Roadie Metal Cronologia: Evergrey – In Search of Truth (2001)

Há 20 anos, mais precisamente em 13 de novembro de 2001, chagava ao conhecimento do grande público o aclamado álbum In Search of Truth, sendo este o terceiro álbum de estúdio dos progers suecos do Evergrey. Coube a mim resenhar aquele que é considerado uma das obras primas do metal progressivo, na verdade, seria o magnum opus do Evergrey, sua obra principal e que foi produzido por Andy LaRocque, assim como seus antecessores, porém sendo o último deste com o Evergrey. Porém, as diferenças são inúmeras, a começar pelo fato de que a banda apresentou mudança em seu line up, com a entrada do guitarrista Henrik Danhage e do baixista Michael Håkansson, assim como é o único a contar com o tecladista Sven Karlsson. A obra é um álbum conceitual, baseado na história do livro Communion, que aborda as experiências de abdução alienígena supostamente vividas por Whitney Strieber. De acordo com o vocalista Tom S. Englund, que foi o responsável por escrever todas as letras das canções, a ideia não é julgar se tais experiências são fatuais ou não, mas respeitar o pensamento e as ideias de Whitney sobre o que foi relatado por ele, refletindo o lado emocional do personagem, incluindo seus medos e tristezas, confusão e desamparo. A temática lírica mostra a luta do homem para entender o que está acontecendo com ele.

Além dos membros da banda, outras participações se fazem presentes, como o próprio produtor tocando guitarra slide, o Coral Mercury, que se apresenta na faixa “Dark Waters”, além da vocalista Carina Kjellberg, figura recorrente na discografia do Evergrey. A belíssima arte da capa foi criada pelo designer gráfico sueco Mattias Norén. O álbum foi gravado entre os meses de janeiro e abril de 2001, no Los Angered Studios, em Gotemburgo, Suécia e lançado pela Inside Out Music com 9 maravilhosas canções.

É mesmo desnecessário ou eu diria redundante falar sobre a receptividade do trabalho, tamanha é a sua importância dentro do gênero do metal progressivo, uma vez que 10 entre 10 fontes especializadas o considerem como um dos melhores álbuns progressivos já lançados, com passagens intricadas, extremanente técnicas, com harmonias sombrias, criando um som ainda não igualado. In Search of Truth permaneceu por 11 semanas nas paradas suecas.

A música de abertura “The Masterplan” começa de forma narrativa e entra num riff marcante e poderoso, que faz o ouvinte balançar a cabeça, vocais intensos e refrão grudento. Durante o solo a música reflete um momento de tensão, como numa perseguição aflitiva. “Rulers Of The Mind”, que ganhou uma versão ao vivo no relançamento remasterizado do álbum, em 2019, vem em seguida, com ares muito intensos, criando uma ambientação aflitiva, como no solo da primeira faixa, porém com mais groove. Ainda traz uma mudança no andamento no meio dela, tornando-a mais pensativa ao som dos teclados. Uma das mais belas e grandiosas canções da obra. “Watching the Skies” é ainda mais longa, sendo a primeira com mais de 6 minutos e eleva os ânimos, sendo uma música mais intensa e mais rápida, com um ótimo trabalho de bateria. No minuto final há uma quebra no ritmo, que desacelera, transformando-se numa nova canção, por assim dizer, fazendo jus ao progressivo intrínseco ao gênero. “State of Paralysis” é a mais curta e melancólica, sendo conduzida belamente pelos teclados, quebrando completamente o ritmo da audição. Após o “estado de paralisia” provocado pela linda balada que acaba de encerrar, entra a grandiosa “The Encounter”, forte e intensa, com diversas variações instrumentais, alternando momentos um pouco mais tranquilos, com outros de maior velocidade e potência, com destaque para o trabalho dos teclados.

A sexta faixa, “Mark of the Triangle”, que também recebe versão ao vivo no relançamento de 2019, é a maior faixa, com 06:22 minutos. Aqui os ânimos são chacoalhados logo na abertura, mas se alternam entre momentos intensos e calmos, com um trabalho instrumental exuberante e classudo, fazendo valer cada minuto de sua audição. E então vamos nos aproximando do final da audição com a chegada de “Dark Waters”, trazendo um clima mais pesado e sombrio, como ainda não se tinha ouvido e ainda nos presenteia com a performance do belíssimo Mercury Choir, como já informamos acima. Outro grande destaque da obra. A balada “Different Worlds” apresenta um lindo trabalho dos teclados. Diga-se de passagem, apesar de ser o único trabalho do tecladista Sven Karlsson com o Evergrey, ele pra mim é o grande nome da obra, destacando-se diversas vezes na maioria das canções. Lógico que não poderia deixar de citar as grandiosas interpretações do vocalista Tom Englund, que transmite toda a intensidade e dramaticidade que o trabalho exige. “Misled” tem a responsabilidade de fazer o encerramento do estupendo In Search of Truth e seus 6 minutos fazem jus a este final épico e grandioso. Uma música forte e pesada, que também ganhou lançamento ao vivo na versão remasterizada de 2019. Ao terminar a audição conseguimos entender o porquê de In Search of Truth ter a reputação que tem, porque é simplesmente fantástico, grandioso, intenso e sei lá mais que outros adjetivos eu poderia usar aqui. Então, se você ainda não conhece o Evergrey ou mesmo nunca ouviu In Search of Truth, faça um favor a você mesmo e não perca mais tempo. Aproveite a promoção de 20 anos desta maravilha que o quadro Roadie Metal Cronologia está fazendo aqui e ouça sem nenhuma moderação, no último volume, de preferência e tire suas próprias conclusões. Eu nem vou dar nota 10, porque já disse mais acima que isso é redundante!!!

Evergrey – In Search of Truth
Data de Lançamento: 13/11/2001
Gravadora: Inside Out Music

Tracklist:
01. The Masterplan (04:46)
02. Rulers of the Mind (05:57)
03. Watching the Skies (06:16)
04. State of Paralysis (02:13)
05. The Encounter (04:38)
06. Mark of the Triangle (06:22)
07. Dark Waters (06:00)
08. Different Worlds (05:30)
09. Misled (06:00)

Formação:
Tom S. Englund (vocais principais/ guitarra)
Henrik Danhage (guitarra/ violão)
Michael Håkansson (baixo)
Sven Karlsson (teclados)
Patrick Carlsson (bateria/ percussão)
Carina Kjellberg (vocais)
Andy LaRocque (guitarra slide)
Mercury Choir (cortesia da Igreja Católica Sueca) (coral em “Dark Waters”)

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