Roadie Metal Cronologia: Green Day – Warning (2000)

“Música de moleque bobo”, foi assim que sempre me dirigia a alguém que vinha me falar sobre GREEN DAY. Conheci o som dos caras em 1994, através das execuções em massa no rádio e em canais especializados de música da canção “She”. Bandinhas de garagem também faziam questão de fazer “cover” e realmente acabar ainda mais com a música.

O tempo passou e continue sem ter nenhum álbum da banda, nem mesmo fazer o “download original de época”. Mas como a vida é feita de surpresas e desafios, cá estou escrevendo sobre “Warning”, sexto disco de estúdio do GREEN DAY.

Logo de cara já sou surpreendido com uma faixa que também já havia escutado “Warning”; e pensar que eu achei que só conhecia “She”.

Pelo que percebi a banda evitou o som de marca registrada e incorporou elementos acústicos e estilos pop e folk. Liricamente, o álbum contém temas mais otimistas e inspiradores em comparação com os lançamentos anteriores (fui ouvir os anteriores, claro). Warning também foi o primeiro álbum do Green Day desde Kerplunk (1991) que não foi produzido por Rob Cavallo, embora ele tenha ajudado na produção e tenha sido creditado como produtor executivo.

Blood, Sex and Booze, Church On Sunday, Fashion Victim e Castaway seguem praticamente a linha do carro-chefe e abertura do play.

Foi quando começa “Misery” que percebi que os caras saíram da “casinha”; um misto estilo “Roberto Leal” e canção mexicana, ou até mesmo em alguns momentos relembrando a carreira de Dalvan, sim, ele mesmo, que fazia dupla com Duduca.

Sinto que há uma sensação de destemor em Warning, como se a banda não se importasse se o álbum não fosse punk o suficiente, ou se produziu um hit multiplataforma.
Na verdade, não há baladas aqui, e embora haja uma série de rockers contagiantes e contundentes, o ritmo nunca é imprudentemente vertiginoso. Em vez disso, o foco está diretamente nas músicas, com a instrumentação e os arranjos atendendo às suas necessidades.

Creio que o Green Day amadureceu com esse álbum, já que eles nunca produziram um conjunto de músicas melhor e mais afinado, ou tentaram tantos truques de estúdio e arranjos inteligentes. No entanto, isso tem a conotação errada, já que “maduro” indicaria que Warning é um álbum estudioso, cuidadosamente montado, que é mais fácil de admirar do que amar. Esse não é o caso.

É divertido ouvir o Green Day adotar um estilo Beatles de gaita em “Hold On” enquanto ainda cria joias do punk-pop e exibe engenhosidade melódica e arranjos criativos. Warning pode não ser um recorde inovador, mas é extremamente satisfatório; ele encontra a banda em um pico de composição e performance, fazendo tudo sem um traço de autoconsciência.

O tempo passa, as opiniões mudam, e creio que eles já não são “moleques bobos”; e nem eu.

Green Day – Warning
Data de lançamento: 3 de outubro de 2000
Gravadora: Reprise

FAIXAS

1.         “Warning”       3:42

2.         “Blood, Sex and Booze”          3:33

3.         “Church on Sunday”   3:18

4.         “Fashion Victim”         2:49

5.         “Castaway”     3:52

6.         “Misery” (lyrics written by Green Day)         5:06

7.         “Deadbeat Holiday”    3:35

8.         “Hold On”       2:56

9.         “Jackass”         2:43

10.       “Waiting”        3:13

11.       “Minority”       2:49 12.      

12. “Macy’s Day Parade”  3:34

Formação:

Billie Joe Armstrong – voz, guitarra, gaita, bandolim

Mike Dirnt – baixo, voz, Farfisa em “Misery”

Tré Cool – bateria, percussão, acordeão

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