E aqui estamos de volta com o quadro Roadie Metal Cronologia em sua edição com a banda IRON MAIDEN, e o álbum na minha mão hoje não poderia ser mais apropriado. Eu devo ser sincera em admitir primeiramente que mesmo depois de ter estado presente em cinco shows desta banda, possuir todos os álbuns em casa *tanto em CD como em vinil), eu ainda tenho uma “sisma” com a banda britânica, ou pelo menos com a visão deles que todos mais gostam ou diria a era Bruce Dickinson, e a resposta para isso é muito simples, meu primeiro contato com o nome IRON MAIDEN foi estabelecido justamente no álbum de 1981 gravado no Battery Studios entre novembro de 1980 e janeiro de 1981, lançado pela gravadora EMI, com produção de Martin Birch. Estamos falando do clássico KILLERS.
Atualmente eu vejo muitos fãs da banda praticamente esqueceram do passado ou que desconhecem o que está neste outro lado da história, então este é o ponto culminante dentro da estrada do IRON MAIDEN, o álbum marca a despedida do vocalista Paul Di’Anno e as boas vindas do guitarrista Adrian Smith.
Nele você encontra duas faixas completamente instrumentais e com sua quase totalidade de composição feita por Steve Harris, com pouca ajuda aqui e ali, mas no geral este é o ponto onde a banda mergulhou nas raízes da New Wave of British Heavy Metal, dando-lhe um novo som mais pesado. Houve algumas melhorias em todo o processo da banda antes disso mas há algumas coisas que são insuficientes quando comparadas com a obra-prima do Iron Maiden.
Primeiro, as melhorias. O trabalho de bateria de Clive não diminuiu nem um pouco, na verdade ficou melhor, mais rápido e memorável. Você pode ouvir as melhorias principalmente em “Genghis Khan” e “Purgatory“. O baixo é usado mais neste álbum do que no anterior, migrando para grooves mais graves, mais notavelmente em “Innocent Exile“, “Killers” e “Wratchild“. O trabalho de guitarra, não posso dizer que tenha melhorado, mas vou dizer que se tornou mais complexo. A guitarra rítmica desapareceu e foi substituída por uma guitarra secundária com Adrian Smith. Paul mantinha o seu estilo de cantar, os vocais do álbum são mais rápidos, mais agressivos e com o dobro de energia por todos lados. Killers contém o melhor instrumental do Iron Maiden, “Genghis Khan”. E eu conheço muitas pessoas que enaltecem”Transylvania“, mas esta é apenas uma obra-prima, com ritmo variável, riffs clássicos, e acho que inspirou um dos riffs de abertura de “Hallowed Be Thy Name“, não é muito difícil de perceber isso, basta prestar atenção.
Agora, com as coisas que ficam distantes quando comparadas com a obra-prima do Iron Maiden podemos comparar outros dados. Alguns dos solos são menos memoráveis (especialmente os de Dave). Os solos de Dave são muito ruins para mim, os solos de Adrian são muito melhores que os de Dave (pelo menos na minha opinião), eu não sei se um solo menos destruidor é mais complexo do que um triturador, mas eu gosto mais dos solos de Adrian. Mas, como eu disse, nem todos os solos são menos memoráveis, o solo em “Murders In The Rue Morgue” é um clássico, eu diria que é o melhor solo do álbum.
Eu também tenho um problema com algumas partes nas letras, que tipo de pensamentos Steve teve quando escreveu “Another Life“? Sério, quero dizer, as letras em si são realmente muito boas e Paul canta-as perfeitamente, mas é o mesmo verso repetido três vezes. Por que a banda não ajudou Steve? Eu sei que Paul ajudou com “Killers“, e Dave com “Twilight Zone“, mas fora isso todo o álbum é escrito quase exclusivamente por Steve, não pode ser tão difícil escrever uma música sobre suicídio, mas considerando o pulso com o qual Steve puxou a banda em todos estes anos eu realmente não me admiro quando o fato é centralização, mas enfim, estas são outras histórias.
Um pequeno problema é que algumas das músicas são muito curtas, talvez também por causa da escrita. “The Ides of March” é compreensível, é uma introdução e uma espécie de primeira parte para “Wratchild“, então, de certa forma, essas duas faixas podem ser vistas como uma só música. Mas, não há conclusão para alguns delas, espere, não há conclusão para quase todas elas. Em “Wratchild“, o cara está procurando por seu pai, não sabemos se ele o encontra ou não porque a música é curta demais e não tem conclusão, isso causa uma certa curiosidade e a sensação de coisa não terminada. Em “Twilight Zone“, o cara leva sua namorada para a vida após a morte ou não, nós não sabemos, por quê? Porque a música é muito curta!
E agora chegamos aos temas. Este álbum é bem sombrio, você achava que “Number of the Beast” estava escuro, bem, eu diria que Killers é mais sombrio, então se apegue nos temas das canções e reflita:
Assassinos Sanguinários – Killers
Assassinos Esquizofrênicos – Murders in the Rue Morgue
Suicídio – Another Life
Assassinato omitido – Innocent Exile
Guerra – Genghis Khan
Possessão Demoníaca – Prodigal Son
Um filho bastardo procurando por seu pai com más intenções – Wrathchild
Um fantasma que está sofrendo na vida após a morte – Twilight Zone
Reencarnação – Purgatory
E então algo sinistro sem muita explicação – Drifter
Então antes de eu chegar a “Drifter“, eu só quero dizer, esta é a última música da Era Paul Di’Anno , e a última música que Di’anno cantou para o Maiden. Além dos álbuns ao vivo, dos EPs e da compilação “Metal for Muthas“, os dois álbuns, Iron Maiden e Killers, são tudo que você recebe de Di’anno e os músicos do Maiden juntos. Killers deixa você se perguntando o que poderia ter acontecido se o Maiden segurasse o Di’anno, supostamente nunca saberemos. Um momento de honra para Paul Di’anno e o que ele fez para o IRON MAIDEN, com certeza o divisor de águas na história da banda.
Eu encerro esta resenha afirmando que este é o IRON MAIDEN que eu conheci primeiro então tudo que veio depois pra mim é como conhecer outra banda, então provavelmente pra muitos fãs esta parcela da história com certeza soa como distante mas lembre-se este sempre será um clássico. Até a próxima!
Track Listing:
01. The Ides of March
02. Wrathchild
03. Murders in the Rue Morgue
04. Another Life
05. Genghis Khan
06. Innocent Exile
07. Killers
08. Prodigal Son
09. Purgatory
10. Twilight Zone
11. Drifter
Formação:
Paul Di’Anno (vocal);
Dave Murray (guitarra);
Adrian Smith (guitarra);
Steve Harris (baixo);
Clive Burr (bateria)