Antes de escrever sobre o disco propriamente, afirmo que Gary Moore pertence a uma classe que considero até injustiçada dentro da música: aqueles músicos que são imensamente reconhecidos, mas que ainda assim parecem ser subestimados de maneira geral. Como Mark Knopfler e Rory Gallagher, por exemplo, músicos com o qual tenho esse mesmo sentimento, Gary Moore é muito reconhecido, mas seu talento era tão gigantesco que mesmo com todas as honrarias que recebeu, e que ainda recebe após sua morte, parece faltar alguma coisa.

Outro ponto a se destacar: a solidez de sua obra. Como você pode ler nessa Cronologia que a Roadie Metal está fazendo, a discografia de Gary Moore é espetacular e o nível de qualidade se mantém quase sempre lá em cima.

Terceiro ponto: esses grandes músicos geralmente conseguem se cercar de excelentes músicos, que muitas vezes também não tem o seu devido reconhecimento, como é o caso do baterista em Power of the Blues, Darrin Mooney, que comanda a cozinha do disco junto ao lendário Bob Daisley.

O título do disco, Power of the Blues, não poderia ser mais honesto. Produzido por Gary e seu velho parceiro Chris Tsangarides, o trabalho é poderoso, tem pegada e te passa um sentimento único do poder e da pegada do blues, assim como tudo que Gary Moore fez musicalmente.

A faixa-título abre o álbum já transformando o parágrafo acima em música em apenas 2:30. “There’s a Hole” desacelera um pouco e é um bluesão pesado, com uma interpretação que só um grande como Moore consegue entregar. Um dos meus solos favoritos no álbum.

“Tell Me Woman” já tem um clima mais feliz, aquele típico blues para ouvir tomando uma boa cerveja. Na sequência, o primeiro cover gravado aqui: a velha conhecida dos roqueiros “I Can’t Quit You Baby” (escrita por Willie Dixon, mas gravada primeiro por Otis Rush) – outra versão bem famosa dessa faixa foi feita pelo Led Zeppelin. E por citar covers, há mais dois em Power of the Blues: “Evil” (também escrita por Dixon, mas gravada antes por Howlin’ Wolf) e “Memory Pain”, de Percy Mayfield. Todas em ótimas versões.

“Getaway Blues” é a única canção do álbum a receber os créditos do baixista Bob Daisley e do batera Darrin Mooney na composição; trata-se de um heavy blues, especialidade da casa.

Outra faixa que merece destaque é “That’s Why I Play the Blues”, linda, linda, linda. Música em que o ouvinte sente a alma do compositor/intérprete. E ganhou ainda mais corpo com o teclado de Jim Watson. O álbum ainda tem a bluesy “Memory Pain”, a roqueira “Can’t Find My Baby” e finaliza com “Torn Inside”, que é aquele blues lento que te pega na alma e que cada nota tocada parece ter uma grande história para contar.

Gary Moore – Power of the Blues
Data de lançamento: 22 de junho de 2004
Gravadora: Sanctuary

Faixas:
1- Power of the Blues
2 – There’s a Hole
3 = Tell Me Woman
4 – I Can’t Quit You Baby
5 – That’s Why I Play the Blues
6 – Evil
7 – Getaway Blues
8 – Memory Pain
9 – Can’t Find My Baby
10 – Torn Inside

Formação:
Gary Moore – Vocais, guitarra
Bob Daisley – baixo
Darrin Mooney – bateria
Jim Watson – teclados nas faixas 2, 5 e 9.

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