Um pouco de história. Como muitos de meus amigos e leitores já devem saber, tenho o Iron Maiden como banda preferida. Contudo, na segunda metade dos anos 90, uma banda oriunda da Suécia lançava seu debut, mais precisamente no dia 27 de junho de 1997, e depois que tive acesso ao trabalho, adotei-a desde então como banda preferida juntamente com o Maiden. Sim, estou falando do Hammerfall, e de seu álbum de estreia “Glory To The Brave”.

A banda de fato, foi formada em meados de 1993, depois que Oscar Dronjak e Jesper Strömblad deixam a banda Ceremonial Oath de lado. Após assinarem com o selo holandês Vic Records para o lançamento de “Glory To The Brave”, conseguem chamar a atenção da gigante gravadora Nuclear Blast, que inicialmente obtém a licença de também lançar o trabalho, e que anos depois, obteria de maneira total todos os direitos.

“Glory To The Brave” já começa a chamar a atenção pela bela capa de autoria do artista gráfico Andreas Marschall, trazendo ali o mascote Hector, o qual seria figura carimbada em todas as capas da banda (coincidência com minha outra banda favorita?). As gravações ocorreram entre fevereiro e abril de 1997 no Fredman Studio, em Gotemburgo, terra natal da banda, e teve Fredrik Nordström assinando os trabalhos de produção.

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Liricamente o Hammerfall traz em “Glory To The Brave” temas que abordam fantasias e batalhas medievais, ou seja, o clichê da grande maioria das bandas de Metal Melódico da época. Já na questão instrumental, diria que o som é recheado de riffs inspirados no Helloween, com doses extras de Judas Priest e Accept realizados de maneira eficiente por Orcar e Glen Ljungström. Músicas como “The Dragon Lies Bleeding”, “The Metal Age”, “Steel Meets Steel” e “Stone Cold” resumem bem a proposta musical da banda. Em relação ao vocalista Joacim Cans, o músico assina a composição de quase todas as músicas do álbum, e embora seja bem limitado vocalmente, consegue dar identidade ao som da banda e conquistar legiões de fãs com seu alto carisma.

São desse álbum duas músicas que estão entre as melhores de toda a carreira da banda. “Glory To The Brave” e “Hammerfall” são verdadeiras pérolas, e são tocadas obrigatoriamente até os dias de hoje. O disco ainda traz duas características que a banda sempre abordaria em trabalhos futuros com alguma frequência. A inclusão de um cover (“Child Of The Damned”) do Warlord e de uma balada (“I Believe”), não tão “gloriosa” quanto outras que a banda chegaria a compor. Nas versões japonesas, brasileiras e delux, ainda traz outro cover (“Ravenlord”) do Stormwitch.

Destacaria como pontos baixos a faixa “Unchained”, que apesar de ser boa, fica abaixo da média geral do trabalho e a produção, que ao meu ver, podia ter sido melhor explorada. Contudo, nada que comprometa a audição. O álbum chegou a vender naquele ano de estreia cerca de cem mil cópias, credenciando o Hammerfall a concorrer no Grammy Sueco como melhor banda Heavy Metal / Hard Rock.

No balanço geral, “Glory To The Brave” foi uma ótima estréia. Tivemos ali o início de uma bela jornada do Hammerfall. Mas como todo bom livro, o melhor ainda estaria mais para o meio. Contudo, isso é papo para posteriores capítulos.

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Formação:
Joacim Cans (vocal);
Oscar Dronjak (guitarra);
Glenn Ljungtröm (guitara);
Fredrik Larsson (baixo);
Patrik Räfling (bateria, embora tenha Jesper Ströblad no encarte creditado como baterista).

Faixas:
01 – The Dragon Lies Bleeding
02 – The Metal Age
03 – Hammerfall
04 – I Believe
05 – Child Of The Damned (Warlord cover)
06 – Steel Meets Steel
07 – Stone Cold
08 – Unchained
09 – Glory To The Brave

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