Digníssimo(a) leitor(a), a coluna Roadie Metal Cronologia recomeça com uma nova fase de análises. Inicia-se a partir de hoje a sequência avaliativa dos álbuns criados e lançados pela banda Kataklysm. Como primogênito trabalho da banda canadense temos um exemplar enraizado no mais extremo – por vezes soa próximo ao Grind – Death Metal, além de notória crueza sonora. “Sorcery” foi gravado no Le Studio (estúdio canadense) em 1995 e contou com a formação: Sylvain Houde (vocal); Maurizio Iacono (baixo e vocal); Jean-Francois Dagenais (guitarra); Max Duhamel (bateria). Vale destacar que o álbum em voga foi produzido pelo mestre Glen Robinson com o selo Nuclear Blast.
O rastejar da palheta pelas cordas graves da guitarra sucedida pelo jogo de giros completos do botão de volume da guitarra ao executar um hammer on – gera um efeito sonoro semelhante ao produzido por um violino – são a abertura do inesperado peso musical da faixa “Sorcery”. Nota-se grande semelhança com o estilo sonoro feito pela banda Napalm Death, seja pelos vocais guturais graves ou pelo instrumental fundamentado no estilo Grind. Na sequência, “Mould in a Breed” traz a tona, mesmo que timidamente, o estilo Death Metal proposto pela banda. Nota-se a incorporação de tons e elementos de Crossover/Thrash e Hardcore em “Whirlwind of the Withered Blossoms” pois a faixa acrescenta velocidade e passagens insanas ao álbum, sendo contrastada pela abertura em tons melódicos com pitadas de Heavy Metal de “Feeling the Neverworld” – porém, subitamente a música ganha quebras de compasso bruscas e sonoridade extrema. Curiosamente, por conta da união entre peso e riffs melodiosos, “”Elder God” soa próximo ao que podemos denominar como Black/Death Metal – até o momento a mais criativa faixa – e conta com ótimas passagnes de contrabaixo. “Garden of Dreams” e “”Once… Upon Possession” mantêm a mesma linha de pensamento criativo demonstrado até o momento e não soam como destaque nem surpreendem.
Eis que, repentinamente, deparamo-nos com um riff insano de contrabaixo carregado de drive – o instrumento se destaca durante toda a música – como abertura de uma ótima faixa repleta de criatividade e eximiamente executada. “Dead Zygote” merece o estandarte de ouro e destaca-se como, sem dúvidas, a melhor música do álbum “Sorcery”.
Chegamos ao final da análise e avaliação do trabalho posto em tela com a faixa instrumental “World of Treason” – soa mais melódica e com infinitamente menos peso. É bacana de ouvir, porém não há nada de surpreendente no encerramento do álbum.
Faixas:
01. Sorcery (4:57)
02. Mould in a Breed (6:13)
03. Whirlwind of the Withered Blossoms (5:18)
04. Feeling the Neverworld (5:54)
05. Elder God (4:00)
06. Garden of Dreams (5:29)
07. Once… Upon Possession (2:38)
08. Dead Zygote (5:07)
09. World of Treason (6:35)
-
7/10