Roadie Metal Cronologia: Iron Maiden – The X Factor (1995)

Aqueles que me conhecem bem sabem que se tem uma banda a qual venero é o Iron Maiden, tanto que já os presenciei ao vivo em três oportunidades (dois shows aqui em Recife, e um no Rock In Rio).

Para mim, cada disco que o Iron Maiden lança é uma obra-prima a parte, principalmente se tratando sobre o quanto eles trabalham bem as suas músicas e suas temáticas dentro delas.

Mas, me chamem de “Brucette” se quiserem, mas eu sou daqueles fãs da “Donzela de Ferro” que acha que o Blaze Bayley não foi um vocalista para a banda, e que a fase com ele foi a pior do grupo.

Sendo que, aparentemente, os deuses do metal mexeram seus pauzinhos, e com isso, nesse “Cronologia” fiquei responsável justamente em falar sobre um dos discos que menos gosto da banda, que é o “The X Factor”, lançado em 1995.

Sendo assim, o que fiz em relação a isso? Simples, abri minha mente para a obra e tentei analisa-la com outros olhos (e ouvidos também). Mas antes de falar sobre o que acho do disco em si, vamos falar algumas informações básicas sobre ele.

Como já disse anteriormente, o “The X Factor” foi lançado em 1995, e esse foi o décimo trabalho em estúdio da banda. O que nos leva a uma curiosidade interessante sobre o título do mesmo, onde o “X” também pode ser interpretado como o “10” em algoritmo romano.

Esse também foi o primeiro disco que contou com Blaze Bayley no vocal, que entrou na banda após Bruce Dickinson deixar a mesma para se dedicar a sua carreira solo. E também, podemos dizer que esse é o seu trabalho mais “sombrio” – principalmente porque o baixista Steve Harris o compôs depois de ter passado por um momento difícil em sua vida.

Outra curiosidade interessante do álbum é a sua capa, onde é retratada a operação onde o mascote Eddie perdeu parte da cabeça. Depois dessas breves informações, vamos finalmente falar da obra em si.

Como dito anteriormente, musicalmente falando, o “The X Factor” é o álbum com a sonoridade mais sombria no repertório do Iron Maiden, e isso já é visto logo na faixa de abertura “Sign Of the Cross”, que também, é a mais bem trabalhada do disco.

É muito raro vermos uma música de abertura com uma duração de 11 minutos, mas o Maiden fez isso nessa faixa em questão, o que para mim não foi uma boa ideia, pois, já cansa o ouvinte logo de cara, e a primeira música precisa ser aquela que já anima quem está escutando para ouvir o resto do trabalho.

Mas tirando esse fator, é muito interessante o como a faixa é executada, onde nela, a banda coloca toda a atmosfera da idade média, já que a letra retrata sobre a inquisição, responsável pela execução de muitos daqueles considerados “hereges” nesse período. Para ajudar na ideia, foi colocado um coro de canto gregoriano no inicio da música e em seu meio.

A faixa “Lord of The Flies” tem uma temática interessante, pois a mesma é baseada em uma obra de mesmo nome, onde é retratado crianças que se perderam em uma ilha, e se veem na necessidade de disputarem o poder entre si para sobreviver.

Em comparação as outras músicas do disco, essa é uma das mais diferenciadas em sua sonoridade, não tendo tanto a pegada sombria de “Sign Of the Cross”, por exemplo, possuindo um pouco mais de velocidade no seu ritmo.

O single “Man On the Edge” também se destaca em relação as outras faixas do álbum por ser a mais pesada e rápida. Por conta disso, ao meu ver, essa deveria ter sido a canção de abertura no lugar de “Sign Of the Cross”, pois ela tem uma sonoridade que se encaixa melhor no início do álbum.

A sonoridade mais rápida nessa música se deve um pouco a sua temática, que é baseada no filme “Um Dia de Fúria” (1993) (‘Falling Down’ em inglês, termo presente no refrão da música), onde um homem que acaba de perder o seu emprego começa a matar todos em seu caminho para conseguir chegar até sua filha e sua esposa, o qual o mesmo não reconhece o fim do casamento.

Apesar do disco não ser conceitual, é interessante observar que as temáticas “guerras” e “psicológico” são bem presentes no trabalho.

A primeira, está presente nas músicas “The Aftermath”, onde o eu-lírico questiona as guerras, e em “Blood On the World’s Hand”, que retrata a histórica Guerra da Bósnia.

A segunda, se faz presente nas faixas “Look For the Truth”, “The Unbeliever”, “Judgement of Heaven” e “2 A.M”, onde nelas, o eu-lírico reflete e questiona várias coisas sobre a vida.

E também há as faixas que juntam as duas coisas, como ocorre em “Fortunes of War”, que retrata a questão psicológica de um soldado sobrevivente de uma guerra, e em “The Edge of Darkness”, cuja letra é baseada no filme “Apocalypse Now!”, que mostra a mudança de personalidade do personagem ao longo que ele vai vivenciando a guerra.

Como sempre, a parte instrumental do álbum foi impecável, pois a banda sempre soube como trabalhar bem seu som, principalmente em cima de temáticas, onde eles conseguem falar sobre as mesmas através apenas da musicalidade.

Mesmo fazendo essa análise de forma mais profunda na obra, continuo achando que o Blaze Bayley não é vocalista para o Iron Maiden, pois ao meu ver, sua voz não consegue proporcionar a mesma emoção expressada por Bruce Dickinson, e imagino que ninguém conseguiria, pois a voz dele é simplesmente única!

TRACKLIST:
01. Sign Of the Cross
02. Lord Of The Flies
03. Man On Te Edge
04. Fortunes of War
05. Look For The Truth
06. The Aftermath
07. Judgement of Heaven
08. Blood On The World’s Hands
09. The Edge of Darkness
10. 2 A.M
11. The Unbeliever

FORMAÇÃO:
Blaze Bayley (vocal);
Dave Murray (guitarra);
Janick Gers (guitarra);
Steve Harris (baixo);
Nicko McBrain (bateria)

Encontre sua banda favorita