Dando sequência à cronologia destinada um dos maiores músicos de todos os tempos, o norte-irlandês Gary Moore, trazemos hoje as considerações sobre o seu décimo-primeiro álbum, Dark Days in Paradise. Revelado em junho de 1997, o registro traz uma nova mudança de estilo de Moore, adotando uma sonoridade mais contemporânea a despeito do blues, um dos elementos consagradores da carreira do artista.
Os trabalhos são iniciados com “One Good Reason”, que traz elementos mais voltados ao pop e ao indie rock, naquele momento em fase embrionária, com um refrão contagioso. “Cold Wind Blows”, um pop-country, apresenta Moore abusando dos graves durante boa parte, sem destaque para a guitarra que sempre o acompanha. Tal grave é notório também nos primeiros momentos de “I Have Found My Love in You”, balada dançante norteada pelo reggae.
“One Fine Day” é uma das mais bacanas do álbum, na opinião deste que escreve. Aproximada do country, tem no teclado um dos destaques, fazendo uma bela harmonia com a voz de Morre e a guitarra. “Like Angel”, mais uma balada, proporciona interessante mescla entre o soft e o hard rock em seus pouco mais de sete minutos de duração. Outra pop-country, “What Are We Here For” chama a atenção pelo som da guitarra fazer lembrar um saxofone, gerando certo caráter romântico à ela.
Em “Always There for You” pode ser notado um Moore abrindo espaço à música eletrônica em seus projetos. As batidas mais leves do gênero estão na faixa durante toda a sua extensão, tendo a companhia de Dee Lewis nos backing vocals durante o refrão. O rock volta, no seu modo alternativo/glam, em “Afraid of Tomorrow”, sem deixar de contar com elementos eletrônicos e até mesmo a técnica de um DJ.
A parte final do álbum traz nova balada, atendendo pelo nome de “Where Did We Go Wrong”. Aqui vemos nova grande interação entre rock, pop e country, com Moore executando o melhor solo dentre as demais faixas do CD. E bips acompanham a última e mais longa música, “Business as Usual”, executada de forma acústica. Moore dá um verdadeiro show no violão , além de utilizar a guitarra ao final. O teclado também se destaca nesta viagem musical de mais de 13 minutos. Anexa à ela está a faixa-título escondida, numa vibe tropical/caribenha, sendo uma espécie de “blues salsa”. Interessante.
Dark Days in Paradise é, com certeza, diferente de tudo aquilo que Gary Moore produziu anteriormente. Não tendo receio de comentários de qualquer natureza, se dispôs a unir diversas vertentes num só trabalho. Não a toa que não era simplesmente um roqueiro ou “blueszeiro”, mas um músico por excelência.

Gary Moore – Dark Days in Paradise
Data de Lançamento: 2 de junho de 1997
Gravadora: Virgin
Tracklist:
1. One Good Reason
2. Cold Wind Blows
3. I Have Found My Love in You
4. One Fine Day
5. Like Angels
6. What Are We Here For?
7. Always There For You
8. Afraid of Tomorrow
9. Where Did We Go Wrong?
10. Business as Usual
Hidden Track: Dark Days in Paradise
Formação:
Gary Moore – vocais, guitarra
Guy Pratt – baixo
Magnus Fiennes – teclado
Phil Nicholas – teclado
Gary Husband – bateria
Dee Lewis – vocais de apoio