Roadie Metal Cronologia: Judas Priest – Point of Entry (1981)

Depois de lançar o clássico “British Steel” em 1980 e outros bons álbuns em anos anteriores (“Killing Machine” em 1978 e “Hell Bent For Leather” no ano seguinte, por exemplo), o hype em cima de “Point of Entry” poderia ser considerado alto. Porém, o oitavo disco do Judas Priest não atingiu as expectativas, pelo menos no meu modo de ver, e a banda entregou um trabalho apenas regular, mas com alguns bons momentos que serão devidamente explicados a partir de agora.

O álbum começa com “Heading Out To The Highway”, que já mostra um Judas Priest tentando fazer um som mais direcionado ao Hard Rock. Apesar dessa mudança, a faixa é interessante, mas com um refrão fraco. Rob Halford é o grande destaque, mas o baterista Dave Holland merece atenção e a dupla de guitarras formada por Glenn Tipton e K. K. Downing traz alguns bons riffs e solos.

A próxima, “Don’t Go”, começa bem lenta, com o Metal God roubando a cena mais uma vez. Se a voz de Halford não fosse tão marcante seria muito difícil associar esta faixa com qualquer coisa que o Judas Priest já tenha feito.

“Hot Rockin’” começa a melhorar as coisas e nos traz alguns lampejos do Judas Priest que conhecemos. Apesar do refrão ser apenas razoável, a faixa tem alguns bons momentos, como os solos de guitarra e a bateria de Dave Holland, mas nada muito além disso. Na sequência temos “Turning Circles”, a faixa mais cadenciada do álbum, com as linhas de baixo de Ian Hill mais presentes que nas músicas anteriores. A música não evolui e se torna extremamente arrastada.

Assim como na anterior, “Desert Plains” também dá destaque ao baixo, além da boa interpretação de Rob Halford, apesar do disco não engrenar. As guitarras de Glenn Tipton e K. K. Downing fazem uma boa base, mas nada disso é suficiente para melhorar o álbum.

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A interessante “Solar Angels” traz belos riffs de guitarra e mais um bom momento do Metal God. “You Say Yes” é, de longe, a faixa mais deslocada do álbum e tem o pior refrão do disco. Em “All The Way” o Judas Priest parece mais à vontade, com uma interpretação mais debochada de Rob Halford em alguns momentos.

“Troubleshooter” traz outro grande trabalho das guitarras, mas também não empolga tanto. A faixa final, “On The Run” traz mais um bom momento do Judas e, assim como em “Hot Rockin’”, a banda se mostra mais próxima da veia Heavy Metal do quinteto britânico. Mais uma vez Glenn Tipton e K. K. Downing mostram que são uma das duplas com mais sinergia da história do Metal.

“Point of Entry” não chega nem perto de clássicos como “Screaming For Vengeance” (1982) ou “British Steel” (1980), mas faixas como “Heading Out To The Highway”, “Hot Rockin’” e “On The Run” mostram que nem tudo estava perdido e que, apesar de muitos fãs não gostarem tanto assim do disco, o mesmo ainda tem algo para se apreciar.

Formação:
Rob Halford (vocal);
Glenn Tipton (guitarra);
K. K. Downing (guitarra);
Ian Hill (baixo);
Dave Holland (bateria).

Faixas:
01 – Heading Out To The Highway
02 – Don’t Go
03 – Hot Rockin’
04 – Turning Circles
05 – Desert Plains
06 – Solar Angels
07 – You Say Yes
08 – All The Way
09 – Troubleshooter
10 – On The Run

Capa da versão europeia:

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