Alexandre Temoteo afirma em sua resenha sobre o “Keepers of The Seven Keys Part I”: “Um trabalho essencial e obrigatório para os fãs do Heavy Metal Melódico”. Eu concordo. Entretanto, o que colocou o Helloween no rol das maiores bandas do mundo foi a segunda parte deste clássico, um dos discos mais vendidos da história do Metal: “Keepers of The Seven Keys Part II”.
Foram criados em quase 30 minutos de música no mínimo uns cinco hinos que atravessam gerações de metaleiros mundo afora. Depois de uma pequena introdução, os alemães criaram o que, na minha opinião, é uma das 10 músicas mais marcantes do Power Metal melódico: “Eagle Fly Free”. Nem é preciso falar muito dela. Inclusive, é a música favorita da banda até hoje.
Lançado em 1988, “Keepers II” dá continuidade à qualidade apresentada na primeira parte e apresenta os novos recursos do seu novo vocalista, Michael Kiske, que mais confiante e seguro, prova que foi uma escolha muito certa. O álbum em um todo é muito bom. Tudo se encaixa perfeitamente. “You Always Walk Alone”, terceira faixa, quebra o ritmo acelerado de “Eagle Fly Free” e mostra alguns dos ótimos solos que Weikath desenvolveu ao longo do trabalho. Após, vem “Rise and Fall” uma faixa mais descontraída e contagiante, onde Kiske extrapola suas qualidades vocais.
“Dr. Stein” é a quinta faixa e ainda é umas das mais pedidas nos shows. Na verdade, era para ser uma b-side de “Keeper I”. Eu gosto muito da estrutura dessa música. No aniversário de 25 anos da banda, ela foi relançada com novos arranjos e é possível conferir no álbum “Unarmed”. “We Got The Right” é, para mim, a única faixa que podemos considerar um pouco abaixo de todas as outras. O álbum todo é muito equilibrado. “We Got The Right” é boa também, mas é a que considero menos interessante, até porque, daí para frente, só tem hinos e fica difícil comparar.
E o primeiro deles é “March of Time”. Que som foda! Com certeza poderia ser uma track de abertura do disco. Tem um refrão clássico, recheado de pedais duplos do saudoso Ingo Schwichtenberg e melódicas e apaixonantes extensões vocais de Michael Kiske.
O segundo hino é “I Want Out”, um dos primeiros videoclipes que assisti na MTV. É uma música composta para o Kiske cantar. Não vejo outro vocalista superando ele nesta track. O refrão é muito grudento, aliado a solos e versos rápidos. E aquele final clássico onde Kiske segura o timbre próximo aos 20 segundos? É insuperável!
Na versão tradicional de “Keeper” (há versões com até três faixas bônus), o álbum termina no terceiro hino, a extensa e épica “Keeper of The Seven Keys”, com seus 13 minutos 37 segundos de puro Power Metal. É muito bem construída e literalmente fecha com chave de ouro a época de crescimento e reconhecimento da banda. Após as longas turnês de divulgação desses álbuns, em 1989, Kai Hansen, fundador da banda, resolve largar o grupo alegando que as turnês eram muito longas. O que se apurou depois foi um desentendimento entre ele e Michael Weikath por desavenças de ordem musical. Infelizmente ficou provado que ele era a alma do Helloween.
O Helloween foi uma banda muito importante na minha adolescência. Tive a oportunidade de recebê-los em minha cidade, Santos, para uma tarde de autógrafos e o fechamento da turnê de “Better Than Raw”. Ver os caras de frente, seus ídolos foi muito marcante naquela época. Compartilho com vocês um item que guardo com muito carinho.
Formação:
Michael Kiske (vocal);
Kai Hansen (guitarra);
Michael Weikath (guitarra);
Markus Grosskopf (baixo);
Ingo Schwichtenberg (bateria).
Faixas:
01 – Invitation
02 – Eagle Fly Free
03 – You Always Walk Alone
04 – Rise and Fall
05 – Dr. Stein
06 – We Got The Right
07 – March of Time
08 – I Want Out
09 – Keeper of The Seven Keys
