Desde meados da década passada que o som realizado nos anos 70 tem sido resgatado pelas novas bandas. Kadaver é uma dessas bandas que traz forte influência dos anos 70, tanto no som quanto no visual dos integrantes. O power trio alemão foi formado em 2010, faz um som retrô bem estruturado, com influências das épocas de ouro de bandas como de Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple, mesclando com elementos de rock pscodélico, stoner e pitadas de progressivo, mas também é evidente a influência por grandes trios setentistas como Cream, Blue Cheer, West, Bruce & Laing e Dust.
Confesso que essa onda de stoner e bandas que resgatam o estilo dos anos 70 é algo que eu acho muito chato – eu diria ruim, mas a banda toca bem e teve boa produção, eu apenas detesto o estilo. E deve ser por isso que peguei logo essa banda, pra sair da zona de conforto. Conheci Kadavar quando realizaram um show em São Paulo há uns dois anos atrás. Uma amiga me convidou, e antes de ir, parei pra ouvir um pouco da banda, e não desceu. Mas vamos lá, tentarei falar do terceiro disco da carreira deles:“Berlin”.
Lançado em 2015 pela Nuclear Blast, o título é uma homenagem a capital Alemã que os uniu e ajudou a construir a sonoridade almejada pela banda. É o primeiro disco com o baixista novo baixista Simon Bouteloup, que ajudou a consolidação da sonoridade buscada pela banda, porém, em relação aos álbuns anteriores, não houve nenhuma mudança de sonoridade muito significativa, mas… há uma diferença significativa no processo de gravação desse álbum. Pela primeira vez eles não fizeram as gravações no próprio estúdio e não fizeram o processo de mixagem do som.
Outros detalhe bem observado é a arte da capa, criada pela fotógrafa russa Elizaveta Parodina, fugindo das artes anteriores mais ripongas que mostravam uma simples foto do trio, o primeiro disco, chamado Kadavar, mostrava uma simples foto dos três integrantes na capa e no segundo, os três barbudos voltavam a aparecer, mas dessa vez, estavam mais aproximados – Mais do mesmo.
Este álbum traz um cover da música “Reich der Träume”, da cantora alemã Nico, parceira do mítico Velvet underground, cantado originalmente em alemão, como faixa Bônus. Colocando o disco todo para rodar, sinto que todas as músicas soam iguais. Com exceção da faixa “Filthy Illusion” que tem um riff de guitarra e uma voz parecida com o rock’n’roll feito pelo Foo Fighters (outra banda que não escuto). Mesmo com uma voz mais afinada do que nos anteriores, o vocal não mudou muito, os riff continuam marcantes, como traz o estilo stoner e os clipes bem psicodélicos a lá anos 70.
O show dessa banda aqui em São Paulo lotou, muitos curtem essa pegada de bandas modernas que fazem um som antigo. A proposta é legal, o som é bem feito – se não, nem teria assinado com uma grande gravadora -, mas definitivamente você não encontrará um disco desse estilo na minha coleção. Eu já não curto o som feito pelas bandas de rock nos anos 70, um banda que soa como um cover dessas bandas clássicas então… é demais para mim.
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Data de Lançamento: 21 de agosto de 2015
Gravadora: Nuclear Blast
Faixas:
1. Lord Of The Sky 4:27
2. Last Living Dinosaur 4:05
3. Thousand Miles Away From Home 4:53
4. Filthy Illusion 3:45
5. Pale Blue Eyes 3:28
6. Stolen Dreams 3:577. The Old Man 4:05
8. Spanish Wild Rose 4:30
9. See The World With Your Own Eyes 4:07
10. Circles In My Mind 3:47
11. Into The Night 4:30
12. Reich Der Träume (bonus track) 6:39
Formação:
Christoph “Lupus” Lindemann – Vocal, Guitarras
Simon “Dragon” Bouteloup (Baixo)
Christoph “Tiger” Bartelt (Bateria)