Conheci os alemães do Grave Digger bem no início da década de 90 com o LP “Witch Hunter” de 1985, mas confesso que a banda nunca me chamou a atenção, mesmo praticando um Heavy/Power/Speed Metal de qualidade; pelo menos nos dois primeiros álbuns que conhecia (o outro era “Heavy Metal Breakdown” de 1984).
Lembro da galera “rasgando” elogios para a banda à época e eu sempre com o meu; “ah, é legal”. Pois bem, depois de todos esses anos eis que me deparo com o terceiro álbum que ouvi do Grave Digger, por sinal esse seu décimo disco de estúdio.
Não podemos negar que Chris Boltendahl é um grande vocalista e praticamente o “dono” da banda, com seu poder de mudanças no vocal que vão desde o lado mais rasgado até melodias que dão aquele toque de tranquilidade em certos momentos. Assim é o disco “The Grave Digger”. Este é um álbum sombrio onde as letras são sobre conceitos obscuros, algumas são inspiradas nas obras de Edgar Allan Poe, inclusive no encarte do CD existe essa menção.
Todas as músicas (e letras) são compostas e arranjadas por Boltendahl.
Logo na primeira faixa “Son of Evil” percebemos bem o contexto do álbum, uma bela introdução de piano bem sinistra que logo dá espaço às guitarras de Manni Schmidt (ex-With Rage) que transformam a canção, com belos solos e refrão até de certa forma interessante, mas não empolga para valer.
Na sequência temos a faixa título “The Grave Digger”, notem que a banda demorou dezessete anos para lançar uma música com o nome da banda, e pra falar a verdade, esperava algo avassalador, quando para minha surpresa me deparo com uma música de refrão fraco e sem graça, que como a primeira, também não empolga e dá até vontade de desistir, mas sou brasileiro, então, disco que segue.
“Raven”, a terceira faixa começa no melhor estilo “Centre Of Eternity” de Ozzy Osbourne, e pra ser sincero gostei bem do início pesado com baixo e guitarra bem sincronizados, e bateria poderosa, mas o refrão da canção mais uma vez decepciona, a música tem até um belo solo, mas ainda não despertou aquele “putz, que massa”.
Na quarta faixa “Scythe of Time”, meu semblante parece melhorar, pois se trata de algo diferente, uma música que me agrada bastante, inclusive o refrão, que estava sofrível até essa altura do disco; a melhor até agora.
O disco segue com “Spirits of the Dead”, que decepciona mais uma vez, é a banda indo do nada para lugar nenhum, impressionante a falta de criatividade.
Eis então que surge “The House”, uma faixa poderosa, pesada e melódica, que me acerta em cheio, e passa a ser minha preferida até esse momento (junto com “Scythe of Time”); bom já era hora também, afinal estamos na metade do disco, e essa faixa vale o play até aquele momento, já “King Pest”, a sétima do álbum é apenas coadjuvante.
“Sacred Fire” acende aquela luz quase no fim do túnel, com um poder de guitarra incrível, mas não é o bastante para salvar o disco, o refrão mais uma vez é insuficiente, dando aquela sensação de que a música, nadou, nadou, lutou; mas acabou se afogando.
“Funeral Procession” e “The Haunted Palace” são outras que se arrastam, no melhor estilo da série “The Walking Dead”; são vivas, mas estão mortas.
Chegamos à ultima faixa, a décima primeira, e na minha opinião, um disco como este poderia ter oito faixas, ficaria menos sofrível, mas enfim; “Silence” fecha o disco, uma balada poderosa, com uma rica melodia, e vocal que mescla sensibilidade e agressividade, uma faixa bem interessante, com um lindo solo de guitarra, mas que não consegue salvar o álbum.
Faixas:
01. Son of Evil
02. The Grave Digger
03. Raven
04. Scythe of Time
05. Spirits of the Dead
06. The House
07. King Pest
08. Sacred Fire
09. Funeral Procession
10. The Haunted Palace
11. Silence
Formação:
Chris Boltendahl – Vocal
Manni Schmidt – Guitarra
Jens Becker – Baixo
Stefan Arnold – Bateria
HP Katzenburg – Teclados
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4/10