INTRODUZINDO: Whoracle é o terceiro álbum da banda sueca de Death Metal Melódico In Flames, lançado em 18 de Novembro de 1997. O título do álbum é uma espécie de fusão entre as palavras (em inglês) whore (prostituta) e oracle (oráculo). Trata-se de um álbum conceitual que descreve o passado, o presente e um futuro hipotético do planeta Terra – as canções contam a história da ascensão e queda da sociedade global. “Jotun“, que é a faixa que abre o disco, seria como o prenúncio dos principais conceitos onde uma sociedade é esmagada e quebrada após um evento apocalíptico, enquanto que “Episode 666” transpassa a narração desse acontecimento apocalíptico que é, perversamente, televisionado.  “The Hive” e “Jester Script Transfigured” descrevem esta sociedade tecnologicamente avançada em mundo utópico, o qual seria destruído pela natureza humana. A inclusão do cover do Depeche Mode, “Everything Counts“, serviu como um tipo de “martelada”, visando sugerir que as pessoas que construíram e destruíram sua sociedade perceberam sua loucura apenas após ser tarde demais.

Whoracle é o último álbum com Johan Larsson e Glenn Ljungström e é também o último lançamento do In Flames com Björn Gelotte ocupando o posto de baterista, tendo em vista ter este assumido permanentemente o posto de guitarrista na banda nos lançamentos futuros.

DISSECANDO O DISCO: Jotun abre o disco, uma faixa que mostra a nova cara da banda. Com passagens grudentas e melodiosas a faixa cativa logo de cara. Food for the Gods apresenta mais peso que a antecessora, uma faixa mais ríspida, mostrando características ancestrais da banda. Gyroscope se inicia com uma intro bem agradável, com uma percussão e algo que se assemelha a um violão (ou uma guitarra acústica), logo substituídos pelo peso das guitarras. É uma faixa que mistura cadências de melodia e tensão. Dialogue with the Stars é a primeira instrumental do disco, ao lado da própria faixa-título. O nome da faixa em si já explica em que tipo de viagem estamos ingressando… facilmente poderia ter sido incluído um vocal por cima de suas linhas, contudo, a experiência fica diferenciada para cada ouvinte, dentro deste “diálogo com as estrelas”. The Hive é a minha preferida no disco, parece a faixa mais “deslocada” das demais, com um diferencial sonoro… é pegada, agressiva, melodiosa, uma das melhores da banda ao meu ver. O refrão é “grosseiro, estúpido”! Vale apertar o repeat.

Jester Script Transfigured tem um início psicodélico, que aos meus ouvidos agrada, e muito! – adoro essas misturas de phase com outros efeitos/modulações. A música apresenta um shape diferenciado, alternando nuances de melodia un-plugged com trechos agressivos e ásperos. HORA DO MOSH! A pancadaria é retomada com a rápida Morphing into Primal, na mesma linha (ou até mais) de Food for the Gods. Na sequência Worlds Within the Margin mantém o clima “pesadão”, mas demonstrando algumas variações da metade pra frente da track. Episode 666 joga no time das “comerciais”, mas de longe é uma track ruim, muito pelo contrário, está é minha segunda faixa favorita no disco. Com uma melodia envolvente e um refrão pegajoso, se faz uma faixa obrigatória em um show, pra um mosh, ou, simplesmente pra um bang. Neste ponto o In Flames “surpreende”, por assim dizer, apresentando um cover de nada menos que Depeche Mode para a música Everything Counts. Fãs e bangers mais ortodoxos irão se remoer ao macular seus ouvidos de forma tão profana… obviamente, de Depeche Mode temos apenas a letra e um pouco da melodia… eu achei o cover insano! A faixa-título, Whoracle, como mencionado anteriormente, é a segunda instrumental do disco, e considero ser uma track mais envolvente (não mais técnica) que sua irmã Dialogue with the Stars, apenas, pelo fato de ter mais “cara” de música instrumental mesmo. Clad in Shadows ’99 encerra o disco de forma… “estranha”, isto porque a faixa tem segundos de duração, e parece fazer parte da antecessora… vai entender…

OPINIÃO DO REDATOR: Whoracle marca o início de uma nova fase para a banda, a qual buscou um som mais “comercial”, talvez mais digerível para os novos bangers que começaram a cair de cabeça no mundo Nu / New Metal com forte presença nesta década. Ao meu ver isto não é bom e nem ruim, ou melhor, é um pouco dos dois: bom que sou totalmente favorável à chamada “evolução musical”, quando uma banda busca novos sons, experimenta, arrisca; e ruim no sentido de que para os fãs mais tradicionalistas, que gostavam do “antigo In Flames”, esta ficou no passado. NOTA: 8,5

In Flames – Whoracle
Lançamento: 18 de novembro de 1997
Gravadora: Nuclear Blast

Track List:

1. Jotun
2. Food for the Gods
3. Gyroscope
4. Dialogue with the Stars
5. The Hive
6. Jester Script Transfigured
7. Morphing into Primal,
8. Worlds Within the Margin
9. Episode 666
10. Everything Counts
11. Whoracle
12. Clad in Shadows ’99

In Flames:

Anders Fridén – vocal
Glenn Ljungström – guitarra
Jester Strömblad – guitarra
Johan Larsson – baixo
Björn Gelotte – bateria

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