Caro leitor, provavelmente você ou alguém próximo é vitíma do “mal” que explicarei agora em breve linhas. Ter conhecimento de uma banda ou artista apenas por conta de uma ou duas músicas. Os motivos para tal podem ser os mais diversos, mas não é minha vontade aqui condenar ou culpar alguém, até porque também sofro desse mal, como por exemplo, a banda que é o objetivo dessa análise.
Sim, confesso que antes de ouvir “Audio Visions”, sétimo trabalho do Kansas, só conhecia as famosas “Carry On My Wayward Son” e “Dust In The Wind”. Comecei então as audições e as pesquisas e descobri vários detalhes interessantes. Vamos então trazê-los à vossa leitura.
O álbum foi gravado nos Axis Studios, na cidade de Atlanta, Georgia, durante o finalzinho de 1979 e começo de 1980, tendo a propria banda e os produtores Brad Aaron e Davey Moiré assinando a produção. Foi o último trabalho com aquela que é considerada até hoje como a mais clássica e melhor formação da banda bem como o último a receber a certificação “Ouro” em dezembro de 1980.
Musicalmente falando, vem o detalhe mais interessante. Em seus pouco mais de 43 minutos, claramente “Audio Visions” traz elementos do Progressive Rock, mas ao mesmo tempo, tudo arranjado para soar o mais radiofônico possível, onde a mais longa faixa, “No One Togheter” tem “apenas” 6:58, o que pode ser considerada curta para os padrões do Progressive Rock da época. Consequência disso é que em nenhum momento a audição torna-se chata ou cansativa. A recente conversão do guitarrista Kerry Livgren ao cristianismo meio que pode ter sido “profetizada” nessa época, principalmente na letra de “Hold On”, que foi escrita como um apelo evangelístico à sua esposa. Essa música foi o último Top 40 da formação original. Outro destaque do álbum obviamente o segundo single do álbum, “Got to Rock On” que embora tenha ficado de fora do Top 40, foi lançado como um single promocional no formato 12”. Finalizo meus destaques com a oitava música deste álbum, “No One Together”, que foi originalmente planejada para lançamento no álbum anterior, “Monolith”, mas foi retirada devido a uma discussão entre o vocalista Steve Walsh e Kerry Livgren sobre qual música deveria ser incluída lá, com obviamente Steve Walsh vencendo a tal discussão e emplacando “How My Soul Cries Out for You”.
No resumo da ópera, “Audio Visions” pode não ser o melhor álbum do Kansas, mas sem dúvidas traz excelentes momentos. Abra uma cerveja bem gelada, aperte o play e garanto que você, leitor e ouvinte que ainda não conhece, não irá se arrepender. Recomendo com força.
Formação:
Steve Walsh – vocais, teclados, percussão e backing vocais
Kerry Livgren – guitarras, teclados, percussão e backing vocais
Robby Steinhardt – violino, viola, vocais e backing vocais
Rich Williams – guitarras, percussão e backing vocais
Dave Hope – baixo e backing vocais
Phil Ehart – bateria, percussão e backing vocais
Faixas:
Relentless
Anything For You
Hold On
Loner
Curtain Of Iron
Got To Rock On
Don’t Open Your Eyes
No One Together
No Room For A Stranger
Back Door