
Mesmo Jorn Lande sendo um dos grandes nomes do Hard’n’Heavy, ter feito parte do cast de bandas de renome como Ark e Masterplan e ter seu nome eternizado nas Rochas Sagradas do Metal, este redator até o momento desconhecia esse trabalho, assim como os outros (bons) álbuns de sua carreira solo. Confesso que, dentro do estilo, achei que “ja tinha ouvido tudo o que havia para ser ouvido”. Pois bem, de imediato, percebe-se que do Ark e do Masterplan, temos apenas o vocal “melodioso com drive” de Jorn, e se bem que não podemos dizer que “se trata tudo da mesma coisa”, porque de fato não é. Em seu trabalho solo, percebemos uma forte personalidade, uma banda que criou sua estrutura a partir de um “zero”, mesmo remanescente de um passado carregado de bagagem. O que eu quero mesmo dizer é que, aos que pegam esse álbum pela primeira vez e o ouvem, sem saber nada mesmo sobre Jorn, vão apreciá-lo pelo que ele “é”, sem se contaminar por “obrigações”.
HISTÓRICO: Bring Heavy Rock to the Land foi lançado oficialmente em 1 de Junho de 2012 na Europa, e 5 de Junho de 2012 na America do Norte, pela Frontiers Records. Este álbum é o último a apresentar o guitarrista de longa data Tore Moren e o baixista Nic Angileri, já que ambos anunciaram sua saída da banda depois tocarem em alguns shows na turnê de apoio do álbum.
DISSECANDO O DISCO: “My Road” se trata de uma intro com vocais, que anuncia o que esta por vir. É uma faixa bem gostosa de se ouvir, como se fosse de fato uma track (só que de curta duração). “Bring Heavy Rock to the Land”, a faixa título, mostra todo o poder do disco: pesada, com um refrão cheio de carisma, e que prende o ouvinte do começo ao fim. De fato, pode ser considerada a melhor do disco, mesmo se cometendo o maior dos clichês. A faixa, obviamente, foi destacada recebendo um tratamento visual, com uma cara bem vintage. Assista abaixo:
“A Thousand Cuts” tem uma leve intro, fazendo referência ao nome da música, onde ouve-se “sons de lâminas”. A música vem na mesma linha de sua antecessora, com uma levada bem característica dos Rocks anos 80′. A faixa de número 4 me causou certa nostalgia, quando fui surpreendido por um cover que a principio conheci através do Saxon: “Ride Like a Wind”, de Christopher Cross. E bem, comparando com o clássico gravado por Biff “há mais de um século”, podemos concluir que a música ainda tinha muito a ser explorada. “Chains Around You” tem uma forte influência de bandas de Metal mais “thraszadas” dos anos 80, como o Ratt, ou o Helloween por exemplo, com guitarras rápidas e cozinha sólida. “The World I See” se mostra como algo que fosse “a primeira balada do disco”, quando percebemos Jorn mostrando seu lado “romântico”. O vocalista apresenta as frases utilizando-se de uma voz melosa e polida, sendo intercalada pela voz “natural” do cantor em alguns trechos de maior emoção. “Time to Be King” seria um “cover” do Masterplan, por assim dizer. Esta faixa recebeu atenção especial (pelo Masterplan, claro), e apresenta sua versão visual no Youtube, a qual podemos assistir no link abaixo:
Podemos perceber que a música, na versão de Jorn, esta mais pesada, e sem os teclados característicos do Masterplan. Há de se considerar aqui o gosto pessoal de cada um, para discernir qual seria a melhor “versão” dos dois lados de uma mesma moeda. “Ride to the Guns” é simples, direta, e sem muitos pontos a se destacar. “Black Morning” joga um balde de água no incêndio que vinha queimando tudo no caminho até aqui. Essa sim, é uma track “inteiramente melosa”. Não chega assim a ser uma “balada”, mas já permite aos apaixonados dançarem agarradinhos. “I Came To Rock” quebra o clima pastoso remanescente e trás de volta o Rock’n’Roll. “Live and Let Fly”, na versão disco que encontrei (Japan), apresenta-se como uma faixa bônus, assim como a seguinte, que seria um cover de Mob Rules do Black Sabbath. De qualquer que seja a forma, podemos considerar que “Live and Let Fly” é a faixa de encerramento do álbum, visto que trás consigo a essência do disco entranhada em seu âmago. Guitarras fortes, riffadas, e um refrão bom e penetrante. Mais um link de videoclipe abaixo disponibilizado (mesmo que se trate de um clipe com menor produção):
Em suma, o disco pode tranquilamente assumir o play sem nenhum ponto negativo. Percebi que o mestre Jorn curte muito acrescentar covers em seus discos, entremeando as faixas. À alguns, menos críticos, seria um ponto positivo. Aos mais sedentos, pode-se pensar que “poderia ter acrescido mais uma inédita”. Impossível agradar a todos, mas, garanto que “Bring Heavy Rock to the Land” vai agradar a qualquer fã do bom e velho Rock’n’Roll aos mais trues do Metal Pesado. Vale a pena conferir.

Data de Lançamento – 1 de Junho de 2012
Gravadora: Frontiers Records
Track List:
“My Road” – 2:42
“Bring Heavy Rock to the Land” – 6:44
“A Thousand Cuts” – 8:03
“Ride Like the Wind” – 4:48 (Christopher Cross cover)
“Chains Around You” – 5:06
“The World I See” – 6:08
“Time to be King” – 4:15 (Masterplan cover)
“Ride to the Guns” – 5:46
“Black Morning” – 4:20
“I Came to Rock” – 5:13
“Live and Let Fly” – 4:15 “Mob Rules” – (Black Sabbath cover – Japan bonus track)

Formação (no álbum):
Jorn Lande – lead vocals
Tore Moren – guitars
Jimmy Iversen – guitars
Nic Angileri – bass
Willy Bendiksen – drums