:
Paul Stanley – rhythm guitar, vocais e baixo em “Tears Are Falling”
Gene Simmons – baixo, vocais
Eric Carr – bateria, percussão, backing vocals
Bruce Kulick – lead guitar, backing vocals

Participaram do Disco:
Jean Beauvoir – baixo e backing vocals em “Who Wants to Be Lonely” e “Uh! All Night”
Allan Schwartzberg – overdubs adicionais de bateria

Composições:
1. King of the Mountain (Paul Stanley/ Bruce Kulick/ Desmond Child)
2. Any Way You Slice It (Gene Simmons/ Howard Rice)
3. Who Wants to Be Lonely (Stanley/ Child/ Jean Beauvoir)
4. Trial By Fire (Simmons/ Kulick)
5. I’m Alive (Stanley/ Kulick/ Child)
6. Love’s a Deadly Weapon (Stanley/ Simmons/ Rod Swenson/ Wes Beech)
7. Tears Are Falling (Stanley)
8. Secretly Cruel (Simmons)
9. Radar for Love (Stanley/ Child)
10. Uh! All Night (Stanley/ Child/ Beauvoir)

 

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