Após emplacar grandes clássicos como “Victim of Changes”, “Dissident Agressor”, “Stained Class” e “Beyond The Realms of Death”, eis que os britânicos do Judas Priest retornam com “Killing Machine”, também conhecido como “Hell Bent For Leather”, seu quinto álbum de estúdio.
Antes de começar a dissertar sobre as faixas, deve-se ressaltar algumas curiosidades: a primeira é que este é o segundo e último álbum a contar com a participação do baterista Les Binks, que, após a turnê, pediu para se desligar do grupo; a segunda é que devido ao título “Killing Machine”, o álbum foi censurado nos Estados Unidos e em alguns mercados próximos como o Canadá, sob acusação de apologia à violência. Sendo assim, o título foi modificado para “Hell Bent For Leather”.
O álbum já se inicia com “Delivering The Gods”, que caracteriza-se logo de início por um riff que veio a se eternizar nos anos seguintes como uma das grandes composições, trazendo um excelente trabalho da dupla de guitarristas K. K. Downing e Glenn Tipton, revezando entre si nos solos – solos estes que notoriamente demonstram uma evolução da banda, comparando com os registros anteriores.
“Rock Forever” traz em seu início um andamento mais Rock ’n’ Roll do Judas Priest, mesclando em partes com aquele Hard Rock setentista, uma cadência cativante, com destaque para a impecável performance de um dos mais influentes frontmen da história do Rock, Rob Halford.
Em seguida temos a dobradinha “Evening Star” e “Hell Bent For Leather”, que traz à evidência a qualidade e a originalidade de um grupo ascendia ao topo do Heavy Metal mundial. Envoltas em uma essência que define o quinteto, são faixas com sonoridade única, que unem peso e melodia ao conjunto. A última supracitada, inclusive, tornou-se um dos hinos de encerramento dos shows dos britânicos. Em quase todas as performances atuais ela faz parte do encore.
Destacam-se ainda “Before The Down” e “Killing Machine”, duas pérolas que trazem à tona a singularidade e personalidade dos ingleses, que mostram empolgante maestria aos ouvidos com riffs que ficam na mente, cativando facilmente.
“Running Wild” é uma das faixas que traz uma história singular aos fãs, pois serviu de inspiração nominal para um dos maiores expoentes do Power Metal: o Running Wild, da Alemanha. “Running Wild” foi uma das canções que influenciaram o líder Rolf quando iniciou sua carreira.
A versão americana do álbum conta também com a regravação de “The Green Manalishi”, composição feita por Peter Green dias antes de se desligar do grupo anglo-americano Fleetwood Mac. Esse cover se tornou um clássico na versão do Judas Priest, estrelando nos sets do grupo até hoje.
“Killing Machine/Hell Bent For Leather” alavancou os britânicos pela primeira vez ao top 200 da Billboard, ocupando a 32ª posição no Reino Unido e a 128ª nos Estados Unidos, sendo premiado com disco de ouro nos Estados Unidos após mais de 500 mil cópias vendidas.
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8/10