Considerado um dos mais importantes e melhores músicos na história do Thrash Metal, o guitarrista Gary Holt, em entrevista concedida ao jornalista Ricardo Batalha e veiculada na edição de maio de 2010 da revista Roadie Crew, ao ser questionado sobre o então próximo disco do Exodus, “Exhibit B: The Human Condition”, declarou: “O material está muito bom e o público poderá sentir isso, pois é monstruoso e trará novidades, porque nós não costumamos nos repetir”. E ele estava certo, o Exodus deu vida a um monstro avassalador.
Gravado nos estúdios Sharkbite Studios e Camp Crunch, ambos na Califórnia, em dezembro de 2009, e lançado no dia 7 de maio de 2010, pela Nuclear Blast, “Exhibit B: The Human Condition” é o nono álbum de estúdio da banda estadunidense. O disco contou com a produção de um verdadeiro especialista quando o assunto é a música pesada, o excelente Andy Sneap, profissional que figura entre os grandes nomes do estilo.
Com 78 minutos de duração divididos entre 13 faixas, o álbum já surpreende logo de cara com a introdução acústica de “The Ballad of Leonard and Charles”, que logo dá espaço para uma saraivada de riffs potentes e timbres condizentes ao peso e proposta da banda. O belo trabalho das guitarras no Exodus sempre foi algo evidente e isso não é diferente em “Exhibit B: The Human Condition”. Gary Holt e Lee Altus formam uma dupla extremamente entrosada e eficiente.
É claro que toda a banda se mostra perfeita na execução de cada uma das faixas, como é o caso do baixista Jack Gibson (dá uma sacada nas poderosas linhas de baixo em “”Hammer And Life”, “A Perpetual State Of Indifference” e “Good Riddance”, por exemplo) e do baterista Tom Hunting – o que o cara faz na longa “The Sun Is My Destroyer”, só para citar uma, impressiona pelo domínio técnico e o feeling que são apresentados. Outra faixa que merece menção – mais uma onde todos os integrantes estão matadores – é “Downlfall”, que inclusive ganhou um videoclipe que pode ser conferido abaixo.
Um destaque em especial deve ser ressaltado: o vocalista Rob Dukes. Sua versatilidade de timbres, mesclando agressividade com outros momentos, digamos, mais ‘suaves’, deixa tudo muito mais coeso, coerente e de acordo com cada momento situação apresentada nas canções. Essas, por sua vez, por serem na grande maioria longas, carregam uma diversidade sonora muito bem vinda, com cadências e dinâmicas variadas. E já que comentei sobre a longa duração de algumas músicas, vale dizer que talvez o melhor refrão de todo o disco esteja em uma daqueles de menor duração, impossível ficar indiferente ao refrão de “Burn, Hollywood, Burn”, simples, direto e de fácil assimilação.
Durante a turnê de divulgação do disco, que entrou no top 200 da Billboard, uma marca importante e significativa em se tratando de uma banda de Thrash Metal, o Exodus excursionou ao lado de nomes como Kreator, Death Angel e Suicidal Angels, além de ser um dos principais nomes do Wacken Open Air em sua edição de 2011.
Alguns anos mais tarde, mais precisamente em 8 de junho de 2014, a banda anunciou a saída de Rob Dukes e a volta de Steve “Zetro” Souza, mas essa é uma outra história. O importante é salientar que, durante a passagem de Dukes pelo Exodus – e também pela imensa e aparentemente inesgotável criatividade de Gary Holt -, fomos presenteados com álbuns excelentes, como é o caso de “Exhibit B: The Human Condition”.
Formação:
Rob Dukes (vocal);
Gary Holt (guitarra);
Lee Altus (guitarra);
Jack Gibson (baixo);
Tom Hunting (bateria).
Faixas:
1. The Ballad of Leonard and Charles
2. Beyond the Pale
3. Hammer and Life
4. Class Dismissed (A Hate Primer)
5. Downfall
6. March of the Sycophants
7. Nanking
8. Burn, Hollywood, Burn
9. Democide
10. The Sun is My Destroyer
11. A Perpetual State of Indifference
12. Good Riddance
13. Devil’s Teeth