Roadie Metal Cronologia: Iron Maiden – Iron Maiden (1980)

14 de abril de 1980. Essa é uma data que deve ser guardada por boa parte dos headbangers, pois marca o início da história de uma verdadeira lenda do Heavy Metal. Nesse dia, o Iron Maiden lançou seu autointitulado debut. Ok, ele já havia sido precedido pela lendária demo The Soundhouse Tapes e pelo single de Running Free, mas isso não teria valido de nada se na sequência não tivéssemos tido esse álbum em questão. Qualquer um que conhece a história da NWOBHM pode enumerar dezenas de bandas promissoras que acabaram se perdendo justamente por não terem dado esse passo seguinte.

O início da NWOBHM foi um período de ouro para os amantes do Heavy Metal, tanto que mesmo que Iron Maiden seja um dos melhores álbuns de estreia da história, ainda assim, não é o melhor debut da época. E se não acredita, escute Lightning to the Nations, do Diamond Head, Wild Cat, do Tygers of Pan Tang e Angel Witch, do Angel Witch, lançados no mesmo ano, ou mesmo o mais tardio Court in the Act (83), do Satan, e tente não me dar razão. O fato de, dentre tantas ótimas bandas com trabalhos de tamanha qualidade, apenas o Iron ter se tornado um gigante, diz muito da sua genialidade. Mas claro, não dá para negar que a música praticada pelo quinteto então formado por Paul Di’Anno (vocal), Dave Murray (guitarra), Dennis Stratton (guitarra), Steve Harris (baixo) e o saudoso Clive Burr (bateria) tinha um frescor e uma energia poucas vezes vista.

O que temos aqui é uma música que soa excitante e bastante criativa. Basicamente o que Harris e Cia fizeram foi mesclar aquela sonoridade pesada dos anos 70 com o Rock Progressivo do mesmo período. As mudanças de andamento, que ocorrem em diversos momentos, dão um tom meio imprevisível às canções, além de grande musicalidade, sem contar as passagens mais complexas de guitarra e baixo que podem ser observadas. E bem, mesmo que Steve deixe claro que não gosta do estilo, é inegável que os vocais de Paul, aliados à produção, dão uma pitada de Punk ao negócio todo. Mesmo que passe longe do refinamento que ouviríamos a partir da entrada de Bruce na banda, dá para dizer que as bases do que viria a ser o Iron Maiden foram lançadas aqui.

Originalmente lançado com 8 faixas, posteriormente o álbum ganhou a inclusão, naquele mesmo ano, da faixa “Sanctuary”, que havia saído como single pouco mais de um mês após o lançamento do álbum. Sendo assim, não se assuste se você encontrar cópias, tanto em vinil quanto em CD, com diferença na quantidade de músicas e até mesmo na ordem das mesmas (em algumas edições ela é a 7ª faixa, em outras, 2ª). O nível é altíssimo e no fim, a única ressalva fica por conta de “Strange World”, não por essa ser uma música ruim, mas pelos vocais de Paul soarem um tanto quanto maçantes. Mas não dá para não destacar a clássica “Running Free”, com um dos refrões mais cativantes de toda a carreira da banda, a épica e grandiosa “Phantom of the Opera”, com riffs simplesmente icônicos, as intensas e enérgicas “Charlotte the Harlot” e “Iron Maiden”, além da cativante e já citada “Sanctuary”.

“Eu sempre achei que as guitarras não eram pesadas o suficiente.” Essas palavras foram ditas por ninguém menos que Steve Harris, e não é mistério para ninguém que a produção não agradou em nada a banda. E realmente, não dá para negar esse déficit de peso existente nas mesmas, por mais que Stratton e Murray façam um belo trabalho aqui. Não foi sem motivo que para o álbum seguinte tenha ocorrido uma mudança nesse sentido. Já quanto a capa, não existe nenhum questionamento, já que a mesma traz o icônico Eddie, desenhando por Derek Riggs. Uma estreia fabulosa, divertida e acima de tudo, cativante. Obrigatório em qualquer coleção.

Formação
– Paul Di’Anno (vocal)
– Dave Murray (guitarra)
– Dennis Stratton (guitarra)
– Steve Harris (baixo)
– Clive Burr (bateria)
Faixas:
01. Prowler
02. Remember Tomorrow
03. Running Free
04. Phantom of the Opera
05. Transylvania
06. Strange World
07. Sanctuary (*)
08. Charlotte the Harlot
09. Iron Maiden

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