Confesso a quem estiver lendo estas linhas, que encerram a participação da banda canadense Kataklysm no Roadie Metal Cronologia, que muitas vezes acaba sendo um desafio para mim – e acredito que para os outros colegas redatores da R.M. também – participar deste quadro. No entanto, um agradável desafio que sempre me possibilitou conhecer um pouco mais de uma banda que pouco tive interesse em ouvir, ou até mesmo que já conheço e aprecio. Enfim, vamos ao que interessa:
Acredito que os fãs de Kataklysm não têm muito do que reclamar, em relação a liberação de material oficial, já que a cada dois ou três anos um novo trabalho surge no mercado, sem contar os singles, compilações e ao vivo. Sucedendo ‘Of Ghosts and Gods’ (2015) e mantendo firme uma longa parceria com a Nuclear Blast, ‘Meditations’ ainda está bem quente, tendo saído do forno em junho deste ano.
Ocupando o posto de décimo terceiro álbum na discografia do Kataklysm, ‘Meditations’ chegou a este insano mundo já indo direto ao ponto: com 10 faixas e menos de 40 minutos de duração total de muito Melodic Death Metal. Com músicas predominantemente mais curtas, a mais longa acaba sendo a última, com 5:18.
A bonita e caótica capa (e arte geral) ficou por conta de Ocvlta Designs – ou se você gostar muito de uma especulação: Surtsey Castaño Iacono, esposa do vocalista Maurizio Iacono. Ainda sobre o aspecto visual, quatro composições ganharam vídeo clipes, sendo elas: “Guillotine”, “Outsider”, “Narcissist” e “…and Then I Saw Blood”.
A pancadaria melodiosa não pede permissão para começar e rola solta em “Guillotine”, onde já percebemos a boa qualidade sonora e de produção – realizada pela própria banda. Obviamente estamos ouvindo um álbum de 2018 e é claro que sua música vai soar moderna e fresca em cada acorde ou levada rítmica, e é justamente isso que percebemos em “Outsider”, que exibe os caminhos do Melodic Death Metal sendo conectados por passagens rápidas e outras mais quebradas, sem nenhum problema. “The Last Breath I’ll Take Is Yours” não perde os conceitos acima, e apresenta uma atenção extra no refrão.
Um pouco de diversidade rítmica não faz mal a ninguém, por isso a curta “Narcissist” deixa a velocidade de lado por uns instantes até a chegada de “Born to Kill and Destined to Die” – com discretas lembranças de Thrash Metal -, e a quase que inteiramente veloz “In Limbic Resonance”.
A partir de “…and Then I Saw Blood” a velocidade vai sendo diminuída aqui e ali e um rumo mais melodioso vai sendo seguido sem constrangimentos, mas apenas em um processo natural. “What Doesn’t Break Doesn’t Heal” é mais cadenciada, com ótimos riffs e notas de guitarra. Difícil não se render ao instrumental impecável que esses músicos nos proporcionam. E não, não me esqueci dos vocais, que também são um destaque a parte!
Como eu disse lá no terceiro parágrafo, a audição é rápida e vai direto ao ponto, e quando se assusta já está prestes a ser finalizada com “Bend the Arc and Cut the Cord” e “Achilles’ Heel” – que trouxeram novamente algumas passagens mais diretas e energéticas – ainda que imersas em camadas de boas melodias.
Formação:
Maurizio Iacono (vocal);
J-F Dagenais (guitarra);
Stéphane Barbe (baixo);
Oli Beaudoin (bateria)
Faixas:
01. Guillotine
02. Outsider
03. The Last Breath I’ll Take Is Yours
04. Narcissist
05. Born to Kill and Destined to Die
06. In Limbic Resonance
07. …and Then I Saw Blood
08. What Doesn’t Break Doesn’t Heal
09. Bend the Arc and Cut the Cord
10. Achilles’ Heel.
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8/10