Muito poucas vezes o nome de um álbum se encaixou tão perfeitamente naquilo que apresentava. “Chameleon”, lançado em 1993 pelo Helloween, é uma dessas raras exceções. Buscando fugir daquilo que sempre norteou sua carreira, o grupo alemão viu neste trabalho a possibilidade de expandir seus horizontes. Se deu certo ou se agradou a maior parte dos fãs… bom, isso é outra conversa… O que temos aqui é uma banda disposta a encarar uma nova década sem medo de ousar.
Michael Kiske (vocal), Michael Weikath (guitarra), Roland Grapow (guitarra), Markus Grosskopf (baixo) e Ingo Schwichtenberg (bateria) entraram em estúdio com a intenção de mostrar ao mundo que a banda não estava presa ao seu passado recente e trouxe, neste trabalho, 12 faixas que fazem uma viagem pelos caminhos do Metal melódico, do POP, do lado acústico, do progressivo, do Hard e até mesmo, do lado alternativo, muito em voga no período do lançamento deste álbum.
“Chameleon” é um álbum que divide opiniões. Eu, particularmente, considero um álbum menor na discografia da banda, mas tenho amigos que consideram este trabalho um dos melhores, e até mesmo o melhor da extensa discografia da banda. Isso mostra que se a banda acabou por não agradar uma boa parte dos fãs (incluindo este que vos escreve), por outro lado, agradou me cheio uma parcela de fãs que se mostravam propensos às mudanças que o grupo apresentava nesse novo álbum. O problema é que, devido á essa grande “mudança”, uma forte tensão interna entre os integrantes se intensificou. O uso de sintetizadores, trompetes, violinos, etc… criou um clima muito pesado e negativo ao grupo e isso acarretou na demissão do vocalista Michael Kiske.
Se músicas como “First Time” e “Giants” traziam a essência natural do grupo, outras como “When The Sinner” (que foi lançada como single e tinha um apelo Hard Rock), “I Don’t Wanna Cry No More” (com uma linha Country, fugindo totalmente daquilo que a banda fazia com maestria), “Windmill” (quase acústica, mas sem conexão com o estilo do grupo), “Revolution Now” (descartável como um alimento com prazo de validade vencido), “Music”(difícil acreditar que a mesma banda que compôs “I Want Out” tenha composto e gravado algo desse porte) e a sem graça “Longing”, mostravam uma banda que perdia sua identidade em busca de adaptação ao novo mercado que se fazia presente.
Quero deixar claro aqui que sou fã do grupo alemão. Considero o Helloween um dos baluartes do Heavy Metal e um dos pais do Metal melódico. Mas ser fã não significa abaixar a cabeça e concordar com tudo que o grupo fez. “Chameleon”, na minha opinião, é um dos piores discos lançados por eles. Composições fracas aliadas à forte competição interna entre os integrantes faz deste álbum, algo que destoa na discografia do grupo. Sei que muitos vão discordar mas é aquela velha história… Gosto não se discute…
Formação:
Michael Kiske (vocal);
Michael Weikath (guitarra);
Roland Grapow (guitarra);
Markus Grosskopf (baixo);
Ingo Schwichtenberg (bateria).
Faixas:
01 – First Time
02 – When The Sinner
03 – I Don’t Wanna Cry No More
04 – Crazy Cat
05 – Giants
06 – Windmill
07 – Revolution Now
08 – In The Night
09 – Music
10 – Step Out of Hell
11 – I Believe
12 – Longing
