Vindos de uma região onde o melodic death metal imperava, os suecos do Evergrey provaram que as vertentes power/progressive também poderiam ter o seu espaço, mostrando a que vieram com o bem trabalhado “The Dark Discovery”, revelado em 1998. Imediatamente após o lançamento deste, começaram os planejamentos e posteriores gravações para o segundo álbum, que seria lançado no ano seguinte.
“Solitude, Dominance, Tragedy” foi apresentado ao mundo em maio de 2019, sendo mais uma produção da própria banda em parceria com Andy LaRocque (King Diamond). O álbum dá seguimento ao estilo do anterior, com ambientes sombrios trazidos de forma poderosa e melódica pelas músicas. A excelente performance vocálica do frontman Tom Englund é, claro, um dos grandes destaques, além da inclusão de elementos sinfônicos ao peso do metal.
A responsável por iniciar os trabalhos é “Solitude Within”, que traz uma harmoniosa dupla composta por guitarra e teclado, somando-se a emotiva voz de Engelund num ambiente obscuro. Em seguida tem-se “Nosferatu”, que inicia lenta, mas depois torna-se pesada com um coro feminino e violinos acompanhando o vocalista. Um monólogo introduz “The Shocking Truth”, trazendo uma atmosfera de agonia e escuridão. É um grito de dor e sofrimento relatado em música.
“A Scattered Me” possui musicalidade semelhante à “Solitude Within”, distinguindo-se desta no enredo, que traz inferências religiosas. Tal temática também está presente, junto ao ocultismo, na faixa seguinte, “She Speaks to the Dead”, onde as guitarras mais uma vez chamam bastante a atenção. “When Darkness Falls” é quase um revival de “Nosferatu”, com lentidão inicial e agitação do meio para o fim, e novamente um coral sendo destaque.
Os instantes derradeiros do álbum são compostos por “Words Mean Nothing”, trazendo um conteúdo baladeiro, e “Damnation” e “The Corey Curse”, estas duas que retomam a intensidade abrangendo o enredo de escuridão que permeia o álbum.
O Evergrey encerrava o segundo milênio trazendo um registro ímpar em sua carreira. Solitude, Dominance, Tragedy é riquíssimo nos enredos que se propôs a tratar, sendo musicalizado de forma grandiosa e altamente técnica. O acréscimo de elementos sinfônicos foi um enorme acerto, sem que a essência power e progressiva fosse deixada de lado. Os suecos fizeram um álbum completo em todos os sentidos, que posteriormente ganhou um relançamento e uma remasterização.

Evergrey – Solitude, Dominance, Tragedy
Data de lançamento: 17 de maio de 1999
Gravadora: Gothenburg Noiseworks
Tracklist:
1. Solitude Within
2. Nosferatu
3. The Shocking Truth
4. A Scattered Me
5. She Speaks to the Dead
6. When Darkness Falls
7. Words Mean Nothing
8. Damnation
9. The Corey Curse
Formação:
Tom Engelund – vocais, guitarra
Dan Bronell – guitarra
Daniel Nojd – baixo, backing vocals
Patrick Carlsson – bateria