Infinite é o mais recente e vigésimo álbum de estúdio da banda inglesa de rock Deep Purple. O trabalho foi lançado em abril deste ano (2017) e conta com dez faixas. A formação da banda no trabalho foi composta por Ian Paice na bateria, Ian Gillan no vocal, Roger Glover no baixo, Steve Morse na guitarra e vocais e Don Airey nos teclados. Além da formação da banda, outros músicos tiveram contribuições no trabalho: Bob Ezrin (teclado, backing vocals e percussão) e Tommy Denander (guitarra adicional na faixa 8 – “On The Top of the World”).
O lançamento do álbum foi exatamente no dia 7 de abril deste ano, mas o que se poderia esperar de um álbum novo de uma banda com tantos trabalhos marcantes e tanto tempo de estrada como é o caso do Deep Purple?
Por volta de 2005, durante a turnê do álbum “Rapture of the Deep”, Ian Gillan apareceu irado e deu uma resposta muito polêmica a respeito do termo “Rock Clássico” e dos malefícios de ter uma banda enquadrada neste termo. Durante uma entrevista na Cidade do Cabo, ele comentou sobre o tal rótulo e a “escravidão” que o mesmo causava, fazendo com que a banda limite-se a tocar sempre os mesmos hits em todos os lugares e apresentações, desprezando novos trabalhos, novas composições. A banda, assim, tornava-se cover dela mesma, cantando sempre os clássicos enigmáticos e sempre conhecidos nos quatro cantos do mundo (como são os casos de “Smoke on the Water” e “Perfect Stranger”), ignorando outros trabalhos, muitas vezes tão bons quanto, porém sem a mesma fama.
O álbum em si é bom, bem trabalhado, atinge seu público e cumpre sua proposta, mas não encontramos grandes surpresas. Com ele a banda encerra suas atividades de uma carreira gloriosa e de muito sucesso. Anunciaram a The Long Goodbye Tour, que seria a turnê de despedida dos trabalhos da banda após o lançamento deste último álbum. Provavelmente não ouviremos mais nada de novo da banda, o ciclo de sucesso e de um trabalho digno de ser eterno encerra-se aqui em Infinite.
O trabalho já começa com tudo, apresentando de início uma faixa chamada “Time For Bedlam”, um trabalho muito bem feito com aquela levada mais clássica que a banda utiliza, trazendo à memória músicas como “Strange Kind of Woman”. Além de ser a abertura do trabalho, ela foi escolhida para ser a primeira a sair como single, animando fãs e criando boas expectativas do resultado final do álbum completo. Mesmo que os vocais de Ian Gillan estejam mais contidos devido à sua voz cansada, a música não fica devendo tendo em vista seus bons arranjos e boa estrutura. Uma ótima escolha de saída.
Outra faixa que temos que destacar é a sexta: “The Surprising”. Trazendo um videoclipe em forma de desenho animado, a música tem várias nuances ao longo dos seus quase sete minutos de duração, levando o ouvinte a uma viagem por dentro da faixa, alternando partes mais lentas com chamadas mais agressivas, mas que mostra, num todo uma calmaria envolvente.
O trabalho também conta com uma faixa cover: a “Roadhouse Blues” é um cover da banda The Doors.
Como dizer adeus? Certas palavras aparentemente ainda não foram inventadas para apresentar como devemos lidar com o fim. Uma carreira longa e cheia de momentos e trabalhos marcantes está chegando ao fim e tem em Infinite seu ponto final, o desfecho: não há mais nada pela frente, o que resta é a magnifica obra deixada durante todos estes anos trazendo várias canções inesquecíveis.
Mesmo que o álbum baseie-se em “mais do mesmo”, ou seja, não foge muito das expectativas e não traz grandes surpresas, vemos nele um trabalho muito bem desenvolvido e honesto, entregando a seu público técnica, qualidade e um ótimo “ponto final”, para a loucura dos mais saudosistas e para a alegria de quem sempre se importou com todos os trabalhos da banda, não apenas os chamados clássicos. Temos aqui um “adeus” digno sendo entregue.
Formação:
Ian Gillan – vocal, gaita
Steve Morse – guitarra, vocal
Roger Glover – baixo
Don Airey – teclado
Ian Paice – bateria
Faixas:
01. Time for Bedlam
02. Hip Boots
03. All I Got Is You
04. One Night in Vegas
05. Get Me Outta Here
06. The Surprising
07. Johnny’s Band
08. On Top of the World
09. Birds of Prey
10. Roadhouse Blues (The Doors cover)
Deluxe Edition:
11. Paradise Bar
12. Uncommon Man (instrumental version)
13. Hip Boots (rehearsal, Ian Paice recording)
14. Strange Kind of Woman (Live in Aalborg)
-
9/10