Se a década de 90 não foi das melhores para o Metal mainstream, o metal sueco vivia sua época dourada. Bandas como At the Gates e Dark Tranquillity estavam moldando o Melodic Death Metal, iniciado pelo Carcass anos antes com o primoroso “Heartwork” (1993).
Como herança, os suecos chamaram a responsabilidade de difundir e espalhar o estilo pelos 4 cantos do planeta, e contaram com a ‘força’ do In Flames que acabara de recrutar o vocalista Anders Fridén que parecia perfeito para o posto.
Jesper Strömblad era o mentor de tudo até aquele momento, a banda era a sua cara. Tanto é verdade, que o guitarrista decidiu abandonar o Ceremonial Oath para se dedicar exclusivamente ao In Flames.
Com o álbum de estreia, “Lunar Strain” (1994) e com o EP “Subterranean” (1995), a banda já dava pistas de que não se dedicaria ao lado mais extremo, cru e sujo do Death Metal, e sim buscaria linhas de guitarra, solos e bases melódicas que remeteriam por exemplo, a bandas como o Iron Maiden, (tanto que chegaram a gravar o cover de “Murders in the Rue Morgue”). Aqui, tudo ficou límpido e cristalino e mostrava que o In Flames abraçaria de vez, uma sonoridade semelhante às bandas citadas no início desta resenha.
O tracklist original possui 10 faixas, harmonicamente ligadas e que podem agradar a fãs das mais diversas vertentes do Heavy Metal. A faixa de abertura, “Moonshield” tem uma intro acústica de arrepiar, e descamba para o Metal. O riff principal me lembra o que o Dimmu Borgir fez em faixas como “Mourning Palace” e “A Succubus in Rapture” em seu fantástico trabalho “Enthrone Darkness Triumphant” (1997).
“The Jester’s Dance” é uma instrumental cheia de melodia, linda de se ouvir. A pancadaria toma conta em faixas como “Artifacts of the Black Rain” e “Graveland” que tem um riff inicial soberbo.
Outro grande destaque é “Dead Eternity” que conta a participação especial de Oscar Dronjak (Hammerfall e Ceremonial Oath). A faixa tem uma levada mais tradicional e com essa timbragem instrumental, ficou perfeita. Mas a melhor de todas ainda estava por vir: a brutal “December Flower” é pura adrenalina melódica. A faixa de encerramento, “Dead God in Me” tem um trabalho de guitarras de deixar boquiaberto qualquer headbanger que se preze.
Os relançamentos posteriores ainda contaram com a ótima inédita “Goliaths Disarm Their Davids”, que só veio a acrescentar e abrilhantar ainda mais, essa obra prima do Heavy Metal.
“The Jester Race” marca o início do melhor ciclo da banda que perdurou até “Clayman” (2000). Agora vou passar uns 15 dias pelo menos ouvindo o quarteto: ‘The Jester Race’, ‘Whoracle’, ‘Colony’ e ‘Clayman’, simplesmente um mais perfeito que o outro. Para saber mais sobre esses outros 3 lançamentos, confira nos próximos dias aqui em nossa seção Roadie Metal Cronologia.
In Flames – The Jester Race (1996)
Data de lançamento: 20/02/1996
Gravadora: Nuclear Blast
TRACKLIST
01 – Moonshield
02 – The Jester’s Dance
03 – Artifacts of the Black Rain
04 – Graveland
05 – Lord Hypnos
06 – Dead Eternity
07 – The Jester Race
08 – December Flower
09 – Wayfaerer
10 – Dead God in Me
11 – Goliaths Disarm Their Davids (bônus)
12 – Gyroscope (bônus)
13 – Accoustic Medley (bônus)
14 – Behind Space (live – bônus)
FORMAÇÃO
Anders Fridén – vocal
Glenn Ljungström – guitarra, backing vocals
Jesper Strömblad – teclados, guitarra
Johan Larssonr – baixo, backing vocals
Björn Gelotte – bateria, guitarras
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