Roadie Metal Cronologia: Deep Purple – Now What? (2013)

“Now What?” é o décimo nono álbum de estúdio do Deep Purple. E enquanto muitos grupos com até menos tempo de carreira que o quinteto inglês lançam trabalhos de forma regular para cumprir tabela, a banda liderada pelo mestre Ian Gillan, mostrou que o “peso” da idade em nada interferiu aqui. Muito pelo contrário! “Now What?” pode ser considerado um dos melhores trabalhos da banda nos últimos anos! Obviamente que é preciso deixar claro que não se trata de um novo “Machine Head”, “Burn, In Rock”, “Stormbringer”, “Come Taste The Band”, ou outro álbum da era clássica da banda. Até porque estamos falando de outra época, outra formação. Mas é inegável que este trabalho está acima de tudo que a banda lançou depois de “Purpendicular” (1996).

Produzido por Bob Ezrin e lançado em 26 de abril de 2013 (oito anos após “Rapture of the Deep”), o trabalho é uma excelente mostra de toda a qualidade que o grupo tem e pode apresentar. Composto por 11 faixas regulares (sendo que em muitas edições o álbum traz uma faixa bônus, “It’ll Be Me”), “Now What?” é um trabalho bastante orgânico, espontâneo. Aliás, um dos inúmeros atributos que podemos imputar ao grupo é o de nunca copiar-se, buscando o passando. Isso não significa renegar sua sonoridade. Até porque a banda é uma das precursoras do estilo (falando do Hard ou do Heavy). Gillan, apesar da idade, ainda se mostra um ótimo vocalista (pelo menos em estúdio). Glover, mesmo que, de certa forma subestimado, cria ótimas linhas de baixo. Paice continua sendo o monstro que sempre foi. Mas “Now What?” tem dois grandes destaques individuais: Morse e Airey. Enquanto o primeiro fez seu melhor trabalho com o Deep Purple aqui, o segundo mostra personalidade, deixando claro que ao substituir o “insubstituível” Jon Lord, ele não queria apagar o que o mestre havia criado, mas sim, imprimir sua marca nas composições do grupo. E aqui ele o fez com maestria.

Bastante homogêneo, o álbum apresenta alguns destaques. “A Simple Song”, que abre o play, mostra toda a classe e categoria de Airey, que apresenta um bom gosto ímpar em suas linhas. Gillan, um pouco mais comedido (algo até natural), também merece destaque. “Weirdistan” tem linhas bem interessantes, tendo em Morse seu destaque. “Hell to Pay”, a faixa mais conhecida e divulgada do álbum, é aquela composição clássica do grupo. Guitarra e teclados alinhados, enquanto a cozinha composta por Glover e Paice capricham no peso. Assim como “Bodyline”, que mostra aquele certo “groove”, que em muitos momentos da carreira da banda se fez presente. “Blood From A Stone” resgata um pouco daquela sonoridade mais setentista do grupo. “Uncommon Man” é outro destaque, mostrando um Morse inspirado. “Vincent Price” é a faixa mais pesada do álbum. Com uma pegada bem “Heavy”, ela encerra esse grande trabalho da banda de forma grandiosa.

Resumindo de forma bem simples e direta: “Now What?” é um dos melhores trabalhos do Deep Purple nas últimas duas décadas e meia. Na opinião deste que vos escreve, é o melhor. Uma banda que poderia estar, à época, colhendo apenas os louros da fama, sem se preocupar com novos trabalhos ou turnês. Mas como parece que esse negócio de Rock/Metal vicia, os velhinhos, para a felicidade geral da nação roqueira ao redor do mundo, criaram um trabalho de extrema relevância. E não pararia por aí…

Formação:
Ian Gillan – vocal
Steve Morse – guitarra
Roger Glover – baixo
Don Airey – teclado
Ian Paice – bateria

Faixas:
01. A Simple Song
02. Weirdstan
03. Out of Hand
04. Hell to Pay
05. Bodyline
06. Above and Beyond
07. Blood From a Stone
08. Uncommon Man
09. Apres Vous
10. All The Time in the World
11. Vincent Price
12. It’ll Be Me (bonus track Deluxe Edition)

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