Após iniciar em grande estilo os trabalhos no novo milênio através do aclamadíssimo American Idiot (2004) e do igualmente exitoso 21st Century Breakdown (2009), o Green Day apresentou ao mundo não somente um, mas três álbuns de estúdio a serem revelados num curto espaço de tempo, formando assim uma trilogia. O pontapé inicial foi dado por meio de ¡Uno!, divulgado em setembro de 2012 e contendo 12 faixas. Sob a chancela da Reprise Records, que desde o início dos anos 90 concede suporte ao trio, o álbum traz na capa uma foto estilizada do vocalista Billie Joe Armstrong.
Distinguindo se dos dois registros antecessores, que trouxeram o conceito “opera rock” (inclusive suas músicas formaram a base para a criação do musical “American Idiot”, em 2010), ¡Uno! apresentou um Green Day de volta ao gênero que os consagrou: o punk. Ademais, buscaram influências dentro do próprio punk e de outras vertentes do rock.
A pegada sessentista de “Nuclear Family” é a responsável por abrir os trabalhos do álbum, com os vocais marcantes de Billie Joe alinhados ao baixo estridente de Mike Dirnt, agradável e com uma interessante contagem regressiva encerrando-a. “Stay the Night” e “Carpe Diem” dão seguimento ao conteúdo animado da primeira faixa, apresentando refrões grudentos.
Chegamos à quarta música, certamente a mais enérgica de ¡Uno!. Em “Let Yourself Go”, um dos singles do álbum, percebemos a destreza de Tré Cool nas baquetas e Billie Joe explorando seus grunhidos, além de um grande solo. Também single,”Kill the DJ” quebra essa rapidez com uma pegada funk rock, meio Red Hot Chili Peppers, algo que particularmente não tinha ouvido em registros anteriores do Green Day. Essa mudança foi um ponto positivo para suprir, se não totalmente, o teor repetitivo da faixa.
“Fell for You”, embora de melodia cativante, não possui uma letra tão impactante e “Loss of Control” peca no que tange a repetitividade, apesar de enérgica. Eis que “Troublemaker” chega trazendo mais uma inovação, com palmas acompanhando o ritmo agradável da música. É seguida pela agitada “Angel Blue”, que discorre sobre problemas da adolescência, sobretudo os amorosos.
A parte final do álbum revela “Sweet 16”, pela qual Billie Joe relembra as paixões da juventude através de um bom vocal. O desempenho do frontman também é louvável em “Rusty James”, de características baladeiras. Por fim tem-se “Oh Love”, primeiro single revelado, que começa com o duo simples voz/guitarra, mas que quando acompanhado dos demais instrumentais, é impactante.
Com ¡Uno! (e os dois outros álbuns a darem sequência à trilogia), o Green Day não teve receios de arriscar coisas novas em sua sonoridade. Depois de uma carreira exitosa e consolidada, não seria nada mal construir um trabalho nem que fosse por pura diversão, como se depreende de várias letras e performances regadas à comicidade no registro. Não há como não se lembrar de bandas feito Sex Pistols, The Clash, Red Hot Chili Peppers e Blur durante a audição. Essa integração com outros subgêneros mostrou ser um bom ponto.
Green Day – ¡Uno!
Data de lançamento: 21 de setembro de 2012
Gravadora: Reprise Records
Tracklist:
1. Nuclear Family
2. Stay the Night
3. Carpe Diem
4. Let Yourself Go
5. Kill the DJ
6. Fell for You
7. Loss of Control
8. Troublemaker
9. Angel Blue
10. Sweet 16
11. Rusty James
12. Oh Love
Formação:
Billie Joe Armstrong – vocais/guitarra
Mike Dirnt – baixo
Tré Cool – bateria
Jason White – guitarra de apoio