Após o excelente – e hoje clássico – “Images and Words”, o Dream Theater conseguiu atrair, de vez, a atenção de diversas pessoas ao redor do mundo. Eis que em 1994, o que parecia tarefa difícil, ou seja, superar, em termos de composições, ou mesmo se igualar ao disco anterior, foi conseguido com “Awake”.
Gravado entre os meses de maio e julho de 1994 e lançado no dia 4 do mesmo ano pela EastWest Records, “Awake” atingiu a posição 32 na Billboard 200, marca que só seria superada por “Systematic Caos”, em 2007. A produção ficou sob supervisão da dupla John Purdell e Duane Baron, e o álbum foi registrado no One on One Studios e no Devonshire Studios, ambos em Los Angeles.
“Awake” é, com toda certeza, mais denso e mais pesado que seu antecessor, e mostra ainda mais a versatilidade do Dream Theater. Não é preciso falar sobre cada uma das canções, pois o disco se tornou um clássico na discografia da banda. Falar a respeito da técnica e competência de Mike Portnoy, John Petrucci, John Myung, James LaBrie e Kevin Moore, também já é um trabalho dispensável há anos. Os caras são verdadeiros fenômenos, gênios em cada uma de suas atribuições dentro da banda, e isso fica ainda mais evidente em “Awake”. Goste você ou não, é inegável a qualidade do material apresentado pelo grupo.
Mesmo antes do lançamento, ainda durante o processo de mixagem do álbum, o tecladista Kevin Moore tomou uma decisão e abandonou o barco. Duas letras presentes no trabalho foram especificamente escritas com uma temática voltada à relação entre Kevin e o restante da banda: “6:00” e “Innocence Faded”. A primeira foi composta por Moore; a segunda, por Petrucci. No caso do guitarrista, a letra está ainda mais baseada em seu relacionamento com o tecladista, pois ambos eram amigos desde a infância, e já havia certo distanciamento entre os dois
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Dois vídeos foram idealizados com músicas do disco. Uma das escolhidas foi “Lie”, principal single e que demonstra um lado mais pesado e obscuro da banda. O vídeo foi registrado em vários locais da cidade de Nova York, incluindo a Ponte do Brooklyn, o bairro Tribeca e um túnel em Manhattan. “Lie” era o carro-chefe de “Awake”. Esperava-se um sucesso tão grande quanto foi o do single anterior, “Pull Me Under”, mas a música não rendeu tanto assim. A outra faixa que ganhou seu videoclipe foi “The Silent Man”, canção com viés acústico e parte final da trilogia “A Mind Beside Itself”, que ainda conta com a instrumental “Erotomania” e “Voices”. Mike Portnoy recebeu o crédito de co-direção no clipe de “The Silent Man” ao lado de Pamela Birkhead.
A bela arte de capa de “Awake” foi desenvolvida por Larry Freemantle, o mesmo que desenvolveu a arte de “Images and Words”, e traz algumas referências às canções contidas no disco, por exemplo, um relógio indicando seis horas (“6:00”), um espelho (“Mirror”) e uma aranha presa a uma teia (“Caught In A Web”).
Após a saída de Kevin Moore, o Dream Theater iniciou o processo de testes para um substituto que seria utilizado na turnê em promoção do disco. Foram ouvidos inúmeros tecladistas, entre eles Jordan Rudess, que apesar de ter impressionado a todos e ter sido convidado para integrar o Dream Theater, recusou, pois tinha uma outra proposta do Dixie Dregs – sabemos que em 1999, Rudess se tornaria membro da banda. Sendo assim, o novo escolhido para o início da turnê foi Derek Sherinian, posteriormente oficializado como membro do Dream Theater, em fevereiro de 1995.
Nos Estados Unidos, a “Waking Up The World” começou em 20 de outubro de 1994 e foi até 9 de dezembro. Logo depois desse período, enquanto faziam uma pausa para as festas de fim de ano, James LaBrie partiu em uma viagem de férias com sua esposa para Cuba, onde sofreu uma grave intoxicação alimentar, que causou uma série de vômitos no cantor, afetando suas cordas vocais. LaBrie foi orientado por um médico a parar de cantar entre seis meses e um ano, mas não acatou tal conselho e deu continuidade na “Waking Up The World”. A turnê percorreu diversos países, sendo um grande sucesso no Japão.
É fácil dizer que “Awake” está, sem sombra de dúvidas, entre os grandes discos do Dream Theater. Um verdadeiro clássico e uma aula do que se convencionou chamar de Prog Metal. Vale cada segundo gasto em sua audição e deve ser apreciado nos mínimos detalhes.
Formação:
James LaBrie (vocal);
John Petrucci (guitarra);
John Myung (baixo);
Mike Portnoy (bateria);
Kevin Moore (teclados).
Faixas:
01 – 6:00
02 – Caught In A Web
03 – Innocence Faded
04 – A Mind Beside Itsalf: I. Erotomania
05 – A Mind Beside Itsalf: I. Voices
06 – A Mind Beside Itsalf: I. The Silent Man
07 – The Mirror
08 – Lie
09 – Lifting Shadows Off A Dream
10 – Scarred
11 – Space-Dye Vest
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9/10