O vencedor do Grammy de “Best Rock Album” em 2000, foi forjado em um porão e lançado em novembro de 1999. Em um porão. Mais precisamente no porão localizado no número 1800 da rua Nicholson Lane, em Alexandria, na Virginia. Foi lá, na então residência de Dave Grohl, que “There Is Nothing To Lose” foi gravado, terceiro disco do Foo Fighters. E, com certeza, hoje figura entre os melhores trabalhos da banda.
Esse também foi o primeiro álbum que o baterista Taylor Hawkins gravou com o Foo Fighters. Àquela altura, o grupo era um trio formado por Grohl, Hawkins e Nate Mendel – que por pouco não abandonou o barco antes de iniciarem as gravações. Membros da antiga banda de Mendel, a Sunny Day Real Estate, decidiram se reunir e voltar a ativa. Para isso, Nate precisaria deixar o Foo Fighters. Ele até tentou. Chegou a ligar para Dave Grohl e pediu demissão, que, posteriormente – mais precisamente no dia seguinte -, considerou extremamente precipitada. Ligou novamente para Dave voltando atrás. Sua saída da banda não durou sequer um dia.
Devidamente instalados no porão da casa de Grohl, juntamente com um amigo e o produtor Adam Kasper, o trio deu início aos trabalhos. “There Is Nothing To Lose” é, talvez, o álbum mais acessível da banda, exceto por “Stacked Actors”, a poderosa faixa de abertura; canção que possui um riff pesado e letra admitidamente inspirada no relacionamento conturbado de Dave e Courtney Love, viúva de Kurt Cobain.
O biógrafo Paul Brannigan, no livro “This is a Call: a vida e a música de Dave Grohl”, considera esse o “disco mais orgânico e unificado do Foo Fighters”. Ele vai além ao acreditar que se trata do “álbum mais romântico” lançado pela banda. Esse teor mais “tocante” do disco pode ser conferido na belíssima “Aurora”, canção que, segundo o próprio compositor, é, provavelmente, “a melhor música que já escrevi”.
É desse disco também o primeiro grande single da banda: “Learn to Fly”. Nos Estados Unidos, a música chegou a posição 19 no concorrido “Hot 100” da Billboard, além de render a maior vendagem mundial na história da banda até então. O clipe da música – que teve participações de Jack Black e Kyle Gass, do Tenacious D. -, assim como o disco, garantiu ao Foo Fighters um Grammy.
A capa do disco traz a tatuagem com o logo da banda, “FF”, na parte de trás do pescoço de Dave. A tattoo foi feita pelo londrino Lal Hardy; uma forma sutil de Dave mostrar que a banda estava na ativa e veio pra ficar. “There is Nothing Left to Lose” estreou no Top Ten tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos e no Top Five na Austrália e no Canadá. Um discaralhaço!
Faixas:
1 – “Stacked Actors”
2 – “Breakout”
3 – “Learn to Fly”
4 – “Gimme Stitches”
5 – “Generator”
6 – “Aurora”
7 – “Live-In Skin”
8 – “Next Year”
9 – “Headwires”
10 – “Ain’t It The Life”
11 – “M.I.A”
12 – “Fraternity” (Bonus Track)
Formação:
Dave Grohl (Vocais/Guitarra)
Taylor Hawkins (Bateria)
Nate Mendela (Baixo)