Um cara como Jon Schaffer não sobreviveu a vinte anos de mudanças de formação e com a faca nos dentes a fim de lutar pela sobrevivência na indústria da música por ser inseguro de si mesmo. Com o perfil do Iced Earth aumentando lentamente ao longo dos anos, ele finalmente atingiu um patamar onde ele pode lidar com um projeto ambicioso o suficiente para fazer a maioria dos músicos arreglarem bem os olhos — acerca de um álbum conceitual, abrangendo 10.000 anos de história, distribuídos por dois registros (o segundo, lançado no ano seguinte). Se alguém é capaz de levar tal projeto , é Schaffer — afinal, esse é o cara que entregou a faixa de trinta minutos “Gettysburg” em “The Glorious Burden”.
Mas não é isso um pouco de arrogância, mesmo para alguém que pensa tão grande como Schaffer? Após a primeira audição, parece que sim — se você é um fã membro da geração MySpace e um adorador do som clássico do Power Metal vai parecer muito hostil. Mesmo com a familiaridade, o grande número de introduções e interlúdios podem parecer intermináveis. Mas tem muita coisa boa aqui, com tantos cuidados e artesanato colocados no trabalho, que o ocasional (e provavelmente inevitável) momentos de inchaço são perdoáveis. Mesmo com todas as suas problemáticas, “Framing Armageddon” é um dos melhores álbuns daquele ano.
Para muitos, o maior ponto de discórdia em “The Glorious Burden”, foi a presença de Tim Owens atrás do microfone — substituindo Matt Barlowl. Mas Owens se encaixa aqui, muito melhor, e sua expressiva, e ampla voz parecem ter liberado Schaffer para explorar novos territórios no campo melódico em suas composições. Confira a majestosa “A Charge To Keep”, onde Owens carrega a canção, juntamente com algumas excelentes vocalizações no refrão, enquanto as guitarras ficam no plano de fundo, fornecendo a estrutura para as melodias vocais. Owens é a voz perfeita para essas epopéias, e ele, com entusiasmo, mostra o que pode ser o mais forte material que ouvi por seus vocais desde os seus tempos com o Winter’s Bane.
Uma das vantagens de “Framing Armageddon” ser tão grande é que ele engloba algo interessante para os fãs do Iced Earth. Você quer singles? “Ten Thousand Strong” e “Setian Massacre” são faixas perfeitas para serem tocadas ao vivo, e a faixa-título, traz de volta alguns desses clássicos galopantes de Schaffer, juntamente com varias camadas e uma densidade que a banda flertou com o passado. O acirramento da “Order Of Rose”, enquanto “The Clouding” e “A Charge To Keep” dão um toque emocional em meio ao caos do enredo principal.
Se houve uma canção representativa em “Framing Armagedon”, indiscutivelmente é “Retribuition Through The Ages”, uma mini epopeia de passo lento com, um coro maciço e o ritmo marcial de um verdadeiro hino. Esta canção serve de combustível para a reclamação que alguns alegam, que o Iced Earth transformou-se num tipo de “Blind Guardian”, uma banda conhecida pelo excesso metálico às vezes excessivamente indulgente. O ponto é válido – mas não importa como o Iced Earth bombásticamente vem, no núcleo do seu som sempre encontramos a guitarra rítmica e áspera de Schaffer, uma máquina de cuspir frases musicais precisas. Esta mistura de Heavy Metal e a grandeza clássica é um potente som, e enquanto Schaffer puder compor músicas nesse estilo, o Iced Earth permanecerá no patamar superior das bandas de Metal a nível mundial.
https://www.youtube.com/watch?v=5btOEuf6G3Y&t=1089s
Formação:
Tim “Ripper” Owens (vocais)
Jon Schaffer (guitarras, baixo e backing vocais)
Brent Smedley (bateria)
Faixas:
01. Overture (instrumental)
02. Something Wicked Part I
03. Invasion (instrumental)
04. Motivation Of Man
05. Setian Massacre
06. A Charge To Keep
07. Reflections
08. Ten Thousand Strong
09. Execution (instrumental)
10. Order Of Rose
11. Cataclysm (instrumental)
12. The Clouding
13. Infiltrate And Assimulate
14. Retribution Through The Ages
15. Something Wicked Part II (instrumental)
16. The Domino Decree
17. Framing Armageddon
18. When Stars Collide (Born Is He)
19. The Awakening (instrumental)