A banda alemã de Power Heavy Metal Grave Digger é daquelas bandas longevas que continuam a fazer o máximo para manter viva a chama do Metal, e energia pra isso a lendária banda tem de sobra. Apresentamos em nossa cronologia, nesta matéria, uma abordagem sobre um álbum cheio de energia, pesado, denso com todos os ingredientes que compõem o delicioso Heavy Metal. Seguindo ao lançamento de “Clash of the Gods”, de dois anos antes, “Return of the Reaper” (2014), o 17º da discografia e com a mesma formação daquele, mostra-se ser um álbum pesado, coeso, enérgico, com fortes marretadas nos bumbos, guitarras eletrizantes e histórias diabólicas pra ninguém botar defeito. Talvez a Senhora Morte nunca tenha sido cantada de forma tão perfeita.

Formação do álbum Return of the Reaper

O álbum começa com uma introdução sensacional, que prepara o ouvinte ao que vem pela frente. O tecladista H. P. Katzenburg, também conhecido como Hans Peter, o intérprete do mascote Reaper, e que estava se despedindo do Grave Digger, executa com maestria a Marcha Fúnebre, do músico polonês Frédéric Chopin, ao acompanhamento de trovões, barulho de chuva e o relinchar de cavalos, e retratada na arte da capa do CD, batizada aqui com o nome do álbum. Imediatamente, em seguida, entra a arrasadora faixa “Hell Funeral”, um Metal Clássico bem pesado e rápido, com vocais bem agressivos, por parte do vocalista e fundador da banda Chris Boltendahl. A pesadíssima “War God” dá continuidade ao som grandioso, porém um pouco mais cadenciada, sem perder a agressividade, com sua guitarra nervosa, nível hard. Uma das melhores faixas do disco, na humilde opinião desta que vos escreve, “Tatooed Rider” chega incendiária, com o som da bateria em evidência logo de cara. Tão pesada e cadenciada, quanto a faixa anterior e um ótimo refrão.

“Resurrection Day”, a faixa seguinte, à la Motörhead, é uma faixa mais rápida que as demais, com vocais mais ácidos e guitarras nervosas, faz você pensar que haverá um cataclismo se aproximando, mas a variação de andamentos entre as faixas te jogam de um lado para o outro num frenesi sem fim. Digo isso, porque “Season of the Witch”, é uma faixa lenta e assustadora, digna dos mais célebres filmes de terror. Após uma introdução guitarrística e uma risada sinistra, entra o peso cadenciado de um riff marcante, sendo cantada com uma voz fantasmagórica.

Tal qual se você estivesse numa montanha russa de emoções, “Road Rage Killer” traz um instrumental mais acelerado, pesado, e fanfarrão, quebrando o ritmo sonoro, por assim dizer. Num tom ainda pesado e cadenciado, porém mais épico, “Grave Desecrator” vem em seguida, para tirar ainda mais o fôlego, mergulhando em “Satan’s Host”, tão rápida quanto um clássico Speed Metal. E se você pensa que já está de bom tamanho, “Dia de los Muertos” e seu refrão pegajoso, cantada como uma marcha vem em seguida. “Ok”, você tentará dizer, o Grave Digger sabe como ninguém entregar um álbum que brinda perfeitamente com Heavy Metal, mas nota que o ‘retorno do ceifeiro’ ainda é seu pesadelo. Um teclado melodioso introduz a penúltima faixa, “Death Smiles at All of Us”, uma canção grandiosa, com instrumental pesado. E finalmente a calmaria te faz lembrar que sua viagem sonora está terminando. “Nothing to Believe” seria o que podemos chamar de balada, no meio de tanta avalanche sonora. A música levada nos teclados, com vocais apelativos e um grandioso apoio dos vocais te leva ao êxtase final.

“Return of the Reaper” é inigualável, na minha opinião. Não que seja o melhor álbum da discografia da banda, ou por ser uma reinvenção da roda, mas por mostrar uma banda disposta a quebrar tudo, por assim dizer, sem poupar nada, desde o instrumental muito bem executado e caprichado, com suas diversas nuances, até o potencial de seus vocais, grandiosos, enraivecidos. Ainda há uma versão lançada dele com duas faixas bônus “The Emperors Death”, interpretada como uma marcha e “Rebel of Damnation (Capital of Metal), mais acelerada e pesada. Este CD extra, além das faixas bônus, traz um set acústico com oito faixas, com diversos clássicos da banda, desde o álbum de estreia. Vale muito a pena conferir. A capa do álbum foi criada por Gyula Havancsák, da Hjules Illustration and Design, responsável por todas as obras da banda desde 2005. Ela traz a terrível figura do Senhor Ceifeiro, a Dona Morte, Zé Maria, The Reaper, como queira chamá-lo, com sua carruagem acelerada e seus cavalos furiosos, levando um caixão e tendo à mão a consagrada foice, deslizando pelos campos em busca de suas vítimas.

Grave Digger – Return of the Reaper
Data de Lançamento: 11 de julho de 2014
Gravadora: Napalm Records

Tracklist:
01-Return of Reaper
02-Hell Funeral
03-War God
04-Tatooed Rider
05-Resurrection Day
06-Season of the Witch
07-Road Rage Killer
08-Grave Desecrator
09-Satan’s Host
10-Dia de los Muertos
11-Death Smiles at All of Us
12-Nothing to Believe

CD Bonus:
01-The Emperors Death
02-Rebel of Damnation (Capital of Metal)
03-The Roundtable (Live acoustic set)
04-The Dark of the Sun (Live acoustic set)
05-The Curse of Jaques (Live acoustic set)
06-The Ballad of Mary (Live acoustic set)
07-The Last Supper (Live acoustic set)
08-Yesterday (Live acoustic set)
09-Rebellion (Live acoustic set)
10-Heavy Metal Breakdown (Live acoustic set)

Formação:
Chris Boltendahl (vocais)
Axel “Ironfinger” Ritt (guitarra)
Jens Becker (baixo)
H.P. Katzenburg (teclados) – Reaper
Stefan Arnold (bateria)