Depois do lançamento de Brave New World (2000), parecia que o Iron Maiden voltaria com gás renovado para seguir em frente e brindar os fãs com grandes álbuns, mesmo que não fossem no mesmo nível dos maiores clássicos. Porém, o que se viu foi o oposto com o razoável Dance of Death (2003) e o fraquíssimo A Matter of Life and Death (2006), trabalhos em que a banda deixou a desejar em diversas passagens, principalmente no segundo.
Até que em 2010 The Final Frontier chega às lojas do mundo inteiro. O disco teve a produção competentíssima de Kevin “Caveman” Shirley no Compass Point Studios, onde a Donzela já havia gravado Piece of Mind (1983), Powerslave (1984) e Somewhere in Time (1986). O 15º álbum da banda, quarto com a formação em sexteto, aprofunda os elementos de Rock Progressivo que o Iron Maiden já vinha trabalhando nos dois discos anteriores, mas de forma muito mais bem sucedida, dando um salto na qualidade do som que os britânicos vinham apresentando.
The Final Frontier tem diversos momentos de destaque ao longo da uma hora de duração. O primeiro deles é em Satellite 15… The Final Frontier que, apesar da introdução demasiadamente longa, traz uma performance esplendorosa do baterista Nicko McBrain. Mas se fossem duas faixas separadas, ficaria bem melhor. Tanto esta quanto a seguinte, o single El Dorado, vêm com refrãos simples, compostos para fazer os fãs cantarem nos shows.
Porém o disco não fica só nessas duas músicas. The Alchemist tem um andamento um pouco mais acelerado, remetendo um pouco à fase clássica da banda. Já Starblind é uma faixa mais trabalhada, com variações de ritmo a todo instante. A linda The Talisman é o ponto alto de The Final Frontier, dando indícios de que seria uma simples balada, mas evoluindo para algo mais poderoso, ressaltado pelo melhor refrão do álbum.
O ponto negativo do disco é que algumas faixas acabam ficando muito maçantes devido à longa duração ou a um ritmo excessivamente experimental. Isle of Avalon e When the Wild Wind Blows exemplificam bem isso, ainda mais por serem as duas mais longas do trabalho.
Ao final de The Final Frontier fica claro que o Iron Maiden consegue pode se reinventar, mesmo sem deixar de lado um pouco da fórmula que consagrou a banda. Este disco pode até não fazer parte do seleto grupo dos medalhões da Donzela de Ferro, mas também não deve ser desprezado em hipótese alguma.
Formação:
Bruce Dickinson – vocal
Janick Gers – guitarra
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Steve Harris – baixo, teclado
Nicko McBrain – bateria
Faixas:
01. Satellite 15… The Final Frontier
02. El Dorado
03. Mother of Mercy
04. Coming Home
05. The Alchemist
06. Isle of Avalon
07. Starblind
08. The Talisman
09. The Man Who Would Be King
10. When the Wild Wind Blows
