Com “Siren Charms”, o In Flames, ícone do Death Metal melódico sueco chegava ao seu décimo primeiro álbum vindo de uma ótima fase com o antecessor “Sounds Of A Playground Fading”, com uma abordagem mais branda e melódica, sem tantos vocais rasgados do Death Metal e com mais vocais limpos, com refrões grudentos e linha harmônicas mais presentes do que nunca.

In Flames Announce December 2014 'Communion of Sirens' Tour With Opeth |  Metal Life Magazine

Na época, o álbum não foi assim tão bem recebido, a banda literalmente colocou o pé no freio e trouxe músicas muitas vezes sem feeling, sem nada marcante. Poucos destaques marcam a audição, e as melhores faixas acabam sendo aquelas que não foram escolhidas para serem singles. A abertura “In Plain View” tem um riff denso e abre o álbum com uma certa empolgação, que melhora em “Everything’s Gone”, um pouco mais rápida e com bom trabalho no pedal duplo. Anders Fridén usa um vocal que lembra Marilyn Manson, alternando com seus famosos gritos.

Um dos singles, “Paralyzed” representa bem a proposta do álbum, apesar de contar com ótimos riffs, não é agressiva, principalmente pela opção de usar vocais limpos e melódicos na maior parte. Desacelerando mais ainda, “Through Oblivion” chega quase como uma balada, classificaria ela como uma tentativa de a banda fazer música para as rádios, mas não rolou.

https://youtu.be/fxHn_JVoBzo

When The World Explodes” é uma boa faixa, melódica e com um feeling que pode ser notado nas guitarras, apresenta um bom refrão e é uma das melhores do álbum. A faixa-título também representa bem o estilo do álbum, com parte cadenciadas em seus versos, com uma leve acelerada no refrão. O trabalho harmônico das guitarras lembra o que bandas de Metalcore fazem com exaustão.

A mais interessante faixa do álbum é “When The World Explodes”, essa sim com vocais guturais, com uma pegada mais Metal. Ainda conta com o vocal da soprano sueca Emilia Feldt, que dá um charme melódico para a faixa. “Rusted Nail” também é mais pesada, com riffs mais pesados e vocais melancólicos nos versos, seu refrão conta com guturais mesclados com vocais melódicos e chega a empolgar. Boa faixa.

https://youtu.be/R9lCXVFCs20

Dead Eyes” se apresenta com uma estrutura simples, com dedilhados e riffs mais distorcidos se misturando nos versos,o refrão conta com gang vocals, algo que não me agrada tanto, mas no geral, é uma boa faixa, a mais longa do álbum, por sinal. “Monsters In The Ballroom” é a mais sólida faixa, o instrumental mantem o peso do início ao fim, com ótimos riffs e uma ótima performance de Daniel Svensson na bateria. O vocal tem duas fazes, primeiras estrofes e refrão são melódicos, segunda estrofe são guturais, retornado ao refrão melódico logo em seguida.

Fechando o álbum, “Filtered Truth” tem o instrumental alternando entre o peso e a cadencia, com algumas passagens harmônicas bem feitas, seu refrão é bem construído e pega bem. Na reta final, guturais se destacam e fecham o álbum de uma forma animada.

Acredito que “Siren Charms” envelheceu melhor que o esperado, hoje em dia mais pessoas gostam do álbum do que na época de seu lançamento, ainda mais depois do fraco “Battles” em 2016. Foi uma experiência da banda que funcionou, pois vários elementos ainda são usados nos álbuns lançados posteriormente. Um álbum de transição, na verdade, pois mesmo flertando, ainda não haviam saído do Death Metal melódico para algo mais alternativo, e aqui isso foi mais escancarado.

A produção e mixagem ajudam a audição se tornar mais prazerosa e a musicalidade mais cadenciada trouxe fãs de outras vertentes, o que provavelmente era o objetivo da banda. Considere esse um álbum de Metal Alternativo, não um álbum Old School do In Flames e seja mais feliz na experiência.

Siren Charms – In Flames
Data de lançamento: 9 de Setembro de 2014
Gravadora: Sony Music

Faixas:
01. In Plain View
02. Everything’s Gone
03. Paralyzed
04. Through Oblivion
05. With Eyes Wide Open
06. Siren Charms
07. When The World Explodes
08. Rusted Nail
09. Dead Eyes
10. Monsters In The Ballroom
11. Filtered Truth

Formação:
Anders Fridén – vocal;
Björn Gelotte – guitarra;
Peter Iwers – baixo;
Niclas Engelin – guitarra;
Daniel Svensson – bateria.

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